Porque se resiste a mudanças? Qual o princípio que asfixia os germes de renovação que nascem em quase todos os instantes na alma dos discípulos do Evangelho?
Obviamente que não é uma condição natural da vida transformações constantes e súbitas. As ciências que estudam as funções do corpo físico definem homeostase como a tendência à estabilidade do meio interno do organismo. Portanto, a resistência à mudança é um instinto perfeitamente natural e, por isso, compreensível.
Não podemos esquecer que os costumes são instrumentos importantes e determinantes na evolução, porém só quando inspirados do fluxo da Vida Superior. Existe o lado útil das convenções, mas é preciso identifica-lo.
É hábito comum da sociedade aderir muito mais ao rigor do convencionalismo do que se ligar às novidades elaboradas pelas revoluções sociais e morais. Os seres humanos têm medo inato do desconhecido.
Os grandes gênios da civilização ofereceram à criatura humana contribuições importantíssimas em todas as áreas do pensamento. Investigaram as leis naturais e cooperaram efetivamente com o avanço da humanidade. Abandonaram o sábado da passagem evangélica, que representa a tradição rigorosa, e adotaram a independência interior para perceber o que é bom, agradável e perfeito, conforme assevera Paulo.
Quando o apóstolo dos gentios escreveu essa exortação, desejava dizer que a vontade de Deus regula o aperfeiçoamento da humanidade, mas é preciso que suas criaturas fiquem receptivas à marcha do progresso inspirada por Ele.
É contra-senso valer-nos do nome do Cristo para ficarmos estagnados no interior do edifício carcomido do passado, que não está mais em harmonia com as necessidades novas e com as novas aspirações.
A resistência a mudança e a renovação que impera na família cristã em seus diversos setores tem raízes:
- na falta de amadurecimento – esquecendo que a natureza não dá saltos, atribuímos tudo o que não conseguimos compreender á influenciação de espíritos maléficos, e procuramos o inimigo na vida exterior, quando devíamos reconhecer nossa imaturidade.
- na privação de instrução generalizada – requer-se da equipe espírita, e de cada um de nós pessoalmente, um conhecimento mais global. Não apenas de um setor, o espiritual, por exemplo; é preciso integrarmos os conhecimentos e sua devida correspondência com todas as áreas da cultura vigente;
- no egoísmo – as mudanças podem ser boas para os outros, ou mesmo para todo o grupo de ação, mas, se não forem particularmente boas para nós, refutamos a elas;
- na ausência de autoconfiança – inovações exigem capacidade e novas habilidades a ser adquiridas; porém se não temos auto-estima suficiente para enfrentar desafios, nós as condenamos;
- em preconceitos – é difícil nos libertarmos das correntes de preconceitos que muitos de nós reverenciamos. É necessário esperar e compreender o aperfeiçoamento natural e espaçado da marcha humana.
O Senhor da Vida concede-nos no presente mudança e renovação, para que possamos libertar-nos da ignorância do passado e adquirir conhecimentos para o futuro, rumo à ascensão espiritual. Batuíra.
Do Livro: CONVIVER E MELHORAR – Como lidar com os encontros,reencontros e desencontros – Francisco do Espírito Santo Neto – Espíritos Lourdes Catherine e Batuíra
2 comentários:
Segundo Gautama, a única coisa permanente é a mudança. Assim, tudo na vida é transformação. A beleza está na dinâmica da mudança, pois ser igual sempre, que coisa mais chata, não?
beijo, Coração!!!
Mudar! renovar! Como é bom viver! Lindo o texto! Bjos!
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