Inevitabilidade da Morte
Não se pode estabelecer por definitivo quando ocorrerá a disjunção molecular. Fatores complexos, que procedem de existências transatas e realizações atuais, postergam ou antecipam o instante da desencarnação, que pode ser por procedimentos fatais, denominados como tragédias ou acidentes de qualquer natureza, mediante o curso de enfermidades de breve ou larga duração.
O suceder do tempo é instrumento de aproximação do momento libertador. Quanto mais se vivencia o corpo, mais próxima se encontra a ocasião transformadora da sua estrutura.
Eis por que se deve viver em harmonia em todos os instantes, acumulando experiências, adquirindo sabedoria, evitando ideações perturbadoras que sempre se transformam em conflitos e desequilíbrios.
Ao tomar conhecimento do diagnóstico afligente de terapia não solucionadora, é normal que, no indivíduo desprevenido, irrompa um sentimento de ira, de revolta contra o mundo, em mecanismo tormentoso de transferir culpas e responsabilidades, como se não viesse a ocorrer o mesmo drama além das suas fronteiras.
É comum suceder nesse período um sentimento de negação da doença, como reação ao que se considera como uma injustiça da vida ou da divindade, quando o paciente vincula-se a alguma crença religiosa teórica.
Porque o problema permanece, mesmo se superar essa fase, o doente entra em um outro comportamento, que é o de falsa esperança em torno de alguma solução, em vã expectativa de milagre ou terapêutica ainda não tentada, que ocasionará a reconquista da saúde, que nem sempre mereceu os cuidados adequados vigia no organismo.
Surgem nessa oportunidade, amigos desavisados que apresentam propostas ilusórias, facultando negociações com o criador, como se a transformação moral do indivíduo não fosse um processo edificante para ele mesmo. fica-lhe então a falsa idéia de que havendo uma modificação no comportamento moral e mental, através de promessas que certamente não serão cumpridas, advirá a alforria e a morte não terá o seu curso natural.
Porque não ocorre nenhuma transformação conforme esperava, o desânimo se apossa do paciente, que entra em depressão e mágoa, silenciando e fechado-se em angústia, como se essa atitude pudesse trazer-lhe conforto e libertação.
Toda a existência deve ser utilizada para vivenciar-se o processo de evolução, e não apenas para deixar-se arrastar pelas sensações do prazer em espetáculos de egoísmo incessante, longe da responsabilidade e dos deveres morais.
Por fim, o paciente desperta para a realidade do que lhe sucede e permite-se conduzir pelos processos naturais do organismo, algumas vezes adquirindo forças e resignação, também decorrentes do auxílio que lhe é ministrado pelos espíritos guias que o preparam para a libertação que não tardará.
A morte física deve ser sempre encarada como fenômeno normal que o é do processo existencial.
Todo indivíduo inteligente deve interrogar-se em torno da transitoriedade do corpo físico e dos objetivos da vida humana, meditando com equilíbrio, a fim de encontrar as respostas sábias para aplica-las no cotidiano.
A morte não tem o direito de esfacelar os afetos, de desarmonizar os sentimentos, de perturbar a marcha da evolução, porque, ao invés de destruir a vida, somente transfere o viajante para outra dimensão, para outra realidade, facultando-lhe a continuação dos anelos, o prosseguimento da afetividade, a ampliação da esperança em torno de melhores dias do futuro.
Há muita beleza em todas as expressões da vida, particularmente na etapa terminal da existência, bastando que se adquira a óptica própria e se adaptem os sentimentos à situação na qual se transita.
Do livro: CONFLITOS EXISTENCIAIS
Divaldo Pereira Franco/Joanna de Angelis
Um comentário:
Denise que bom que veio e nao se preocupe em me seguir ...tudo tem sua hora nao é mesmo! Eu já estou te seguindo ok ....bj obrigada pela linda visita e comentário ...bj
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