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domingo, 22 de maio de 2011

COMPARAÇÕES II


                Dando exagerada importância às comparações, o orgulhoso passa a ser um fiscal dos atos alheios, procurando motivos para realçar-se e afirmar-se ante o próximo, a quem toma como um oponente, ainda que não o seja, especialmente se essa criatura pensa ou age em desacordo com suas crenças e concepções. Seu campo mental funciona como um radar em busca de um deslize ou de um episódio que fragilize seu opositor, e os julgamentos e reprimendas mentais comparecem inevitavelmente como um efeito dessa condição psíquica e emocional.
                Tudo isso, porque o orgulho tem o poder de fazer-nos valorizar o que não somos, mas desejaríamos ser, levando a sentir e pensar que tudo que fazemos ou temos é melhor que o do outro.
                Impermeabilidade é o que ocorre nesse quadro. Os relacionamentos com pessoas desse perfil tornam-se superficiais, elas não permitem que os outros penetrem sua intimidade verdadeira e revoltam-se conta os que lhe exortam sua proficiência à verdade sobre si mesmas, melindrando com veemência.
                Manter aparência é muito caro e doloroso. Até mesmo nos climas espíritas verificamos altas doses cessa vivência. Começa pelo personalismo em acreditar que o caminho que seguimos, a forma como trabalhamos, os movimentos que criamos, os pensamentos que defendemos, as tarefas que fundamos, os esforços que expendemos são recordes que nunca serão alcançados por ninguém e que devem ser seguidos por todos. Há um flagrante desrespeito pelas opiniões e iniciativas alheias, repleto de indiferença e despeito. Quando não se recebe com júbilo a cooperação dos companheiros junto à seara, estamos vibrando fora da atmosfera de fraternidade de solidariedade que propõe o espiritismo.
                A reeducação desse estado moral de orgulho vai exigir-nos alguns quesitos.
                Uma decidida viagem interior é o ponto de partida. Olhar para si, entender-se, pesquisar com minúcia, paciência e perseverança as formas de expressar do orgulho. Ouve-se com freqüência nos meios doutrinários espíritas a manifestação verbal de que nosso maior defeito é o orgulho e o egoísmo, no entanto, poucos são os que têm penetrado o mundo oculto das tendências e automatismos para conhecer a singularidade do seu orgulho. Não existem dois orgulhosos iguais. Conquanto ele possa ser definido como um sentimento de superioridade, nada além disso é idêntico em se tratando de comparar a sua forma de manifestar em cada personalidade.
                A partir dessa viagem é imperiosa uma vigília incansável para estabelecer atitudes que correspondam realmente ao que sentimos e somos, sem partir para os extremos da falsa modéstia, da culpa e do pieguismo. Ser o que somos é o desafio, evitando seguir os ditames da imaginação que nos inclina a fugir da realidade, romper com máscaras e formalidades desnecessárias, vivendo com espontaneidade responsável. Os exercícios da empatia no ato de aprender a ouvir e da alteridade no sentimento de respeitar as diferenças do outro serão pródigos no esmaecimento dos interesses personalistas. Nada nos impede de fazer as comparações a fim de tirar algum proveito ou entender melhor nossos sentimentos, todavia, sem ilusões...
                A única comparação útil e proveitosa, sob a ótica do aprendizado espiritual, é aquela que fazemos conosco próprios, procurando sempre aferir se estamos hoje um pouco melhor em comparação ao ontem.
                      
Do livro: MEREÇA SER FELIZ – Superando as ilusões do orgulho
Wanderley S. de Oliveira – Espírito Ermance Dufaux

3 comentários:

  1. Olá amiga. O orgulho é o grande vilão do nosso comportamento. A auto-análise, o autoconhecimento e a iniciativa de uma reforma íntima, são os melhores caminhos para nos tornarmos melhores pessoas, eliminando de nós, comportamentos não apropriados. Beijos e ótima semana.

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  2. Oi flor
    Orgulho nosso vilão com certeza
    Penso que atraves da meditação, nos conheceremos e aos poucos vamos nos reformulando, e assim melhorando nossos comportamentos, nossas atitudes
    Teu blog ta cada dia mais show
    bjus

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  3. Sabe hoje eu analizava o motivo que leva alguém a ser vitima destes golpes que tanto se fala por aí, como o cartão premiado, ou a ligação de celular que vc ganhou um carro...e percebi que a pessoa cai pela ganancia e não denuncia por orgulho...não quer passar recibo de otário.
    Como nós precisamos evoluir ainda.
    Tenha uma ótima semana
    Abraços

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