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quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

PROBLEMAS HUMANOS

      Os problemas humanos ou desafios existenciais fazem parte do organograma da evolução.
A criatura pensante é um ser incompleto ainda, em constante processo de aprimoramento, de trans­formações, em prolongado esforço para desenvolver os potenciais psicofísicos, parapsicológicos e mediú­nicos nela em latência.
Aferrada às impressões mais grosseiras do ego, face ao que considera como fatores indispensáveis à sobrevivência — valores materiais que propiciam ali­mentação, vestuário, repouso, prazer e tranqüilidade ante a doença e a velhice — desenvolve o apego e ex­terioriza o sentimento centralizador da posse, manten­do-se em alerta para a preservação desses bens, que lhe parecem de significado único, portanto, essenciais.
Qualquer ameaça, real ou imaginária, que possa produzir a perda, torna-se problema, que logo se in­corpora à conduta, gerando perturbação, desar.
Além desses, outros (problemas) há de natureza psicológica, como heranças reencarnacionistas, que ressumam em forma de fenômenos patológicos, in­quietadores.
Somem-se-lhes os que se derivam do inseguro in­ter-relacionamento pessoal, como decorrencia do que se consigna em condição de imperfeições da alma.
Os problemas enraízam-se, não raro, nos tecidos da malha delicada do psiquismo, avultando-se ou per­dendo o sentido, de acordo com as resistências fortes ou frágeis da personalidade individual.
O que a uns constitui gravame, aborrecimento, a outros não passa de insignificante acidente de percurso que estimula a marcha.
Quanto mais se valoriza o problema, mais vitali­dade se lhe oferece, aumentando-lhe a força de ação com os seus correspondentes efeitos.
Nas personalidades instáveis, normalmente os complexos psicológicos assumem as responsabilida­des pelas ocorrências problematizantes.
Quando algo em que se confia, ou do qual se es­pera resultado positivo, transforma-se em desastre, insucesso, o ego foge, escamoteia-o, por falta de cons­ciência lúcida, afirmando: Eu sou culpado.
A inferioridade psicológica desenvolve o comple­xo em que se refugia, e, mesmo quando em aparente conflito, nele se realiza, justifica-se, deixa de lutar.
Certamente, cada problema merece um tipo de atenção, de cuidado especial para a sua solução. Esse esforço deve ser natural, destituído dos estímulos ne­gativos do medo ou da ansiedade, de modo a analisar a situação conforme se apresente, e não consoante os fantasmas da insegurança desenhem na imagina­ção criativa — refúgio para a irresponsabilidade que não assume o papel que lhe diz respeito.
Em outros temperamentos, quando o problema se converte em dificuldade e ocorrência prejudicial, o ego estabelece: A culpa é do outro; ou da saúde; ou da fa­mília; ou do grupo social; ou da sociedade em geral, ou do destino...
Resolve-se a questão utilizando-se do complexo de superioridade, e mediante esta conduta coloca-se acima de qualquer suspeita de fragilidade, esconden­do-se nas justificativas de incompreendido, persegui­do, infeliz...
Evitando considerar o problema na sua real signi­ficação, passado o momento, compõe a consciência de culpa e esse mesmo ego recorre à condicional dos ver­bos, afligindo-se: Eu deveria ter feito de tal forma; eu poderia ter enfrentado; eu tentaria evitar...
Mecanismos perversos de imaturidade compõem a tecedura protetora do escapismo, para fugir das conseqüências dos problemas, cuja finalidade é tes­tar as possibilidades e valores de cada uma em par­ticular e de todas as criaturas em geral.
O problema humano, portanto, maior e mais ur­gente para ser eqüacionado, é a própria criatura.
Para consegui-lo, mister se torna o amadurecimen­to psicológico, decorrente do esforço sério e bem dire­cionado, do estudo do eu profundo e da sua busca in­cessante, que são as metas existenciais mais urgentes.
Na transitoriedade da condição humana, o eu pro­fundo deve emergir, desatando os inestimáveis recur­sos que lhe são inatos, graças aos quais o psiquismo comanda conscientemente a vida, abrindo o leque imenso das percepções paranormais.
Nesse elenco de registros parapsíquicos desabro­cham os recursos mediúnicos que propiciam o livre trânsito entre as duas esferas da vida: a física e a es­piritual.
Essa dilatação da capacidade parafísica propicia o mergulho do eu profundo — o Espírito — na causalida­de dos fenômenos humanos, assim interpretando, na origem, os problemas que sempre procedem das ex­periências anteriores.
Mesmo quando são atuais e começaram recente­mente, o ser que os enfrenta necessita deles, recupe­rando-se moralmente, trabalhando o amadurecimen­to, porquanto, o estado de infância psicológica de­corre da ausência de realizações evolutivas.
Ninguém permanece vivo sem o enfrentamento com os problemas, que existem para ser resolvidos, oferecendo o saldo positivo de evolução.

O SER CONSCIENTE - Divaldo Pereira Franco/Joanna de Ângelis


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Um comentário:

  1. Denise. Um ponto desse excelente texto me tocou pór estar continuamente ouvindo esse problema.

    Quanto mais se valoriza um problema que temos maior se torna.

    Obrigada pela visita,amiga.

    Beijos e Paz Profunda.

    Donetzka

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