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sábado, 18 de janeiro de 2014

EGOÍSMO II

            
               Os vaidosos colocam máscaras de criaturas impecáveis e, evidentemente, transmitem aos filhos toda uma forma de pensar e agir alicerçada na preocupação com os rótulos e com a escala de valores pela qual foram moldados.
                Outra causa do desenvolvimento da vaidade nas criatura é a importância desmedida que dão às posses e propriedades. Na atualidade, por menor que seja a classe social e que se encontra constituída uma família, ainda é o dinheiro uma fonte absoluta de poder. Quem ganha mais reivindica no lar a autoridade, a atenção e o amor. A riqueza amoedada é conceituada como um dos instrumentos com o qual podemos manipular as pessoas em os tornar um ponto de atração. Dessa forma, processa-se na criança uma educação do tipo inintencional, transmitida pelos adultos de forma involuntária, automática e despercebida, através do somatório dos gestos, das conversas, das atitudes ou dos comportamentos do dia-a-dia.
                A presunção leva os indivíduos a se casar não por amor, mas a se unir a alguém que lhes proporcione um melhor status social, uma roda de amigos de projeção e um nome importante. Enfim, as uniões matrimoniais acontecem, quase sempre, por interesse pessoal, sem se levarem em conta os reais sentimentos da alma.
                A supervalorização social e econômica de determinada profissão ou emprego influencia as escolhas de conformidade com a realização externa, em detrimento das inclinações e vocações internas. Há profissões tradicionalmente ambicionadas, como medicina, engenharia e outras tantas de mais recente valorização nos dias atuais, que os pais almejam para os filhos, tentando assim solucionar suas próprias frustrações e evidenciar sua própria pessoa com o brilho profissional de seus familiares. Condicionando-os a viver uma existência estereotipada, justificam-se com a representação de uma dedicação e proteção ao ambiente doméstico, quando, na realidade, o que cultivam é o prazer da notoriedade.
                Quando o eminente educador Allan Kardec indagou aos Semeadores da Era Nova qual a maneira de extirpar inteiramente do coração humano e egoísmo, fundado no sentimento do interesse pessoal, ele recebeu a seguinte orientação: o egoísmo é a mais difícil de desenraizar-se porque deriva da influência da matéria, influência de que o homem, ainda muito próximo de sua origem, não ode libertar-se e para cujo entretenimento tudo concorre: suas leis, sua organização social, sua educação. O egoísmo assenta na importância da personalidade. Ora, o espiritismo, bem compreendido, repito, mostra as coisas de tão alto que o sentimento da personalidade desaparece, de certo modo, diante da imensidade.


Do livro: As Dores da Alma – Francisco do Espírito Santo Neto/Hammed
imagem: www.bananeirasagora.com.br


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