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segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

ANÁLISE DOS SOFRIMENTOS III


              Há o prazer que gera sofrimento.
                O cotidiano demonstra que a busca insaciável do prazer constitui um tormento que aflige sem compensação. Quando se tem a oportunidade de fruí-lo, constata-se que o preço pago foi muito alto e a sensação conseguida não recebeu retribuição correspondente.
                Ademais, há aquisições que proporcionam prazer em um momento para logo se transformarem em dores acerbas. E o responsável por esse resultado é a ilusão. A maioria dos sofrimentos decorre da forma incorreta por que a vida é encarada. Na sua transitoriedade, os valores reais transcendem ao aspecto e à motivação que geram prazer.
                Esse é o sofrimento da impermanência das coisas terrenas. Esfumam-se como palha ao fogo, atiçado pelo vento, logo se transformando em cinza flutuando no ar.
                Para conseguir desfrutar de determinado prazer o indivíduo investe além das possibilidades, constatando, depois, quantas dificuldades tem a enfrentar para manter essa conquista. A luta para possuir um automóvel último modelo expõe-no a compromissos pesados para o futuro. A imaginação estimula-o com a ilusão da posse para averiguar, passado o prazer, que não tem condições para preservar o veículo adquirido, ou os móveis, ou a residência, enfim, tudo quanto é impermanente e brilha com atração apenas por um dia.
                Medidas as possibilidades sem sacrifícios, é factível constatar até onde pode aventurar-se, sem os riscos de sofrer dores e arrependimentos tardios.
                Essa visão correta, realista, que se adquire da existência, emoldura-a de harmonia. No entanto, a fantasia injustificada responde pelo choque inevitável com a realidade.
                Certamente, a cautela nas decisões ao se pode converter em medo de agir, em cultivo de pessimismo para o futuro. São a ambição irrefreada, a precipitação, a falta de controle, que abrem espaços emocionais para o prazer que gera dor.

( continua)

Fonte: PLENITUDE         
Divaldo Pereira Franco/Joanna de Ângelis
imagem: google

2 comentários:

  1. Muitas vezes, mesmo sabendo que uma atitude impensada vai causar arrependimento,teimamos em não ouvir a silente voz da consciência e então, temos de pagar um alto preço.
    Denise, beijos!

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  2. Somos seres imperfeitos, quem nos pode julgar?

    Um texto para refletir!

    Beijinhos

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