(J. Herculano Pires)
Todos os jovens precisam do amparo dos pais, embora na adolescência,
em geral, a rebeldia dos filhos seja inevitável. Uma tradição de severidade
paterna, pautada pelo autoritarismo político e religioso, deu aos pais o
conceito errôneo de que devem sujeitar os filhos – e particularmente os jovens
– aos seus princípios e maneira de ser. Mas os jovens trazem a sua própria
personalidade e o seu próprio roteiro de vida, e justamente nessa fase da
adolescência estão firmando o seu eu diante do mundo.
É conhecido o problema da “crise da adolescência”, sobre a qual
Maurice Debesse escreveu um dos seus livros mais belos e profundos. Mas é em
René Hubert, no capitulo sobre a Psicologia da Juventude, de sua Pedagogia
Geral, que encontramos maior sintonia com os princípios espíritas.
Psicólogos e pedagogos
conhecem bem esse problema que responde pelo chamado “conflito de gerações”.
Emmanuel nos dá a sua chave ao lembrar que cada espírito já traz para a Terra a
sua prova e o seu roteiro de serviço, escolhidos livremente na vida espiritual
segundo as suas necessidades de evolução e aprimoramento.
O amparo dos pais não pode ser dado por meio de imposição e
autoritarismo, sob pena de deixar de ser amparo para se transformar em tirania.
Se o “conflito de gerações” sempre existiu no mundo, agora se mostra mais
violento porque o tempo da tirania esta no fim e porque a era de transição em
que vivemos acentua nos jovens os anseios do futuro. Os pais só poderão ampará-los
se tiverem amor suficiente para compreendê-los e ajudá-los sem exigências. Esta
é também uma hora de aprendizado para os pais. E só o amor verdadeiro pelos
filhos pode socorrê-los.
O jovem de hoje é o homem de amanhã. Os tempos mudam e não podemos
querer sujeitá-los ao nosso modelo. Qualquer coação paterna só poderá afastá-los
de casa e da família, lançando-os a meios e companhias perigosos. A verdadeira
educação é o equilíbrio entre o amor e a compreensão. A energia paterna e a
disciplina filial brotam naturalmente entre essas duas margens, fluindo como as
águas de uma fonte na paisagem da vida.
Fonte: Na Era do
Espírito – Chico Xavier/José Herculano Pires
imagem: google
É um assunto complicado, mas, talvez, se o pai
ResponderExcluirdo pequeno Adolf, tivesse apoiado sua tendência
de ser artista (era bom pintor e ótimo desenhista),
poupasse o mundo das consequências de um louco
no poder.
Beijos.