Na estrutura profunda da individualidade humana,
encontram-se as experiências milenárias do ser, nem sempre harmonizadas entre
si, geradoras de conflitos e complexos negativos que a atormentam.
Herdeiro
de si mesmo, o Espírito é o autor do seu destino renascendo em lares
nos quais mantém vínculos afetivos e familiares, conforme a sua conduta
anterior.
Face à variedade de renascimentos,
nem sempre consegue diluir as lembranças
que permanecem em forma de tendências e aptidões, de desejos e necessidades.
Não digeridas, as frustrações, eis que se impõem mais graves, ao ressurgirem,
na sucessão das ocorrências comportamentais, em forma de distúrbios
psicológicos de variada catalogação.
Preocupada com o ser-máquina, a
psicologia não tem ensejado uma compreensão maior da criatura, que fica, na
visão reducionista, limitada a um feixe de desejos e paixões primitivas.
Em uma análise transpessoal, o ser
enriquece-se de valores que lhe cumpre multiplicar cada vez mais,
autoconhecendo-se e autodisciplinando -se, à medida que a sua consciência
adquire lucidez e torna-se ótima.
Abrem-se-lhe então as perspectivas
antes cerradas, e facultam-se-lhe as oportunidades de dilatação do campo
intelecto-emocional, passando a vencer as seqüelas das existências anteriores,
ainda predominantes no psiquismo, que se exteriorizam em forma de desarmonia.
A desidentificação com os graves
compromissos que ainda o atormentam torna-se factível, mediante a impregnação
com outros ideais e aspirações mais abrangentes quão agradáveis, que passam a
povoar-lhe a paisagem mental.
Nesse esforço, faz-se viável o
autoconhecimento, como primeiro tentame de crescimento psicológico. A
necessidade de tornar a mente um espelho, e
postar-se
defronte dela desnudo, é inadiável. Somente através de um exame da própria
realidade, observando-se sem emoção — o que impede os sentimentos de
autocompaixão como os de autopromoção, de justificação ou culpa — consegue-se
um retrato fiel do que se é, e do que cumpre fazer-se para mais amar-se e
ajudar-se como segmento imediato do esforço.
Enquanto a criatura não se despoja
dos artifícios com que se oculta, evitando desnudar-se em uma atitude infantil
repressiva, qualquer tentame exterior para o progresso e a harmonia resulta
inócuo, quando se não torna perturbador.
Ninguém é culpado conscientemente de
ser frágil, fragmentário, ocorrências naturais do processo de evolução. Não
obstante, a permanência na postura denota imaturidade psicológica ou
manifestação patológica do comportamento.
Quando alguém aspira por mudanças
para melhor, irradia energias saudáveis, do campo mental, que contribuem para
a realização da meta. Através de contínuos esforços, direcionados para o
objetivo, cria novos condicionamentos que levam ao êxito, como decorrência
normal do querer. Nenhum milagre ou inusitado ocorre, nessa atitude que
resulta do empenho individual.
O autodescobrimento tem por finalidade
conscientizar a pessoa a respeito do que necessita, de como realizá-lo e
quando dar início à nova fase. Acomodada aos estados habituais, não se dá
conta das incalculáveis possibilidades que lhe estão ao alcance, bastando-lhe
apenas dispor-se a desdobrá-las.
O auto-encontro pode ser logrado
através da meditação reflexível, do esforço para fixar a mente nas idéias
positivas, buscando saber quem se é, e qual a finalidade da sua existência
corporal e do futuro que a aguarda.
Equipada de honesto desejo de
eqüacionar-se, a esfinge perturbadora
atira-se ao mar do discernimento
e desaparece, deixando o indivíduo livre seguir, sem a maldita fatalidade de
ser desditoso.
A consciência liberta-o das heranças
paterno-maternais, produzindo o conhecimento lúcido e benéfico, que se torna filho capaz de conduzi-lo pelos caminhos
da vida, sem a imposição caprichosa do deus-destino.
Ao lado da meditação, encontra-se a
ação solidária no concerto social, que alarga as possibilidades no campo onde
se movimenta e promove o ser profundo, limpando-o
dos caprichos do ego e liberando-o das arbitrárias injunções
limitadoras, angustiantes.
O intercâmbio social com objetivos
fraternais rompe as amarras do medo, dando outra dimensão à afetividade — sem
apego, sem paixão, sem desejo, sem neurose —, facultando a harmonia pessoal —
sem ansiedade, sem conflito, sem culpa —, ensejando saúde mental e emocional
indispensáveis à física.
As condições do progresso e harmonia
do eu real propõem um estudo das virtudes evangélicas, uma releitura dos seus
fundamentos e posterior aplicação na conduta pessoal.
Amor indistinto, manifestando-se em
todas as expressões e começando por si próprio, com segurança de propósitos,
metas e realizações, é o passo inicial da fase nova, ao lado do perdão
liberador de ressentimentos, desgosto e inferioridade geradora de reações de
violência ou de depressão com caráter autopunitivo.
Na visão transpessoal, o progresso e
a harmonia são conquistas internas do ser humano, que se exteriorizam como
entendimento da vida e atração por ela, num empenho incessante de crescer e
jamais cansar-se, saturar-se ou desistir.
O progresso
é fatalidade da vida, e a harmonia resulta da consciência desperta para a
conquista da sua plenificação.
O SER CONSCIENTE - Divaldo Pereira
Franco/Joanna de Ângelis
3 comentários:
Querida amiga,
Meu silencio tem sido longo.
Mas não tem sido por esquecimento, mas sim por conta dos acontecimentos do dia a dia.
Quero muito agradecer a sua presença amiga lá no meu cantinho, a qual trás muita alegria para o meu coração.
Que Deus a abençoe, e realize todos os seus sonhos e projetos.
Uma linda semana para você coberta de muita paz e Amor!
Abraço Amigo
Maria Alice
Minha amiga querida! Sempre posts fortes, que mexem com a cabeça e fazem pensar... Excelente! E vamos nóis... Estou novamente pedindo teu voto; desta vez para a nova fase do Top Blog, o Top 100 Top Blog. Posso contar com teu voto? Se já votou em alguém, não tem problema, pois pode votar em quantos blogs quiser! Para votar é tudo igual como da outra vez! O Selo já está na lateral direita do blog, onde estava o outro! Desde já agradeço, de coração! Juntos chegaremos!
Ótimo final de semana!
Abraço carinhoso!
Elaine Averbuch Neves
http://elaine-dedentroprafora.blogspot.com.br/
Denise, o despertar da consciência nem sempre acontece para todos, pois envolve um processo que aparentemente é simples, mas que além da vontade do indivíduo, todo o meio interno e externo precisam estar envolvidos nessa evolução.
Bom Domingo!! Beijus,
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