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domingo, 17 de agosto de 2014

INSEGURANÇA I

                Necessitar de amor, desejar consideração ou procurar segurança são desejos naturais e válidos. Uma certa quantidade de dependência emocional está presente em muitos relacionamentos, incluindo os saudáveis; efetivamente, juntos ou sozinhos, estamos sempre caminhando pelas estradas da evolução.
                Para avançarmos pela vida de forma harmônica com as pessoas, devemos desenvolver a auto-estima, a capacidade de admitir erros, a responsabilidade de assumir nossos atos e, acima de tudo, a aceitação incondicional dos outros.
                A insegurança faz de nossos relacionamentos íntimos um misto de irreflexão e precipitação, levando-nos a um excesso de confiança e, ao mesmo tempo, fazendo-nos perder o senso de nossas fronteiras individuais. Quase sempre, fazemos um verdadeiro emaranhado de nossos objetivos, desejos e conflitos com os de outras criaturas – pais, filhos, irmãos, amigos, cônjuges. Quando essas nossas afeições mudam, seja porque estabeleceram uma outra ligação íntima, seja porque, simplesmente, elegeram para si novos rumos existenciais, ficamos fatalmente desestabilizados e desesperados.
                Carências ilimitadas nascem da insegurança, sufocando e afastando relacionamentos salutares. Muitas vezes, chegamos ao extremo de abdicar de nossos objetivos e vocações mais íntimas, colocando-nos em situações vexatórias, por termos deixado que nossa porção fragilizada falasse mais alto.
                Inicialmente, fazemos um esforço hercúleo para nos entregar nas mãos da pessoa eleita. Com o passar do tempo, vamos ficando incomodados e desestimulado com esse relacionamento, até que, finalmente, chegamos ao ápice do desgaste, ficando raivosos e ressentidos com a pessoa de quem dependemos. Isso é compreensível, porque não há ninguém que goste, conscientemente, de ceder seu poder pessoal ou de renunciar a seus direitos de liberdade a quem quer que seja.
                A intensa motivação que invade os indivíduos para serem amados e queridos a qualquer preço nasce das dúvidas íntimas sobre si mesmos, pois são pessoas que, raramente, podem se realizar na vida sem se pendurar no que chamam de grande amor.
                A insegurança transborda de tal modo que transforma a natural necessidade de amar em uma necessidade patológica de satisfação, somente alcançada através da possessividade do amor.


Do livro: As Dores da Alma – Francisco do Espírito Santo Neto/Hammed
imagem: www.imobex.com.br

2 comentários:

  1. Olá, querida Denise
    A insegurança já me detonou mas, hoje em dia, sou mais serena... vivo o presente sem me exasperar com o futuro...
    Bjm fraterno de paz e bem

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  2. Obviamente, caminhar evoluindo é muito mais fácil
    quando estamos acompanhados.
    Assim, precisamos aparar nossas arestas,
    para que os irmãos que nos ladeiam não sofram
    com nossas imperfeições.
    Beijos.

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