Se
um casamento sob o olhar espírita é destituído de culto externo religioso, isto
não implica que os nubentes não façam a celebração social segundo o estilo dos
noivos naquilo que psicologicamente se pode denominar de rito de passagem.
Os
ritos são adotados, nas diversas circunstâncias da vida, a fim de que, em nível
psicológico, se consagre algum evento. Por isso, observamos os ritos presentes
nos aniversários, no acesso às universidades, nas formaturas, na posse de
cargos profissionais, etc, atendendo às demandas emocionais, claramente
necessárias na estruturação psíquica do espírito, em trânsito na sua
encarnação.
Um
rito de passagem que pode prescindir totalmente de uma formalidade religiosa
traduz a demarcação de nova etapa de vida social, a exemplo do encontro de
Jesus com João Batista. Tem grande significação psicológica para ajudar um
casal a assumir o novo compromisso afetivo valendo-se da presença de amigos e parentes,
por exemplo, em comemoração social para esse fim.
Há
em nossa cultura vigente uma relação muito confusa quanto aos compromissos
emocionais estabelecidos, a ponto de os participantes dos relacionamentos terem
dificuldade em definir claramente que tipo de vinculação está sendo vivenciada.
Parece existir um medo crescente de assumir responsabilidades à medida que o
relacionamento vai avançando, e é comum não haver consenso quando se pergunta
ao par: O que é a relação de vocês? Como vocês chamam a esse tipo de
relacionamento?
Na
atualidade, com frequência, existe certa dificuldade em nominar o tipo de
relação, sobretudo quando ela está mudando de nível. Por isso, habitualmente, o
casal não consegue ter consenso quando se lhe pergunta sobre a dinâmica que
eles estão vivendo, sendo comum o desencontro na caracterização do
relacionamento, mormente quando estão em crise, ou se separando. Surgem, então,
as opiniões não coincidentes, variando entre: casado, ficando, rolo, namorando,
coabitando, experimentando, união estável, convivendo, juntos, etc.
É
evidente que falta um varal onde se coloquem gradualmente os compromissos,
facilitando melhor ao casal situar a sua relação, dispondo, assim, de maior
clareza sobre as etapas em que se desenvolve o aprofundamento dos laços
afetivos, e permitindo, desse modo, a assunção de responsabilidades
proporcionais e em caráter de reciprocidade.
Fonte: CASAMENTO: A ARTE DO REENCONTRO – ALBERTO
ALMEIDA
imagem: google
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