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CONHEÇA O ESPIRITISMO - blog de divulgação da doutrina espírita


quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

A REENCARNAÇÃO DOS ANIMAIS


P: Gostaria que fossem comentados os processos reencarnatórios dos animais e suas diferenças entre nós, humanos.
R: Nos livros de André Luiz encontramos relatos sobre a preparação para a reencarnação de pessoas e, curiosamente, ele perguntou ao seu mentor se para os animais os processos reencarnatórios seriam diferentes. Como resposta foi dito que para os animais as condições e os processos são idênticos aos dos humanos. Não há razão para ficarmos surpresos com isso, porque reencarnamos infinitas vezes como animais e depois como seres humanos. A única diferença que existe entre os processos reencarnatórios dos animais e os nossos é somente a forma do corpo e o tratamento individual, que é uma constante para os seres humanos, mas que para os animais nem sempre é assim.
Quando retornamos ao mundo espiritual, nosso corpo espiritual, que é composto por células espirituais, se contrai. Elas se comprimem umas contra as outras e se fundem. Ao se fundirem, adquirem formas cada vez mais simples e tornam formas mínimas (miniaturização do corpo espiritual), podendo chegar a ter o forma de umas poucas células, quando estão prontas a retornarem ao plano físico. Quando atinge o ponto adequado de miniaturização, este corpo espiritual é conectado ao corpo físico da mãe ou do instrumento gerador físico (ovo, por exemplo) no qual o processo de miniaturização se inverte e as células começam a se descontrair e dão a forma ao corpo em que se desenvolverão. O novo embrião, resultante desta descontração de corpos celulares, passa por fases de desenvolvimento celular inversa ao que passou na etapa de miniaturização e se torna um novo corpo. Este, ao envelhecer, perde a vitalidade e é abandonado, no momento da morte, pelo Espírito que volta ao Mundo Espiritual para reiniciar o processo reencarnatório. Todo esse procedimento ocorre também conosco.

Marcel Benedeti – Site Comunidade Espírita

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quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

A GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA III


Na adolescência, os sentimentos ainda não estão maduros e o desconhecimento da função sexual é total, o ato não corresponde à expectativa ansiosa do adolescente, que se sente defraudado, receando novas experiências, ou precipitando-se em outras tantas a fim de descobrir os encantamentos a que as demais pessoas se referem com entusiasmo e que ele não vivenciou.
A educação sexual, portanto, tem regime de grande urgência, ao lado de um programa de dignificação da função genésica muito barateada por personagens atormentadas, que se tornam líderes da massa juvenil, e que, fugindo dos próprios conflitos perturbadores, estimulam-lhes o uso desordenado. Outras vezes, mediante caricaturas perversas, procuram influir na conduta juvenil, massificando todos no mesmo nível de comportamento estranho e inquietador, deixando-os insaciáveis e cínicos, enquanto afirmam que a única função da vida é o prazer imediato, sendo o sexo a válvula de escapamento para a insegurança, a insatisfação emocional e o fracasso de que se sentem possuídos, mesmo quando se sentam nos tronos dos triunfos ilusórios que a mídia lhes proporciona, sem os realizarem interiormente.
A maternidade é o momento superior de dignificação da mulher, quando todos os valores do sentimento e da razão se conjugam para o engrandecimento da vida. Faltando, à adolescente, experiência e conhecimento dos valores existenciais durante a gravidez, o período é atormentado, sendo transmitido ao feto inquietação e desassossego, quando não a revolta pela concepção indesejada.
Raramente acontece o fenômeno da compenetração maternal, quando se trata de Espírito afim, que volve ao regaço da afetividade de maneira inesperada, recompondo o passado de lutas e desares, com que ambos se encontram nos caminhos do amor: mãe e filho.
A maternidade na adolescência é dos mais tormentosos fenômenos que o sexo irresponsável produz, face às conseqüências que gera.
Orientar o adolescente quanto aos valores do sexo, ante a vida e o amor, é dever que todos os indivíduos se devem impor, auxiliando a mentalidade juvenil a encontrar o rumo de segurança para a felicidade, sem as cargas aflitivas provindas da leviandade do período anterior.

ADOLESCÊNCIA E VIDA                                       
DIVALDO PEREIRA FRANCO/JOANNA DI ÂNGELIS       


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terça-feira, 29 de janeiro de 2013

A GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA II


Urgem atitudes que possam despertar os adolescentes para a utilização do sexo com responsabilidade, na idade adequada, quando houver equilíbrio fisicopsíquico, amadurecimento emocional com a competente dose de compreensão dos efeitos que decorrem das uniões dessa natureza.
O sexo é um órgão com função específica e portador de exigências graves na área dos deveres, que aparecem como conseqüência do seu uso.
Quando utilizado com insensatez, sem o contributo da razão, por desejos infrenes, ao envolver os parceiros estabelece um vínculo emocional que não deve ser rompido levianamente. Muitas tragédias dos sentimentos têm início nas rupturas abruptas da afetividade despertada pelo interesse sexual. Pode uma das pessoas não estar realmente interessada na outra, não obstante a recíproca pode não ser verdadeira, e, ao sentir-se a sós, aquele que se encontra abandonado passa a experimentar tormentos e conflitos muito perturbadores, quando não se rebela contra a função sexual, gerando problemas mais profundos, que irão comprometer-lhe toda a existência, em razão da leviandade de quem se foi, indiferente pelo destino de quem ficou...
Na adolescência, porque os interesses giram em torno da identidade, da sexualidade, da afirmação da personalidade, além de outros, a atração entre os jovens é inevitável, produzindo grande empatia e estímulos que devem ser cultivados, porquanto isso faz parte da formação do seu conceito de sociedade e de auto-realização. Todavia, é indispensável insistir quanto aos cuidados que devem ser tomados pelos moços em razão da precipitação em assumir atitudes e compromissos para os quais não estão preparados, tornando-se fáceis vítimas da imprudência e do desconhecimento.

(continua)

ADOLESCÊNCIA E VIDA                               
DIVALDO PEREIRA FRANCO/JOANNA DI ÂNGELIS       


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segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

A GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA I


A gravidez na adolescência é um dos grandes problemas-desafio da atualidade, em razão do número crescente de jovens despreparadas para a maternidade, que se deparam em situação deveras perturbadora, gerando grave comprometimento social.
Dominados pela curiosidade e espicaçados por uma bem urdida estimulação precoce, que faculta a promiscuidade dos relacionamentos, os adolescentes facilmente se entregam às experiências sexuais sem nenhuma preparação psicológica, menos ainda responsabilidade de natureza moral.
Desconhecendo os fatores propiciatórios da fecundação e sem qualquer orientação cultural em torno do intercâmbio sexual, permitem-se o intercurso dessa natureza com sofreguidão e sob conflitos, tendo de enfrentar o gravame da concepção fetal.
Ao darem-se conta da ocorrência inesperada, recorrem a expedientes perigosos, a pessoas inescrupulosas, quase sempre interessadas na exploração da ignorância, e culminam na execução do crime covarde do aborto clandestino, com todos os riscos decorrentes dessa atitude cruel.
Iniciada a malfadada fuga, novas ocorrências criminosas têm lugar, porque o adolescente perde a identidade moral e, aturdido, deixa-se arrastar a novos tentames, cujos resultados são sempre infelizes. Quando isso não ocorre, porque destituídos do sentimento de amor, que os poderia unir, são as futuras mães deixadas a mercê da família ou da própria sorte, trazendo ao mundo os desamparados rebentos que experimentarão a orfandade, não obstante os pais desorientados permaneçam vivos.
Despertando lentamente para os sentimentos mais graves, e dando-se conta da alucinação juvenil, agora irreversível, essas jovens imaturas e frustradas atiram-se nos resvaladouros do descalabro, perdendo o senso da dignidade feminina e tornando-se objetos de fácil posse, quando não recorrem às fugas desordenadas pelas drogas químicas, pelo álcool, pela prostituição destruidora.

ADOLESCÊNCIA E VIDA                               
DIVALDO PEREIRA FRANCO/JOANNA DI ÂNGELIS       


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domingo, 27 de janeiro de 2013

A PARÁBOLA DO CREDOR INCOMPASSIVO

         Há muito tempo e muito longe daqui, havia um rei que governava um grande e rico país.
Esse rei tinha muitos ministros que se conside­ravam seus servos, tão grande era o poder de seu grande chefe.
Cada ministro exercia uma tarefa e uma função determinada no governo daquele país.
Um dia, o rei chamou os seus servidores (que eram os tesoureiros e oficiais de sua corte) para fazer contas com ele. Todos teriam que prestar contas ao monarca. Alguns haviam feito empréstimos e era chegada a hora de pagar suas dívidas ao rei.
Chegou, primeiramente, um importante servidor, que era uma espécie de tesoureiro do reino. Feito o balanço, foi verificado que ele devia ao rei a grande quantia de dez mil talentos. (O talento era uma moe­da antiga que valia muito). A dívida total do ministro era enorme, que ele ha­via retirado do tesouro real para suas despesas extra­vagantes de homem pródigo.
Esse oficial gastara no jogo e no luxo essa quan­tia fabulosa e agora não tinha possibilidade de pa­gar sua dívida ao rei.
Naquele tempo, as leis dos países orientais orde­navam que fosse vendido, juntamente com sua espo­sa, seus filhos e seus bens, aquele que não pudesse pagar suas dívidas ou restituir seus roubos. Foi o que o rei fez. O seu ministro não tinha com que pagar o débito. O rei, então, ordenou que ele, sua esposa e seus filhos fossem vendidos para pagamento da dívida.
Ouvindo o julgamento do rei, o grande servidor ajoelhou-se diante dele e suplicou-lhe, entre lágrimas e lamentações:
—  Senhor, tem piedade, tem paciência comigo. Eu trabalharei e te pagarei tudo.
O  soberano encheu-se de compaixão por aquele infeliz homem, que gastara loucamente seu dinheiro e agora estava reduzido à miséria. E perdoou-lhe a dívida.
O  tesoureiro saiu do palácio real com o coração aliviado pelo perdão de seu senhor. Era agora um pobre, estava reduzido à miséria, mas, estava em liberdade e sentia-se feliz: tinha sua mulher, seus filhos e sua casa. Haveria de trabalhar para viver, trabalharia muito — pensou...
Não muito longe do palácio, encontrou, no en­tanto, um pobre servidor do rei, a quem, há muito tempo, ele emprestara a pequena quantia de cem denários, que seria uma quantia pequena.
O  tesoureiro do rei estava na miséria... E ali estava, a poucos passos dele, alguém que lhe devia algum dinheiro...
Esquecendo-se do perdão do bondoso rei, que ti­vera compaixão dele, o tesoureiro avançou para o pobre homem e, segurando-o pela garganta, sem a menor piedade, foi-lhe gritando:
—  Paga o que me deves... Paga-me os cem dená­rios, já, sem demora...
E, cruelmente, sufocava o pobre servidor do pa­lácio. Este conseguiu ajoelhar-se diante do tesoureiro e, chorando, sem forças, suplicou:
—    Senhor, tem piedade, tem paciência comigo. Eu trabalharei e te pagarei tudo.          Mas, o tesoureiro era um homem duro de cora­ção e não atendeu ao pobre devedor. Esqueceu-se de que, momentos antes, ele estava na mesma situação, com uma dívida imensamente maior e fora perdoado pelo rei... Mandou prender o infeliz companheiro até que lhe pagasse a dívida.
Aconteceu, porém, uma coisa que o tesoureiro não esperava. Alguns oficiais da corte, que assis­tiram à cena do perdão do soberano, passavam pela rua justamente no momento em que o tesoureiro apertava a garganta do seu pobre devedor e este lhe suplicava inutilmente misericórdia.
Os oficiais ficaram profundamente tristes quan­do viram o pobre devedor ser levado para a prisão, por uma dívida tão pequena, por ordem de quem havia sido perdoado por uma dívida tão grande. E, imediatamente, voltaram à presença de Sua Majes­tade para contar-lhe tudo que viram e ouviram.
Então, o rei mandou que seus soldados fossem buscar o tesoureiro. Quando este chegou diante do trono, muito amedrontado e acovardado, o rei lhe disse:
— Servo malvado, eu perdoei a tua dívida porque me suplicaste; não devias tu, igualmente, ter com­paixão de teu devedor como eu tive de ti? Mas, como és maldoso e não tiveste misericórdia de teu próximo, não mereces a liberdade. Irás para a prisão até paga­res tudo que me deves.
(Mateus, capítulo 18º, versículos 23 a 35)


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Termina Jesus a Parábola dizendo, numa adver­tência que não se deve esquecer: “Assim vos fará também meu Pai Celestial, se do coração não per­doardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas.
Nesta parábola, o rei representa Deus, que é o Rei do Universo. Ele nos tem perdoado uma dívida imensa. Nossa presença na Terra (nossa atual encarnação) signi­fica um aspecto do imenso perdão de Deus para co­nosco. Imensa era nossa dívida para com Deus (tal como a do tesoureiro), dívida representada pelas nossas muitas culpas e pecados através de muitas encarnações. Deus nos oferece, agora, o Seu Perdão através de nova oportunidade, nesta atual existên­cia, para nos corrigirmos e buscarmos a perfeição de nossos espíritos.
       Lembremo-nos sempre do Perdão Divino, sobre­tudo quando formos ofendidos por alguém. Por maior que seja a ofensa que alguém nos faça (calúnia, per­seguição, intriga, brutalidade, etc.), lembremo-nos de que muito mais temos ofendido a Lei Divina com as nossas rebeldias, nesta vida atual e em nossas exis­tências passadas.
       Por maior que seja a maldade que alguém nos faça, saibamos perdoar-lhe essa dívida moral, recor­dando a parábola. Pensemos assim: qualquer ofen­sa, por maior que seja, não passa de cem denários, se ela pudesse ser calculada em dinheiro. E pensemos também, usando a mesma comparação, que nossa dívida para com Deus é infinitamente maior: é de dez mil talentos!...
       Saibamos perdoar sempre, qualquer que seja a ofensa, que é sempre pequena comparada com as ofensas que temos feito à Divina Majestade de nosso Rei do Céu.

Do livro: HISTÓRIAS QUE JESUS CONTOU
CLÓVIS TAVARES                                          

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sábado, 26 de janeiro de 2013

LEI DE JUSTIÇA, AMOR E CARIDADE - Conhece-te a Ti Mesmo II


Aquele que, possuído do propósito de melhorar-se, a fim de extirpar de si os maus pendores, como de seu jardim arranca as ervas daninhas, evocasse todas as noites as ações que praticara durante o dia e inquirisse de si próprio o bem ou o mal que houvera feito, grande força adquiriria para aperfeiçoar-se porque, crede-me, Deus o assistiria. Dirigi, pois, a vós mesmos, questões nítidas e precisas, interrogai-vos sobre o que tendes feito e com que objetivo procedestes em tal ou qual circunstância, sobre se obrastes alguma ação que não ousaríeis confessar. Perguntai ainda mais: se aprouvesse a Deus chamar-me neste momento, teria que temer o olhar de alguém, ao entrar de novo no mundo dos espíritos, onde nada de novo no mundo dos espíritos, onde nada pode ser ocultado? Examinai o que puderdes ter obrado contra Deus, depois contra o vosso próximo e, finalmente, contra vós mesmos. As respostas vos darão, ou o descanso para a vossa consciência, ou a indicação de um mal que precise ser curado. Não trabalhais todos os dias com o fito de juntar haveres que vos garantam repouso na velhice? Não constitui esse repouso o fim que nos faz suportar fadigas e privações temporárias? Pois bem! Que é esse descanso de alguns dias, turbado sempre pelas enfermidades do corpo, em comparação com o que espera o homem de bem?
                Não acha que vale a pena por em prática tão preciosa recomendações?

Do Livro: As Leis Morais – Rodolfo Calligaris


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sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

LEI DE JUSTIÇA, AMOR E CARIDADE - Conhece-te a Ti Mesmo I


     A felicidade foi, é e será sempre a maior e a mais profunda aspiração do homem.
                Ninguém há que não deseje conquistá-la, tê-la como companheira inseparável de sua existência.
                Raros, no entanto, aqueles que a tem conseguido.
                É que grande parte dos terrícolas, não se conhecendo a si mesmos, quais imagem e semelhança de Deus, e ignorando os altos destinos para que foram criados, não compreendem ainda que a verdadeira felicidade na consiste na posse nem no desfrute de algo que o mundo nos possa dar e que, em nos sendo negado ou retirado, nos torna infelizes.
                Com efeito, aquilo que venha  de fora ou dependa de outrem (bens materiais, poder, fama, glória, comprazimento dos sentidos, etc.) é precário, instável, contingente. Não nos pode oferecer, por conseguinte, nenhuma garantia de continuidade. Além disso, conduz fatalmente à desilusão, ao fastio, à vacuidade.
                O reino dos céus está dentro de vós, proclamou Jesus.
                Importa, então, que cultivemos nossa alma, a pérola de subido preço de que nos fala a parábola, e cuja aquisição compensa o sacrifício de todos os tesouros de menor valor a que nos temos apegado, porquanto é na auto-realização espiritual, no aprimoramento de nosso próprio ser, que haveremos de encontrar a plenitude da paz e da alegria com que sonhamos.
                Tanto aqui na Terra como no outro lado da vida, a felicidade é inerente e proporcional ao grau de pureza e de progresso moral de cada um.
                Toda imperfeição – di-lo Kardec – é causa de sofrimento e de privação de gozo, do mesmo modo que toda perfeição adquirida é fonte de gozo e atenuante de sofrimentos. Não há uma só ação, um só pensamento mau que não acarrete funestas e inevitáveis conseqüências, como não há uma só qualidade boa que se perca. Destarte, a alma que tem dez imperfeições, por exemplo, sofre mais do que a que tem três ou quatro; e quando dessas dez imperfeições não lhe restar mais que metade ou um quarto, menos sofrerá. De todo extintas, a alma será perfeitamente feliz.
                Pela natureza dos seus sofrimentos e vicissitudes na vida corpórea, pode cada qual conhecera a natureza das fraquezas e mazelas de que se ressente e, conhecendo-as, esforçar-se no sentido de vencê-las, caminhando, assim, para a felicidade completa reservada aos justos.
                É verdade que esse autoconhecimento não é muito fácil, já que nosso amor-próprio sempre atenua as faltas que cometemos, tornando-as desculpáveis, assim como rotula como qualidades meritórias o que não passa de vícios e paixões.
                Urge, porém, que aprendamos a ser sinceros com nós mesmos e procuremos aquilatar o real valor de nossas ações, indagando-nos como as qualificaríamos se praticadas por outrem.
                Se forem censuráveis em outra pessoa, também o serão em nós, eis que Deus não usa de duas medidas na aplicação de Sua justiça.
                Será útil conhecermos, igualmente, qual o juízo que delas fazem os outros, principalmente aqueles que não pertencem ao círculo de nossas amizades, porque, livres de qualquer constrangimento, podem estes expressar-se com mais franqueza.

(continua)

Do Livro: As Leis Morais – Rodolfo Calligaris

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quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

LEI DE JUSTIÇA, AMOR E CARIDADE - As Paixões II


Muito natural o nosso desejo de preparar dias melhores para nós e a nossa família, bem assim as lutas a que nos entregamos e os sacrifícios que nos impomos, visando a tal objetivo. Todavia, é preciso que essa preocupação pelo futuro não ultrapasse os limites do razoável, para que não se converta em obsessão.
                A recreação, por outro lado, é uma exigência de nossos espírito, e os entretenimentos ocasionais valem por excelentes fatores de higiene mental. Infelizes, no entanto, os que, seduzidos pelas emoções de uma partida de baralho ou de víspora, pelo lucro fácil de um lance na roleta, ou quejandos, se deixem dominar pelo jogo! A desgraça não tardará a abatê-los, como abatidos tem sido todos quantos se escravizam a essa terrível viciação.
                Calor excessivo ou frio intenso podem forçar-nos , vez por outra, a um refrigerante gelado ou a uma dose alcoólica, com o que nos dessedentamos, ou nos reconfortamos gostosamente. Mas todo cuidado será ouço para não descambarmos para a bebedice, pois seus malefícios, provam-no as estatísticas, assumem características de verdadeiro flagelo social.
                Todos nós sentimos necessidade de dar e receber carinho, já que ninguém consegue ser feliz sem isso. É de todo conveniente, entretanto, repartir nosso afeto com os que pertencem ao nosso afeto com os que pertencem ao nosso círculo familiar, estendê-lo a amigos e outros semelhantes, evitando concentrá-lo em uma só pessoa, fazendo depender unicamente dela o nosso interesse pela vida, pois, ao perder esse alguém, poderemos sofrer um golpe doloroso demais para ser suportado sem perda do equilíbrio espiritual.
                Não há quem não deseje autoafirmar-se, mediante a realização de algo que corresponda às suas tendências dominantes, e daí porque alguns se atiram, com inusitado entusiasmo, a determinados estudos, outros se empolgam na  procura ou no apuramento de uma nova técnica com que sonham projetar-se na especialidade de sua predileção, e outros ainda descuidam de tudo e de todos para devotar-se, inteiramente, às atividades artísticas ou científicas que os abrasam. Importa, porém, acautelar-nos com o perigo do monoideísmo, responsável por neuroses ou insânias de difícil recuperação.
                Como se vê, o princípio das paixões nada tem de mau, visto que assenta numa das condições providenciais de nossa existência, podendo inclusive, em certos casos e enquanto governadas, levar o homem a feitos nobilitantes.
                Todo mal reside no abuso que delas se faz.
                Urge, portanto, que, na procura do melhor, do que nos traga maior soma de gozo, aprendamos a respeitar as leis da vida, para que elas, inexoráveis como são, não se voltem contra nós, compelindo-nos a penosos processos de reajuste e reequilíbrio.

Do Livro: As Leis Morais – Rodolfo Calligaris


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quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

LEI DE JUSTIÇA, AMOR E CARIDADE - As Paixões I


Todas as paixões tem como princípio originário uma necessidade ou um sentimento natural, colocados em nosso âmago com o fim de estimular-nos ao trabalho e à conquista da felicidade.
                Deus é amor e, ao criar-nos, fez-nos participantes de Sua natureza, isto é, dotados dessa virtude por excelência, carecendo apenas que a desenvolvamos e a depuremos, até a sublimação.
                Houve por bem, então, tornar-nos, sensíveis aos prazer para que cada um de nós, buscando-o, cultivasse o amor a si mesmo, para, numa outra etapa, ser capaz de estender esse amor aos semelhantes.
                Pode parecer que a busca do prazer pessoal seja uma forma errônea, por sumamente egoísta, para que possa conduzir-nos à efetivação desse grandioso desiderato. Deus, porém, em Sua onisciência, sempre escolhe os melhores caminhos possíveis para o nosso progresso, e se assim há determinado é porque sabe que, sem experimentarmos, antes, quanto é bom o amor que nos devotamos e ao qual tudo sacrificamos, jamais chegaríamos ao extremo oposto, de sacrificar-nos por amor a outrem.
                Os gozos que o mundo nos proporciona, entretanto, são regulados por leis divinas, que lhes estabelecem limites em função das reais necessidades de nosso corpo físico e dos justos anseios de nossa alma, e transpô-los ocasiona conseqüências tanto mais funestas quanto maiores sejam os desmandos cometidos.
                Nisto, como em todo aprendizado que lhe cumpra fazer, seja de um ofício, de uma arte, ou do exercício de um poder qualquer, o homem começa causando, a si mesmo e ao próximo, mais prejuízos que benefícios.
                É que, em sua imensa ignorância, não sabe distinguir o uso do abuso, exagera suas necessidades e sentimentos, e é aí, no excesso, que aquelas e estes se transformam em paixões, provocando perturbações danosas ao seu organismo e ao seu psiquismo.
                Apresentemos alguns exemplos:
                Alimentar-nos é um imperativo da natureza, cujo atendimento é coisa que nos dá grande satisfação. Quantos, entretanto, façam dos prazeres da mesa a razão de sua existência, rendendo-se à glutoraria, mais dias, menos dias, terão que pagar, com a enfermidade, senão mesmo com a morte, o preço desse mau hábito.

(continua)

Do Livro: As Leis Morais – Rodolfo Calligaris
                

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segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

LEI DE JUSTIÇA, AMOR E CARIDADE - Esmola e Caridade II


Escusam-se muitos de não poderem ser caridosos, alegando precariedade de bens, como se a caridade se reduzisse a dar de comer aos famintos, dar de beber aos sedentos, vestir os nus e proporcionar um teto aos desabrigados.
                Além dessa caridade, de ordem material, outra existe – a moral, que não implica o gasto de um centavo sequer e, não obstante, é a mais difícil de ser praticada.
                Várias circunstâncias poderiam ser lembradas em que, uma amizade sincera, um gesto fraterno ou uma simples demonstração de simpatia, seriam expressões inequívocas da maior de todas as virtudes.
                Nós, porém, quase não nos apercebemos dessas oportunidades que se nos apresentam, a todo instante, para fazermos a caridade.
                É porque esse tipo de caridade não transpõe as fronteiras de nosso mundo interior, não transparece, não chama a atenção, nem provoca glorificações.
                Nós traímos, empregamos a violência, tratamos os outros com leviandade, desconfiamos, fazemos comentários de má fé, compartilhamos do erro e da fraude, mostramo-nos intolerantes, alimentamos ódios, praticamos vinganças, fomentamos intrigas, espalhamos inquietações, desencorajamos iniciativas nobres, regozijamo-nos com a impostura, prejudicamos interesses alheios, exploramos os nossos semelhantes, tiranizamos subalternos e familiares, desperdiçamos fortunas no vício e no luxo, transgredimos, enfim, todos os preceitos da caridade, e, quando cedemos algumas migalhas do que nos sobra ou prestamos algum serviço, raras vezes agimos sob a inspiração do amor ao próximo; via de regra fazemo-lo por mera ostentação, ou por amor a nós mesmos, isto é, tendo em mira o recebimento de recompensas celestiais.
                Quão longe estamos de possuir a verdadeira caridade!
                Somos, ainda, demasiadamente egoístas e miseravelmente desprovidos do espírito de renúncia para praticá-la.
                Mister se faz, porém, que a exercitemos, que aprendamos a dar ou sacrificar algo de nós mesmos em benefício de nossos semelhantes, porque “a caridade é o cumprimento da Lei.”

Do Livro: As Leis Morais – Rodolfo Calligaris


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domingo, 20 de janeiro de 2013

LEI DE JUSTIÇA, AMOR E CARIDADE - Esmola e Caridade I


Esmola e caridade são tas, por alguns, como uma só e mesma coisa, enquanto para outros a primeira seria apenas uma faceta da segunda, ou melhor, uma de suas múltiplas manifestações.
                Por outro lado, há quem considere a esmola um constrangimento para aquele que a dá e uma humilhação para o que a recebe, negando, assim, seu caráter filantrópico.
                Do ponto de vista espírita, pode haver: esmola sem caridade, esmola com caridade e caridade sem esmola, dependendo tudo dos sentimentos que acompanhem ou inspirem o modo de agir das criaturas.
                Conceituemos, esmola, é a coisa que se dá, enquanto caridade é essencialmente amor, não amor na os mesmos (egoísmo), mas amor ao próximo (altruísmo).
                Dentre as esmolas sem caridade incluem-se as doações arrancadas contra a vontade, por injunções a que, a pesar seu, a vítima não pode resistir nem esquivar-se; os auxílios dados com fins propagandísticos, seja para fazer cartaz em períodos preeleitorais, seja para exaltação da própria personalidade, visando a granjear fama de sento ou de benemérito; os donativos feitos com total indiferença pala sua aplicação, assim como quem atira fora a ponta de seu charuto, etc.
                As esmolas com caridade, a seu turno, compreendem uma escala progressiva de mérito, não evidentemente em função do quantum distribuído, mas sim dos estados de ama, que lhes sejam intrínsecos. Em outras palavras, isto quer dizer que a esmola será tanto mais meritória aos olhos de Deus quanto mais puro seja o seu conteúdo caritativo, isto é, quanto mais às escondidas seja feita, quanto mais delicadeza encerra, quanto mais abnegação expresse e quanto menos vergonha cause a quem a recebe.
                No primeiro degrau situam-se os óbolos concedidos de boa vontade, quando solicitados, esperando os doadores provas de gratidão dos infelizes aos quais favoreceram.
                No segundo, as esmolas da mesma espécie, cujos autores, conquanto não contem com a gratidão imediata dos homens, tem como certo tornarem-se merecedores do mparaíso por causa delas.
                No terceiro, as espontâneas, porém não na justa medida dos recursos de que disponha o esmoler.
                No quarto, as dadas com alegria e em acordo com as possibilidades de quem as dá, mas de forma que o favorecido saiba a procedência do favor recebido.
                No quinto, idem, mas já sem que o beneficiado tenha conhecimento de quem seja o seu benfeitor.
                No sexto, aquelas que se realizam em absoluto anonimato e de maneira tal que nem o dispensador de benefícios conheça individualmente seus beneficiários, nem estes possam identificar o filantropo que os ajuda.
                No sétimo, aquelas que, ao invés de simplesmente socorrer os pobres, os enfermos, enfim, os necessitados de todos os matizes, concorram para eliminar a pobreza, a enfermidade e os demais aspectos da miséria humana, ensejando novas e mais amplas oportunidades de educação e trabalho, elevando física, mental, espiritual e socialmente os párias de todo mundo, para que se promovam, sintam-se gente como nós e experimentem, cada vez mais, a alegria de viver.
                A caridade sem esmola, consiste no cultiva das virtudes cristãs, que são filhas od amor, havendo para todos inúmeras formas de exercitá-las.
                Do nababo ao mendigo, ninguém há que, no pleno gozo de suas faculdades, não possa prestar um serviço qualquer, prodigalizar um consolo, minorar um sofrimento físico ou moral, fazer um esforço útil.
                Podendo, como pode, o ouro amoedado, transformar-se em toda sorte de bens  utilidades de consumo é, sem dúvida, um precioso elemento de que a caridade sói lançar mãos nas tarefas do bem; nem sempre, entretanto, é ele o recurso mais apropriado para estancar lágrimas, curar feridas e dirimir aflições, pois qualidades do coração valem mais ou operam melhor que todas as riquezas materiais.

Do Livro: As Leis Morais – Rodolfo Calligaris


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sábado, 19 de janeiro de 2013

LEI DE JUSTIÇA, AMOR E CARIDADE - O Direito de Propriedade


O direito de viver é o primeiro de todos os direitos do homem, cabendo-lhe, subsequentemente, também o de acumular bens que lhe permitam repousar quando não mais possa trabalhar.
                Se todos os homens fossem previdentes e, ao invés de malgastar seus rendimentos no vício e no luxo, tratassem de formar um pecúlio com que assegurar a tranqüilidade de sua velhice, a sociedade não teria que arcar, como hoje acontece, com o pesado ônus da manutenção de tantas criaturas que chegam ao fim de seus dias na maior indigência, precisadas de teto, alimento, agasalho, remédio, etc.
                O desejo de possuir, com o fim de resguardar-se das incertezas do futuro, não justifica, entretanto, os meios que certos homens soem empregar para conseguir bens de fortuna.
                Propriedade legítima só é aquela que foi conseguida por meio do trabalho honesto, sem prejuízo de ninguém.
                Ora, se se pudesse investigar a origem de muitas fortunas acumuladas nas mãos de determinadas famílias, verificar-se-ia, com horror, que são frutos de roubos vergonhosos, traficância infames e crimes execráveis.
                O tempo, porém, tudo santifica, de sorte que, após algumas gerações, tais haveres se transformam em sagrado e inviolável patrimônio, defendido com unhas e dente pelos netos e bisnetos dos ladrões, traficantes e criminosos que o erigiram.
                Não raro, essas fortunas se transferem, por herança, a pessoas que solicitaram, no plano espiritual, a oportunidade de voltar ao proscênio da Terra para dar-lhes uma aplicação nobre, proporcionando assim uma reparação aqueles que inicialmente as adquiriram mal, reparação essa que, se efetuada, lhes suavizaria os remordimentos de consciência.
                Quase sempre, todavia, não resistem ao fascínio das riquezas e, longe de corresponderem ao que delas se esperava, deixam-se tomar pela cobiça, tratando de aumentar, egoisticamente, aquilo que receberam.
                Neste mundo e no grau evolutivo em que nos encontramos, a aquisição e a defesa da propriedade individual devem e precisam ser consagradas, porque a ambição é, e tão cedo não deixará de sê-lo, um dos mais fortes sentimentos humanos, constituindo-se, mesmo, em mola propulsora do progresso.
                Pretender-se que, a curto prazo, o homem renuncie aos interesses pessoais em nome de um ideal igualitário, é desconhecer-lhe a natureza e esperar o impossível.
                O que de melhor se deve fazer é aperfeiçoar nossas leis, criando condições para que aumente o número de proprietários, mediante uma participação mais equitativa da riqueza.
                À medida que se adianta espiritualmente, o homem passa a compreender que, em última análise, ninguém é dono de nada, pois tudo pertence a Deus, sendo, todos nós, meros usufrutuários dos bens terrenos, já que eles não poderão seguir conosco, de forma alguma, além das fronteiras da morte. Por conseguinte, se a Providência no-los confia, por determinado período, não é para que os utilizemos em proveito exclusivamente familiar, pás para que aprendamos a movimentá-los em benefício de todos, dando-lhes uma função social.
                Filhos que somos do Pai Celestial e portanto co-herdeiros do Universo, dia virá quando, libertos, por merecimento, do ciclo de reencarnações em mundos grosseiros como o nosso, haveremos de tornar-nos puros espíritos, tendo por morada as suaves maravilhosas esferas siderais.
                Será, então, com imensa autopiedade que nos recordaremos desta frase de nossa evolução em que tão grande é o nosso apego a uns pedaçinhos de chão lamacento e tão desesperada a nossa luta por uns papeizinhos coloridos, estampados na casa da moeda.

Do Livro: As Leis Morais – Rodolfo Calligaris        


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sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

LEI E JUSTIÇA, AMOR E CARIDADE


Direito e justiça deveriam ser sinônimos perfeitos, ou seja, deveriam expressar a mesma virtude, pois, se aquele significa o que é justo, esta se traduz por conformidade com o direito.
                Lamentavelmente, porém, aqui na Terra, direito e justiça nem sempre se correspondem, porque, ignorando ou desprezando a Lei de Deus, outorgada para a felicidade universal, a justiça humana há feito leis prescrevendo como direitos umas tantas práticas que favorecem apenas os ricos e poderosos, em detrimento dos pobres e dos fracos, o que implica tremenda iniqüidade, assim como há concedido a alguns certas prerrogativas que de forma nenhuma poderiam ser generalizadas, constituindo-se, por conseguinte, em privilégios, quando se sabe que todo privilégio é contrário ao direito comum.
                Ora, esses modos de agir, conquanto baseados na jurisprudência terrena, não se harmonizam com a verdadeira justiça, a justiça natural, que o divino mestre Jesus sintetizou na máxima: Tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-o também vós a eles (Mat. 7:12).
                Se aplicássemos em nossas relações sociais, em toda e qualquer circunstância, jamais erraríamos. Ninguém deseja para si senão o que é agradável, bom e útil; assim, se cada qual procedesse com seus irmãos de conformidade com aquela regra, é evidente que só lhes faria o bem, resultando da a extinção do egoísmo, que é a causa mater de quase todos os atritos e conflitos que infelicitam a humanidade.
                Em todos os tempos e sob o império de todas as crenças o homem sempre se esforçou para que prevalecesse o seu direito pessoal. A sublimidade da religião cristã está em que ela tomou o direito pessoal por base do direito do próximo.
                Talvez nos digam que se os homens atribuírem a si mesmos, indistintamente, iguais direitos, a hierarquia de poderes será desfeita e então o caos, e não a ordem, é que prevalecerá no complexo social.
                Respondemos com as vozes do Alto:
                “Os direitos naturais são os mesmos para todos os homens, desde os de condição mais humilde até os de posição mais elevada. Deus não fez uns de limo mais puro do que o de que se serviu para fazer os outros, e todos, aos seus olhos, são iguais. Esses direitos são eternos. Os que o homem estabeleceu perecem com as suas instituições. Demais, cada um sente bem a sua força ou a sua fraqueza e saberá sempre ter uma certa deferência para com os que a mereçam por suas virtudes, é importante acentuar isto, para que os que se julgam superiores conheçam seus deveres, a fim de merecer essas deferências. A subordinação não se achará comprometida, quando a autoridade for deferida á sabedoria”. (Livro dos Espíritos q. 878)
                Com efeito, não há razão para temer-se que o reconhecimento da igualdade dos homens possa prejudicar a organização social.
                À medida que os homens progridem em moralidade, melhores concepções vão tendo acerca de tudo, de sorte que, quando o cristianismo se haja implantado, de verdade, em cada coração, o direito e a justiça confundir-se-ão finalmente, fundamentando-se numa só norma: ama a teu próximo como a ti mesmo, pois em tal consiste toda a Lei e os Profetas.
                                                                         
Do Livro: As Leis Morais – Rodolfo Calligaris        


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quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

GRITO LIBERTO


Quando você diz sim quando queria responder não, pode não se dar conta que está acumulando energia negativa que, a qualquer momento e que a qualquer momento poderá perder a paciência e jogar tudo para os ares.
                Possivelmente, essa explosão poderá acontecer no momento de uma situação banal. Esses “sapos” do dia a dia são atitudes “engolidas” por pessoas não-assertivas – aquelas com dificuldade de se expressar em grupo – e fazem mal à saúde! O comportamento de passividade será responsável por gerar sentimentos que permanecerão presos na garganta e que quando não manifestados por um tempo prolongado, poderão se transformar em crises nervosas e diminuição da imunidade fisiológica.
                Altos níveis de estresse, baixas autoestima e criatividade, instabilidade emocional, sentimentos autodestrutivos e até alteração na pressão arterial: esses sintomas são manifestados pelo organismo exatamente quando o indivíduo não se manifesta como deveria. Isso acontece porque o organismo libera substâncias, como a adrenalina, que, em excesso, favorecem o aparecimento de doenças autoimunes, resfriados, gastrites, infecções e até problemas cardiovasculares. O acúmulo das sensações provocadas pelo comportamento não-assertivo dão abertura para a entrada de crises emocionais e doenças oportunistas devido à queda da imunidade.
                O medo da reação alheia e a ansiedade também são vilões na vida dos não-assertivos. Esses comportamentos podem indicar que a pessoa está apenas querendo evitar possíveis confusões ou brigas, ou talvez buscando segurança para se expressar com atitudes mais sensatas e coerentes. Muitos queres planejar por um longo tempo a melhor maneira de mudar uma situação incômoda. Não significa que essa seja a estratégia para ser utilizada com freqüência. Se isso persiste por muito tempo e não tem essa função protetora, pode minar o potencial criativo e impedir o desenvolvimento.
                O que se passa na cabeça dos não-assertivos é que estão sendo contrariados. Eles sentem o incômodo de alguma situação, acham injusto, mas a aceitam. A incoerência entre os pensamentos e as atitudes gera desconforto e sofrimento que vão sendo guardados a cada novo episódio. É aí que acontecem os momentos de explosão e são acompanhados pela surpresa dos amigos, familiares, companheiros de trabalho ou estudos.
                Muitas vezes taxados como tranqüilos e passivos, os conhecidos por aceitar tudo e não confrontar nada acabam acumulando a frustração e raiva, além da insatisfação pela contrariedade não ser notada. Esses sentimentos reprimidos, que podem provocar a raiva e até transformar o indivíduo em alguém agressivo, também são responsáveis por uma enxurrada de hormônios de corticóides, que agem diretamente no cérebro, causando graves danos. A longo prazo, os efeitos são sérios, levam à instabilidade emocional e causam até a destruição de neurônios.
                Mas nem só de sapos e situações desagradáveis vivem as pessoas não-assertivas. A demonstração de bons sentimentos e a aceitação de elogios também mostram-se difíceis. No lugar do agradecimento, sempre aparecem frases do tipo “não mereço tanto”. Como elas sempre têm a expectativa e acham que têm de agradar a todos, acabam encontrando dificuldades para aceitar elogios. Tomar a iniciativa para dizer eu te amo, e demonstrar carinho, por exemplo, também leva tempo.
                Não significa que, a partir de agora, caso você esteja cansado de “engolir sapos”, seja preciso começar a “soltar os cachorros” com o primeiro que aproveitar da sua dificuldade de se fazer entender. Pelo contrário, o caminho para conseguir se manifestar de maneira mais saudável e sensata exige um novo aprendizado. O primeiro passo é começar a fazer esse treinamento nos pequenos aborrecimentos do dia a dia. Deve começar com pessoas próximas e ir subindo até chegar às hierarquias, seguindo, se preciso, orientações de um profissional. Vale também fazer exercícios de respiração e relaxamento, valorizar as atividades físicas, intelectuais, profissionais e sociais para mandar embora a insegurança de se expressar. Desde que sua opinião ou vontade sejam impostas com educação e clareza, não se preocupe, pois contrariar alguém não é pecado.

Extraído da revista Bem Estar – 6/11/2011
Encarte do Jornal Diário da Região – São José do Rio Preto


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quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

PROBLEMAS HUMANOS

      Os problemas humanos ou desafios existenciais fazem parte do organograma da evolução.
A criatura pensante é um ser incompleto ainda, em constante processo de aprimoramento, de trans­formações, em prolongado esforço para desenvolver os potenciais psicofísicos, parapsicológicos e mediú­nicos nela em latência.
Aferrada às impressões mais grosseiras do ego, face ao que considera como fatores indispensáveis à sobrevivência — valores materiais que propiciam ali­mentação, vestuário, repouso, prazer e tranqüilidade ante a doença e a velhice — desenvolve o apego e ex­terioriza o sentimento centralizador da posse, manten­do-se em alerta para a preservação desses bens, que lhe parecem de significado único, portanto, essenciais.
Qualquer ameaça, real ou imaginária, que possa produzir a perda, torna-se problema, que logo se in­corpora à conduta, gerando perturbação, desar.
Além desses, outros (problemas) há de natureza psicológica, como heranças reencarnacionistas, que ressumam em forma de fenômenos patológicos, in­quietadores.
Somem-se-lhes os que se derivam do inseguro in­ter-relacionamento pessoal, como decorrencia do que se consigna em condição de imperfeições da alma.
Os problemas enraízam-se, não raro, nos tecidos da malha delicada do psiquismo, avultando-se ou per­dendo o sentido, de acordo com as resistências fortes ou frágeis da personalidade individual.
O que a uns constitui gravame, aborrecimento, a outros não passa de insignificante acidente de percurso que estimula a marcha.
Quanto mais se valoriza o problema, mais vitali­dade se lhe oferece, aumentando-lhe a força de ação com os seus correspondentes efeitos.
Nas personalidades instáveis, normalmente os complexos psicológicos assumem as responsabilida­des pelas ocorrências problematizantes.
Quando algo em que se confia, ou do qual se es­pera resultado positivo, transforma-se em desastre, insucesso, o ego foge, escamoteia-o, por falta de cons­ciência lúcida, afirmando: Eu sou culpado.
A inferioridade psicológica desenvolve o comple­xo em que se refugia, e, mesmo quando em aparente conflito, nele se realiza, justifica-se, deixa de lutar.
Certamente, cada problema merece um tipo de atenção, de cuidado especial para a sua solução. Esse esforço deve ser natural, destituído dos estímulos ne­gativos do medo ou da ansiedade, de modo a analisar a situação conforme se apresente, e não consoante os fantasmas da insegurança desenhem na imagina­ção criativa — refúgio para a irresponsabilidade que não assume o papel que lhe diz respeito.
Em outros temperamentos, quando o problema se converte em dificuldade e ocorrência prejudicial, o ego estabelece: A culpa é do outro; ou da saúde; ou da fa­mília; ou do grupo social; ou da sociedade em geral, ou do destino...
Resolve-se a questão utilizando-se do complexo de superioridade, e mediante esta conduta coloca-se acima de qualquer suspeita de fragilidade, esconden­do-se nas justificativas de incompreendido, persegui­do, infeliz...
Evitando considerar o problema na sua real signi­ficação, passado o momento, compõe a consciência de culpa e esse mesmo ego recorre à condicional dos ver­bos, afligindo-se: Eu deveria ter feito de tal forma; eu poderia ter enfrentado; eu tentaria evitar...
Mecanismos perversos de imaturidade compõem a tecedura protetora do escapismo, para fugir das conseqüências dos problemas, cuja finalidade é tes­tar as possibilidades e valores de cada uma em par­ticular e de todas as criaturas em geral.
O problema humano, portanto, maior e mais ur­gente para ser eqüacionado, é a própria criatura.
Para consegui-lo, mister se torna o amadurecimen­to psicológico, decorrente do esforço sério e bem dire­cionado, do estudo do eu profundo e da sua busca in­cessante, que são as metas existenciais mais urgentes.
Na transitoriedade da condição humana, o eu pro­fundo deve emergir, desatando os inestimáveis recur­sos que lhe são inatos, graças aos quais o psiquismo comanda conscientemente a vida, abrindo o leque imenso das percepções paranormais.
Nesse elenco de registros parapsíquicos desabro­cham os recursos mediúnicos que propiciam o livre trânsito entre as duas esferas da vida: a física e a es­piritual.
Essa dilatação da capacidade parafísica propicia o mergulho do eu profundo — o Espírito — na causalida­de dos fenômenos humanos, assim interpretando, na origem, os problemas que sempre procedem das ex­periências anteriores.
Mesmo quando são atuais e começaram recente­mente, o ser que os enfrenta necessita deles, recupe­rando-se moralmente, trabalhando o amadurecimen­to, porquanto, o estado de infância psicológica de­corre da ausência de realizações evolutivas.
Ninguém permanece vivo sem o enfrentamento com os problemas, que existem para ser resolvidos, oferecendo o saldo positivo de evolução.

O SER CONSCIENTE - Divaldo Pereira Franco/Joanna de Ângelis


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terça-feira, 15 de janeiro de 2013

HISTÓRIA - Ainda Tomaremos um Café


O professor, diante de sua classe de filosofia, sem dizer uma só palavra pegou um pote de vidro, grande e vazio, e começou a enchê-lo com bolas de golf.
Em seguida, perguntou aos seus alunos se o frasco estava cheio e, imediatamente, todos disseram que sim.
O professor então pegou uma caixa de bolas de gude e a esvaziou dentro do pote. As bolas de gude encheram todos os vazios entre as bolas de golf. O professor voltou a perguntar se o frasco estava cheio e voltou a ouvir de seus alunos que sim.
Em seguida, pegou uma caixa de areia e a esvaziou dentro do pote. A areia preencheu os espaços vazios que ainda restavam e ele perguntou novamente aos alunos, que responderam que o pote agora estava cheio.
O professor pegou um copo de café (líquido) e o derramou sobre pote umedecendo a areia. Os estudantes riam da situação, quando o professor falou:
"Quero que entendam que o pote de vidro representa nossas vidas. As bolas de golf são os elementos mais importantes, como Deus, a família e os amigos. São com as quais nossas vidas estariam cheias e repletas de felicidade. As bolas de gude são as outras coisas que importam: o trabalho, a casa bonita, o carro novo, etc. A areia representa todas as pequenas coisas. Mas se tivéssemos colocado a areia em primeiro lugar no frasco, não haveria espaço para as bolas de golf e para as de gude.
                O mesmo ocorre em nossas vidas. Se gastarmos todo nosso tempo e energia com as pequenas coisas nunca teremos lugar para as coisas realmente importantes.. Prestem atenção nas coisas que são primordiais para a sua felicidade. Brinquem com seus filhos, saiam para se divertir com a família e com os amigos, dediquem um pouco de tempo a vocês mesmos, busquem a Deus e creiam nele, busquem o conhecimento, estudem, pratiquem seu esporte favorito..... Sempre haverá tempo para as outras coisas, mas ocupem-se das bolas de golf em primeiro lugar. O resto é apenas areia."
                Um aluno se levantou e perguntou o que representava o café.
                O professor respondeu: " que bom que me fizestes esta pergunta, pois o café serve apenas para demonstrar que não importa quão ocupada esteja nossa vida, sempre haverá lugar para tomar um café com um amigo."


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