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CONHEÇA O ESPIRITISMO - blog de divulgação da doutrina espírita


sábado, 31 de agosto de 2013

"EU VENCI O MUNDO"

       
                Vencer o mundo é bem diferente de vencer no mundo.
                Sendo filhos de Deus fomos criados, na simplicidade e na ignorância, tendo como objetivo e meta chegarmos à perfeição, isso obviamente, fazendo uso do livre arbítrio e do esforço próprio, contado sempre com os mecanismos de apoio e segurança oferecidos pelo Pai Celestial.
                No âmbito do código divino não existem privilégios a ninguém, assim, cada criatura humana colherá o fruto decorrente da semente plantada, recebendo o reflexo de cada ação que praticar.
                Diante disso não podemos ignorar a importância que precisamos dar as prioridades que elegemos para a nossa vida, pois que tendo a perfeição como meta a ser alcançada, todo o roteiro da existência terrena deverá manter em mira esse objetivo, uma vez que a paz que sonhamos e a felicidade que buscamos, nascerão do equilíbrio das nossas atitudes.
                Portanto, nossas conquistas e vitórias neste mundo serão relevantes à medida que nos assegurem prosperidade espiritual.
                Quando Jesus afirmou que venceu o mundo estava informando à humanidade, que a verdadeira batalha a ser ganha é aquela que travamos, diariamente, contra as paixões inferiores e os arrastamentos de baixo nível, que ainda insistem em nos fazer infelizes.
                Muitos vencem no mundo, obtendo poder, glória, fortuna, destaque, fama, prestígio e tanto mais e perdem moralmente, pois que fazem uso dos mais sórdidos métodos para alcançarem os postos que carregam em mira. Não raras vezes triunfam sobre a dor e o sofrimento do próximo, abrindo as portas para o retorno, contra si mesmos, das conseqüências que decorrem dos atos nefastos que difundiram. No âmbito da irresponsabilidade, alimentam o mal que, indubitavelmente, no futuro, atingirá seus corações.
                Ganham no mundo físico, mas fracassam espetacularmente nas esferas espirituais. Ostentam troféus e estandartes terrenos para depois aflitivamente gemerem nas paragens do espírito.
                Atualmente, ante tantas informações e esclarecimentos, não se pode mais negar que somos espíritos eternos, e, que a presente existência terrena é apenas uma pequena etapa da nossa longa jornada evolutiva. No entanto, infelizmente, ainda vemos criaturas fazendo uso de seus dias como se fossem os últimos da sua vida total, se esforçando para extrair deles todo tipo de prazer e de satisfação possíveis, mesmo que para isso tenham que ferir os mais comezinhos princípios da dignidade, nobreza e honradez.
                Obviamente, é um ledo e terrível engano acreditar que alguns fugidios momentos de suposta felicidade aqui na terra, conseguidos a qualquer custo poderão contribuir para que cheguemos à perfeição espiritual, a que estamos destinados pelas sábias e justas leis de Deus.
                Não tenhamos qualquer dúvida; a nossa verdadeira e definitiva felicidade nascerá da felicidade que plantarmos nos corações alheios. Foi por isso que Jesus ensinou: “amai-vos uns aos outros” (João 13:34)
                Sem ilusões, não acreditemos que todas as vitórias obtidas no mundo físico nos assegurem uma boa posição no mundo espiritual, mas sim somente aquelas que tiveram como proposta a nossa melhoria interior. Aquelas que nos ajudaram no combate ao orgulho e AL egoísmo, que tantos males e prejuízos tem nos causado.
                Os tempos são chegados, sim são chegados para que tenhamos a mais absoluta convicção de que os valores a serem conquistados, são aqueles que sustentam a nossa evolução como espíritos eternos que somos, mesmo que para isso, aparentemente, tenhamos que perder aqui no mundo.
                Assim, nos preocupemos, a exemplo de Jesus, em vencer o mundo e não a qualquer custo, vencer no mundo.               
                Reflitamos.


Waldenir Cuin
Fonte: Jornal Espiritismo Estudado – Nov/2012

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sexta-feira, 30 de agosto de 2013

O ESSENCIAL


     Face ao inevitável processo de crescimento do Eu profundo, a vida assume características variadas, e as oportunidades se deparam convidativas, acenan­do com a libertação, que somente se consegue a pe­nosos esforços.
Na fase inicial da predominância egocêntrica, o ser projeta-se no mundo com o qual se identifica, apri­sionando-se no emaranhado das coisas exteriores, sob conflitos que não tem condições de administrar, qua­se sempre desequilibrando-se e passando a estados neuróticos de insatisfação, ansiedade, medo ou a alu­cinações variadas.
O apego, essa fixação perturbadora à imperma­nência, a que pretende dar perenidade, constitui-lhe a meta existencial.
Mais tarde, em tentativas de desvencilhamento da situação psicológica infantil, avança para a posi­ção egoísta, cultivando os valores pessoais, narcisis­tas, com os quais se engolfa, despertando na amargu­ra, sob os camartelos do tempo degenerador e da frus­tração tormentosa.
O essencial, quase sempre, permanece-lhe em plano secundário na paisagem psicológica das aspi­rações conflitivas.
        À medida que amadurece, transfere-se das coisas e prisões egóicas para a conquista da sua realidade: o desenvolvimento do Eu profundo que deve predominar comandando os anelos e programas de libertação.
Somente a consciência de si propiciar-lhe-á a vi­são diferenciadora dos fenômenos perturbadores, em relação àqueloutros de plenificação.
Buscando interpretar, De Ropp classificou os níveis de consciência em cinco estági­os: consciência de sono sem sonhos; de sono com so­nho; de sono acordado; de transcendência do eu e de consciência cósmica...
Para ele, o homem evolve de maneira inespera­da, às vezes, de um para outro nível, especialmente nos dois primeiros estágios de adormecimento...
Mediante psicoterapia acurada e exercícios cui­dadosos, logra-se o avanço pelos diversos patamares, até a etapa final, que se torna de difícil verbalização face às emoções e descobrimentos conseguidos, nes­se momento de perfeita integração com o que podería­mos chamar o Logos, o pensamento divino.
No primeiro nível — quando se transita no sono sem sonhos — apenas os fenômenos orgânicos automáticos se exteriorizam, assim mesmo sem o conhecimento da consciência, tais: respiração, digestão, reprodução, circulação sanguínea...
Como se estivesse anestesiada, ela não tem ação lúcida sobre os acontecimentos em torno da própria existência, e a ausência de vontade do indivíduo con­tribui para o seu trânsito lento do instinto aos pródro­mos da razão.
No segundo nível, o sono com sonhos, ele libera clichês e lentamente incorpora-os à realidade, pas­sando pelas fases dramáticas — os pesadelos, os pa­vores — para os da libído — ação dos estímulos sexuais — e os reveladores — que dizem respeito à parcial liber­tação do Espírito quando o corpo está em repouso...
O desenvolvimento da consciência atinge o ter­ceiro nível, o de sono acordado, no qual a determina­ção pessoal, aliada à vontade, conduz o ser aos ideais de enobrecimento, à descoberta da finalidade da sua existência, às aspirações do que lhe é essencial, ao auto-encontro, à realização total.
Naturalmente, a partir daí, ascende ao quarto es­tado, que é a descoberta da transcendência do eu, a identificação consigo mesmo, com a conseqüente li­beração do Eu profundo, realizando a harmonia ínti­ma com os ideais superiores, seu real objetivo psico­lógico existencial.
A superação dos conflitos, das angústias, a desi­dentificação dos conteúdos psicológicos afugentes, permitem a iluminação, e a próxima é a meta da vin­culação com a consciência cósmica.
Nem sempre, porém, o homem e a mulher conse­guem alcançar esse nível ideal, fenômeno que, não obstante, será realizado através das reencarnações que lhes facultarão a vitória sobre os carmas negati­vos e, mediante as leis de causa e efeito, passo a pas­so, em esforço contínuo poderão fazê-lo.
Da mesma forma, a reencarnação aclara a carto­grafia da consciência de De Ropp, quando ele analisa os níveis que diferenciam os indivíduos na imensa mole humana.
As experiências acumuladas promovem ou retêm o indivíduo nos fenômenos decorrentes das ações praticadas, beneficiando-os ou afligindo-os com as sombras que lhes permanecem dominadoras, na con­dição de resíduos espirituais. A consciência filtra-os e, por não os poder digerir, transforma-os em conflitos, perturbações, estados psicopatológicos, requerendo terapias especializadas e contínuas.
Em qualquer nível, porém, a partir do sono com sonhos, a vontade desempenha um papel relevante, impulsionando o ser a novas realizações e conquistas completadoras que enriquecem o arsenal psicológico, amadurecendo o essencial à vida e selecionando-o do amontoado egóico do supérfluo.
Psicoterapeuta Excepcional com a Sua visão rea­lista e criativa, Jesus definiu a necessidade de bus­car-se primeiro o reino dos Céus, pois que esse fanal ensejaria a conquista de todas as outras coisas. E ób­vio que, ao se adquirir o essencial, todas as coisas perdem o significado, por se encontrarem destituídas de valor face ao que somente é fundamental. Outros­sim, alertou sobre o imperativo de fazer-se ao próximo o que se gostaria que este lhe fizesse, fixando no amor o processo de libertação, na ação edificante o meio de crescimento e na oração fortalecedora a energia que proporciona o desiderato.
Esse desempenho favorece a perfeita identifica­ção do sentimento com o conhecimento, resultando na conquista do Eu profundo em sintonia com a Cons­ciência Cósmica.


O SER CONSCIENTE - Divaldo Pereira Franco/Joanna de Ângelis

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quinta-feira, 29 de agosto de 2013

NA GRANDE ROMAGEM

“Pela fé, Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia..”
Paulo (Hebreus, 11:8)

Pela fé, o aprendiz do Evangelho é chamado, como Abraão, à sublime herança que lhe é destinada.
A conscrição atinge a todos.
O grande patriarca hebreu saiu sem saber para onde ia...
E nós, por nossa vez, devemos erguer o coração e partir igualmente.
Ignoramos as estações de contacto na caminhada enorme, mas estamos informados de que o nosso objetivo é Cristo Jesus.
Quantas vezes seremos constrangidos a pisar sobre espinheiros da calúnia? quantas vezes transitaremos pelo trilho escabroso da incompreensão? Quantos aguaceiros de lágrimas nos alcançarão o espírito? quantas nuvens estarão interpostas, entre o nosso pensamento e o Céu, em largos trechos da senda?
Insolúvel a resposta. Importa, contudo, marchar sempre, no caminho interior da própria redenção, sem esmorecimento.
Hoje, é o suor intensivo; amanhã, é a responsabilidade; depois, é o sofrimento e, em seguida, é a solidão...
Ainda assim, é indispensável seguir sem desânimo.
Quando não seja possível avançar dois passos por dia, desloquemo-nos para diante, pelo menos, alguns milímetros...
Abre-se a vanguarda em horizontes novos de entendimento e bondade,
iluminação espiritual e progresso na virtude.
Subamos, sem repouso, pela montanha escarpada:
Vencendo desertos...
Superando dificuldades...
Varando nevoeiros...
Eliminando obstáculos...
Abraão obedeceu, sem saber para onde ia, e encontrou a realização da sua felicidade.
Obedeçamos, por nossa vez, conscientes de nossa destinação e convictos de que o Senhor nos espera, além da nossa cruz, nos cimos resplandecentes da eterna ressurreição.


Fonte: Fonte Viva – Chico Xavier/Emmanuel


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quarta-feira, 28 de agosto de 2013

O SIGNIFICADO EXISTENCIAL


            Jesus foi enfático ao abordar psicologicamente o significado existencial, propondo: - Buscai primeiro o reino dos Céus e sua justiça, e tudo mais vos será acrescentado, deixando claro que a destruição do corpo pelo fenômeno biológico da morte é inevitável, restando ao ser espiritual prosseguir na marcha pelos infinitos caminhos da imortalidade.

Do livro: Entrega-te a Deus
Divaldo Pereira Franco/Joanna de Ângelis



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terça-feira, 27 de agosto de 2013

OBEDIÊNCIA

Emmanuel
O Universo é todo uma sinfonia de obediência, garantindo os objetivos da evolução.
Obedece o sol aos princípios do grupo estelar a que se ajusta.
Obedece a Terra as leis em que se equilibra.
Obedece a árvore na provisão do celeiro.
Obedece a fonte nas tarefas do reconforto.
Obedece a nuvem no firmamento.
Obedece o verme no subsolo.
O Supremo Senhor concedeu ao homem a flama da razão para o concurso consciente na sua Obra Divina e não para o abuso da liberdade.
Ninguém perca tempo, rogando orientação aos próprios passos no mundo.
Da Esfera Superior, culminando no evangelho do Cristo, em todos os templos,
fluem ensinamentos e avisos, advertências e instruções, mensagens e apelos,
relacionando os artigos da Lei, concitando-nos todos ao Bem Eterno.
Falta-nos simplesmente a necessária disposição à obediência incansável, de cujo
exercício decorrerá nossa própria integração na máquina do progresso em ascensão para a verdadeira felicidade.
Muita vez, há quem se desmande no desespero e na injúria, à frente da irresponsabilidade, como se escárneo e blasfêmia fossem remédio para a cura do mal.
Todavia, o cristão fiel sabe que foi chamado para aprender e servir e, por isso
mesmo, é companheiro das vítimas da sombra sem a ela render-se.
E amando e ajudando sem repousar, converte-se em refletor cristalino do
Mestre que procuramos, cuja glória na obediência perfeita é todo um poema de amor, da simplicidade da Manjedoura aos sofrimentos da Cruz.


Fonte: Irmão – Chico Xavier/Espíritos Diversos


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segunda-feira, 26 de agosto de 2013

ABRE A PORTA

"E havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito
Santo." -(JOÃO, 20:22.)

Profundamente expressivas as palavras de Jesus aos discípulos, nas primeiras manifestações depois do Calvário.
Comparecendo à reunião dos companheiros, espalha sobre eles o seu espírito de amor e vida, exclamando: "Recebei o Espírito Santo."
Por que não se ligaram as bênçãos do Senhor, automaticamente, aos aprendizes? por que não transmitiu Jesus, pura e simplesmente, o seu poder divino aos sucessores?
Ele, que distribuíra dádivas de saúde, bênçãos de paz, recomendava aos discípulos recebessem os divinos dons espirituais. Por que não impor semelhante obrigação?
É que o Mestre não violentaria o santuário de cada filho de Deus, nem mesmo por amor.
Cada espírito guarda seu próprio tesouro e abrirá suas portas sagradas à comunhão com o Eterno Pai.
O Criador oferece à semente o sol e a chuva, o clima e o campo, a defesa e o adubo, o cuidado dos lavradores e a bênção das estações, mas a semente terá que germinar por si mesma, elevando-se para a luz solar.
O homem recebe, igualmente, o Sol da Providência e a chuva de dádivas, as facilidades da cooperação e o campo da oportunidade, a defesa do amor e o adubo do sofrimento, o carinho dos mensageiros de Jesus e a bênção das experiências diversas; todavia, somos constrangidos a romper por nós mesmos os envoltórios inferiores, elevando-nos para a Luz Divina.
As inspirações e os desígnios do Mestre permanecem a volta de nossa alma, sugerindo modificações úteis, induzindo-nos à legítima compreensão da vida, iluminando-nos através da consciência superior, entretanto, está em nós abrir-lhes ou não a porta interna.
Cessemos, pois, a guerra de nossas criações inferiores do passado e entreguemo-nos, cada dia, às realizações novas de Deus, instituídas a nosso favor, perseverando em receber, no caminho, os dons da renovação constante, em Cristo, para a vida eterna.


Fonte: Vinha de Luz – Chico Xavier/Emmanuel


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domingo, 25 de agosto de 2013

BLOGAGEM COLETIVA


Essa blogagem é em comemoração ao aniversário de 4 anos do blog ESPIRITUAL-IDADE da amiga virtual Rosélia. http://www.idade-espiritual.com.br/
Ela propôs que fizéssemos uma reflexão sobre:

QUANDO ME DEIXEI TOCAR PELO SAGRADO?
Desde criança tive experiências com a espiritualidade. A primeira delas se deu aos 4 anos, quando vi uma mulher, em meu quarto, vestida como no tempo de Jesus. Lembro-me até hoje, o que faz tempo... A mulher não me disse nada, apenas deu-me um sorriso.
Este fato levou-me a buscar a religião.
Durante minha infância e inicio da adolescência frequentei a igreja católica, mas algumas questões que trazia em meu interior não eram ali respondidas. Passei a buscar respostas para essas questões em outras religiões. Foi quando conheci o espiritismo. E então fui tocada. Encontrei respostas para minhas questões e me identifiquei com o que passei a ler. Tornei-me uma estudiosa da doutrina, o que acontece até hoje.
Posso dizer que esse tocar é tão profundo, que me sinto comprometida com os ensinamentos do Cristo, buscando compreendê-Lo e aplicá-los em minha vida, mesmo que ainda tenha muita dificuldade. Identifico em Jesus o modelo a ser seguido, o Irmão mais velho, Aquele a quem posso recorrer nas horas difíceis, pois terá respostas para tudo.

Rosélia
Que Deus possa iluminar seus caminhos, sempre. Continue essa mulher corajosa, guerreira, e principalmente com muita fé. Que eu possa comemorar, ainda, muitos aniversários de seu blog. Pois acredito que através esse espaço acabamos auxiliando muitas pessoas. Muita paz!


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sábado, 24 de agosto de 2013

TUDO NOVO

“Assim é que, se alguém está. em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” — Paulo. (2ª EPÍSTOLA AOS CORÍNTIOS, capítulo 5, versículo 17.)

É muito comum observarmos crentes inquietos, utilizando recursos sagrados da oração para que se perpetuem situações injustificáveis tão-só porque envolvem certas vantagens imediatas para suas preocupações egoísticas.
Semelhante atitude mental constitui resolução muito grave.
           Cristo ensinou a paciência e a tolerância, mas nunca determinou que seus discípulos estabelecessem acordo com os erros que infelicitam o mundo. Em face dessa decisão, foi à cruz e legou o último testemunho de não-violência, mas também de não-acomodação com as trevas em que se compraz a maioria das criaturas.
Não se engane o crente acerca do caminho que lhe compete.
Em Cristo tudo deve ser renovado, O passado delituoso estará morto, as situações de dúvida terão chegado ao fim, as velhas cogitações do homem carnal darão lugar a vida nova em espírito, onde tudo signifique sadia reconstrução para o futuro eterno.
É contra-senso valer-se do nome de Jesus para tentar a continuação de antigos erros.
Quando notarmos a presença de um crente de boa palavra, mas sem o íntimo renovado, dirigindo-se ao Mestre como um prisioneiro carregado de cadeias, estejamos certos de que esse irmão pode estar à porta do Cristo, pela sinceridade das intenções; no entanto, não conseguiu, ainda, a penetração no santuário de seu amor.

Fonte: CAMINHO, VERDADE E VIDA
FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER/EMMANUEL


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sexta-feira, 23 de agosto de 2013

GENERALIDADES SOBRE OS ANIMAIS

Qual sua visão sobre a clonagem de animais?
            Nos anos 1970, os cientistas já desenvolviam estudos de clonagem, que foram abandonados por acreditarem que seria perigoso, caso fossem utilizados por pessoas inescrupulosas. Os próprios cientistas arquivaram os estudos porque entenderam que não estávamos ainda preparados para este novo ramo da ciência. Hoje esta ciência retorna com grande força porque talvez já estejamos mais aptos a desenvolvê-la com melhor proveito. No entanto, ainda vivemos os primórdios da clonagem. A ciência ainda não sabe exatamente qual a finalidade deste novo ramo, mas, em breve, acreditamos, servirá para produzir alimentos em abundância para saciar a fome de populações e curar doenças consideradas até então incuráveis. Esse é o início de um processo que revolucionará a humanidade, mas por enquanto exige alguns cuidados para prevenir abusos. Clonar animais não é algo pernicioso em si, mas exige critérios. O clone de um corpo seria como se fosse uma cópia do corpo que o originou, mas não é o mesmo     corpo, e será habitado por outro espírito e não pelo espírito que ocupa o outro corpo. Não há possibilidade de um espírito ocupar dois corpos ao mesmo tempo. O problema de se fazer clones de corpos completos seria o fato de que o novo corpo, clonado, terá a idade do corpo de onde foram retiradas as células. Mesmo sendo um corpo novo, ele já nasce velho. Portanto, o espírito que ocupará este novo corpo terá um tempo menor de vida física do que teria se vivesse em corpos obtidos de forma natural. Não cremos que haja vantagem em se produzir corpos debilitados. Além disso, um clone não é obtido facilmente e apenas depois de vária tentativas é que se consegue obter algum sucesso. Ocorrem desperdícios de vida.


Fonte: A Espiritualidade dos Animais – Marcel Benedeti


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quinta-feira, 22 de agosto de 2013

MEDO IV

    
              As manifestações decorrentes de nossa sombra são projetadas por nós mesmos de forma anônima no mundo, sob o pretexto de que somos vítimas, porque temos medo de descobrir em nós a verdadeira fonte dos males que nos alcançam no dia-a-dia. Por acreditar que banimos de nossa intimidade determinado princípio que nos gerava medo e baixa estima, é que fatalmente encontraremos, logo em seguida, esse mesmo princípio materializando-se no mundo exterior, amedrontando-nos e causando-nos desconforto.
                Os chamados tiques nervosos nada mais são do que impulsos compulsivos de atos ou a contração repetitiva de certos músculos, desenvolvida de forma inconsciente, para não tomarmos consciência dos conteúdos emocionais que reprimimos em nossa sombra. Os tiques são compulsões motoras para aliviar emoções e funcionam como verdadeiros tapumes energéticos para conter sentimentos emergentes. A técnica funciona da seguinte maneira: enquanto o indivíduo se distrai com o tique, não deixa vir à consciência o que reprimiu, por considerá-lo feio e pecaminoso.
                O somatório dessas emoções negadas nos causa medos inexplicáveis que nos oprimem, afastando-nos do verdadeiro arrependimento e prejudicando o nosso crescimento interior. Muitos de nós continuamos, anos a fio, sentido temores injustificáveis por tudo aquilo que reprimimos e para evitar que pensamentos, recordações ou impulsos cheguem ao consciente.
                O medo indefinido provém da repressão de impulsos considerados inaceitáveis que existem dentro de nós, da ausência de contrição de nossas faltas, da não-admissão de nossos erros, descompensando nosso corpo energeticamente com o peso dos fardos do temor e do pânico.


Do livro: As Dores da Alma – Francisco do Espírito Santo Neto/Hammed


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quarta-feira, 21 de agosto de 2013

MEDO III

        
                Muitas criaturas tem medo de si mesmas. Desvendar, gradativamente, nossa geografia interna, nosso próprio padrão de carências e medos, proporciona-nos uma base sólida de autoconfiança.
                O ato de arrependimento nada mais é do que perceber nosso lado inadequado. É admitir para nós mesmos que identificamos nosso comportamento inconveniente e que precisamos mudar nossas atitudes diante das pessoas e do mundo. Arrependimento pode ser visto como a nossa tomada de consciência de certos elementos que negávamos consciente ou inconscientemente, projetando-os para fora ou reprimindo-os em nossa sombra.
                Arrependimento quer dizer pesar, ou mudança de opinião por alguma falta cometida, vocábulo de uso habitual nas lides religiosas. Tomar consciência é uma expressão moderna que significa discernimento da vida exterior e interior, acrescida da capacidade de julgar moralmente os atos. A nosso ver, ambos os termos nos levam à mesma causa.
                O ato de arrependimento é um antídoto contra o medo. Quem se arrependeu é porque examinou suas profundezas e descobriu que seus desejos e tendências nada mais são que impulsos comuns a todos os seres humanos. Quem se arrependeu é porque aprendeu que é simplesmente humano, falível e nem melhor nem pior do que os outros.
                Arrepender-se é o primeiro passo para melhorarmos e progredirmos espiritualmente.
                O espírito São Luís é taxativo quando diz que todos os espíritos se arrependerão um dia: “Há-os de arrependimento muito tardio; porém, pretender-se que nunca se melhorarão fora negar a lei do progresso e dizer que a criança não pode tornar-se homem”.


Do livro: As Dores da Alma – Francisco do Espírito Santo Neto/Hammed


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terça-feira, 20 de agosto de 2013

MEDO II

        
               Modela e forma a nossa sombra tudo aquilo que nós não admitimos ser, tudo o que não queremos descobrir dentro de nós, tudo o que não queremos experimentar e tudo o que não reconhecemos como verdadeiro em nosso próprio caráter. Sombra é um conceito junguiano para designar a soma dos lados rejeitados da realidade que a criatura não quer admitir ou ver em si mesma, permanecendo, portanto, esquecidos nas profundezas da intimidade.
                Por medo de sermos vistos como somos, nossas relações ficam limitadas a um nível superficial. Resguardamo-nos e fechamo-nos intimamente para sentir-nos emocionalmente seguros.
                Presumimos que o não ver resulta em não ter. em verdade, não nos livramos de nosso lado recusado simplesmente porque fechamos os olhos para ele, mas porque mesmo assim continuará a existir na sombra de nossa estrutura mental.
                As coisas ignoradas geram mais medo do que as conhecidas.
                Recusar-se a aceitar a diversidade de emoções e sentimentos de nosso mundo interior nos levará a viver sem o controle de nossa existências, sem ter nas mãos as rédeas de nosso destino. Ao assumirmos que são elementos naturais de estrutura humana em evolução frieza/sensualidade, avareza/desperdício, egoísmo/desinteresse, dominação/submissão, lassidão/ impetuosidade, aí começa nosso trabalho de autoconhecimento, a fim de que possamos descobrir onde erramos e, a partir de então, encontrar o meio-termo, ou seja, não estar num extremo nem no outro.


Do livro: As Dores da Alma – Francisco do Espírito Santo Neto/Hammed


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domingo, 18 de agosto de 2013

MEDO I

MEDO
                A percepção é um atributo do espírito. Quanto maior o estado de consciência do indivíduo, maior será sua capacidade de perceber a vida, que não se limita apenas aos fragmentos da realidade, mas sim à realidade plena.
                Colocar nossa atenção nas coisas da vida é fator importante para o nosso desenvolvimento mental, emocional e espiritual, todavia, é necessário saber direcionar convenientemente nossa percepção e atenção no momento exato e para o lugar certo.
                Quanto mais pensarmos e voltarmos nossa atenção para as calamidades e desastres, mais teremos a impressão de que o mundo está limitado à nossa pessoal maneira catastrófica de vê-lo e senti-lo.
                Nas oportunidades de crescimento que nos oferecem nossas experiências, temos a possibilidade de validar e potencializar determinadas crenças e conceitos que poderão nos desestruturar psiquicamente, levando-nos a uma verdadeira hipnose mental. A partir disso, esquecemo-nos de visualizar o restante do mundo que nos cerca. Passamos a viver simplesmente voltados para a opinião que adotamos como única verdade, assustados e amedrontados entre constantes atmosferas de receio e apreensão.
                Em muitas ocasiões, ficamos parados à margem do caminho, focalizando nossos conflitos, dificuldades e problemas, deixando a vida girar em torno deles. Colocamos nossos dilemas como peças centrais e, quando essas forças conflitantes começam a nos ameaçar, sentimo-nos apavorados.
                O resultado do medo em nossas vidas será a perda do nosso poder de pensar e agir com espontaneidade, pois quem decidirá como e quando devemos atuar será a atmosfera do temor que nos envolve.
                Ancorados pelo receio e pela desconfiança, criamos resistências, obstáculos e tropeços que nos impedem de avançar. Passamos, então, a não viver novas experiências, não receber novos pensamentos e não fazer novas amizades, estacionando e dificultando nossa caminhada e progresso íntimo.
                As sensações do medo sobrecarregam as energias dos chakras do plexo solar e do cardíaco, provocando, quase sempre, uma impressão de vácuo no estômago e um descontrole nas batidas do coração. Contudo, não seríamos afetados por nenhum acontecimento de maneira tão desgastante, se estivéssemos centrados em nós mesmos.
                Nosso centro não é nossa mente, nem nossos sentimentos ou emoções, mas é, em verdade, nossa alma – a essência divina por meio da qual testemunhamos tudo o que ocorre dentro e fora de nós.
                Cada um vê o universo das coisas pelo que é. Vemos o mundo e as criaturas segundo o nível, mais estaremos centrados e vivendo estáveis e tranqüilos. Quanto menor, mais teremos um juízo primário de tudo e uma estreita visão dos fatos e das pessoas.
                Aprendendo a focalizar e a desfocalizar nossas crises, traumas, medos, perdas e dificuldades, bem como os acontecimentos desastrosos do cotidiano – dando-lhes a devida importância e regulando o tempo necessário, a fim de analisá-los proveitosamente -, teremos metas sempre adequadas e seguras que favorecerão nosso progresso espiritual. Não devemos jamais subestimá-los ou ignorá-los.

Do livro: As Dores da Alma – Francisco do Espírito Santo Neto/Hammed


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sábado, 17 de agosto de 2013

AS MISSÕES, A VIDA SUPERIOR


Todo espírito que deseja progredir trabalhando na obra de solidariedade universal recebe dos espíritos mais elevados uma missão particular, apropriada às suas aptidões e ao seu grau de adiantamento.
Alguns têm por tarefa acolher os espíritos em seu retorno à vida espiritual, guiá-los, ajudá-los a se desprenderem dos fluidos espessos que os envolvem; outros são encarregados de consolar, instruir as almas sofredoras e atrasadas. Espíritos de químicos, físicos, naturalistas, astrônomos, prosseguem em suas pesquisas, estudam os mundos, suas superfícies, suas profundezas ocultas, atuam em todos os lugares sobre a matéria sutil, que fazem passar por preparações, modificações destinadas a obras que a imaginação humana teria dificuldades em imaginar. Outros se aplicam às artes, ao estudo do belo sob todas as suas formas.
Espíritos menos evoluídos auxiliam os primeiros em suas tarefas variadas e lhes servem de auxiliares. Um grande número de espíritos se consagra aos habitantes
da Terra e dos outros planetas, estimulando-os em suas pesquisas, fortalecendo os ânimos abatidos, guiando os hesitantes pelo caminho do dever. Aqueles que praticaram a medicina e possuem o segredo dos fluidos curativos, reparadores, ocupam-se mais especialmente dos doentes.
A mais bela de todas as missões é a dos espíritos de luz. Vêm dos espaços celestes para trazer à humanidade os tesouros de sua ciência, de sua sabedoria, de seu amor. Sua tarefa é um sacrifício constante, porque o contato dos mundos materiais é penoso para eles; porém, encaram todos os sofrimentos por dedicação aos seus protegidos, a fim de assisti-los em suas provas e infiltrarem no coração deles grandes e generosas intuições.
É justo atribuir-lhes esses clarões de inspiração que iluminam o pensamento, esses desafogos da alma, essa força moral que nos sustenta nas dificuldades da vida. E quanto mais esses seres espirituais se elevam, mais sua tarefa se acentua, mais suas missões aumentam de importância.
Para o espírito mais inferior, assim como para o mais importante, o domínio da vida não possui limites. Seja qual for a altura a que tenhamos chegado, sempre há um plano superior a ser alcançado, uma nova perfeição a ser realizada. À medida que ela vai se distanciando das esferas inferiores, onde reinam as influências pesadas, onde se agitam as vidas grosseiras, banais ou culpadas, as existências de lenta e penosa educação, a alma vai percebendo as altas manifestações da inteligência, da justiça, da bondade e sua vida se torna cada vez mais bela e divina. Os murmúrios confusos, os ruídos discordes dos centros humanos vão pouco a pouco se enfraquecendo para
ela, até se extinguirem por completo; ao mesmo tempo, começa a perceber os ecos harmoniosos das sociedades celestes. É o limiar das regiões felizes, onde reina uma eterna claridade, onde paira uma atmosfera de benevolência, de serenidade e de paz,
onde todas as coisas saem perfeitas e puras das mãos de Deus.
Desde que os laços materiais estejam rompidos, a alma pura faz seu vôo para as regiões mais altas; lá, vive uma vida livre, pacífica, intensa, ao lado da qual o passado terrestre lhe parece apenas um sonho doloroso. Na demonstração das ternuras recíprocas, numa vida isenta de males, de necessidades físicas, a alma sente suas faculdades se multiplicarem; elas adquirem uma aptidão e uma extensão que os fenômenos de êxtase nos fazem entrever os esplendores velados.
A linguagem do mundo espiritual é a das imagens e dos símbolos, rápida como o pensamento. É por isso que nossos guias espirituais se servem de preferência de representações simbólicas para nos prevenir, no sonho, de um perigo ou de uma desgraça. O éter, fluido brando e luminoso, toma com extrema facilidade as formas que a vontade lhe imprime. Os espíritos comunicam-se entre si e compreendem-se por processos diante dos quais a arte oratória mais perfeita, toda a magia da eloqüência
humana pareceriam apenas um balbuciar grosseiro.
Tudo é graduado na vida espiritual. A cada grau de evolução do ser para a sabedoria, para a luz, para a santidade, corresponde um estado mais perfeito de seus sentidos receptivos, de seus meios de percepção. O corpo fluídico, cada vez mais transparente, cada vez mais diáfano, deixa passagem livre às radiações da alma. Daí uma aptidão maior para apreciar, para compreender os esplendores infinitos; daí uma lembrança mais viva do passado, uma familiarização cada vez maior com os seres e as coisas dos planos superiores, até que a alma, em sua progressão, tenha atingido as altitudes supremas.
Quando atinge essas alturas, o espírito vence toda paixão, toda tendência para o mal; ele libertou-se para sempre do domínio material e da lei dos renascimentos. É a entrada definitiva nos reinos divinos, de onde só descerá voluntariamente ao círculo
das gerações para desempenhar missões sublimes.

Fonte: O PROBLEMA DO SER, DO DESTINO E DA DOR
LÉON DENIS


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sexta-feira, 16 de agosto de 2013

O PRIMEIRO LUGAR E O HOMEM INDISPENSÁVEL


   Na área dos conflitos psicológicos a competição surge, quase sempre, como estímulo, a fim de fortalecer a combali­da personalidade do indivíduo que, carente de criatividade, apega-se às experiências exitosas que outros realizaram, para impor-se e, assim, enfrentar as próprias dificuldades, esca­moteando-as com o esforço que se aplica na conquista do que considera meta de triunfo.
Ambicionando a realização pessoal e temendo o insuces­so que, afinal, é um desafio à resistência moral e à sua perse­verança no ideal, prefere disputar as funções e cargos à fren­te, sem qualquer escrúpulo, em luta titânica, na qual se des­gasta, esperando compensações externas, monetárias e de promoção social, assim massageando o ego, ambicioso e frá­gil.
O homem que age desta forma, está sempre um passo atrás da sua vítima provável, que de nada suspeita e ajuda-o, esti­mula-o até padecer-lhe a injunção ousada quão lamentável.
Por sua vez, o triunfador não se apercebe que. no degrau deixado vago, já alguém assoma utilizando-se dos mesmos artifícios ou mascarando-os com os olhos postos no seu tro­no passageiro.
A competição saudável, em forma de concorrência, fo­menta o progresso, multiplica as opções, abre espaços para todos que, criativos, propõem variações do mesmo produto, novidades, idéias originais, renovação de mercado.
De outra forma, as personalidades conflituosas, arquite­tando planos de segurança, apegam-se ao trabalho que reali­zam, às empresas onde laboram, crendo-se indispensáveis, responsáveis pelo primeiro lugar que conseguiram com sa­crifício, e transferem-se, psicologicamente, para a sua Entidade. Somente se sentem felizes e compensadas quando discutem o seu trabalho, a sua execução, a sua importância. O lar, a família, o repouso, as férias se descobrem, porque não preenchem as falsas necessidades do ego exacerbado. Respi­ram o clima de preocupação do trabalho em toda parte e vi­vem em função dele.
Sentem o triunfo após os anos de lutas exaustivas, e in­formam que, a sua saída seria uma tragédia, um caos para a organização, já que são pessoas-chaves, molas-mestras, sem as quais nada funciona, ou se tal se dá é precariamente.
Não percebem que o tempo escoa na ampulheta das ho­ras, os métodos de ação se renovam, o cansaço os vence, a vitalidade diminui e, no degrau, imediatamente inferior, já está o competidor, jovem ambicioso aguardando, disputan­do, aprendendo a sua técnica e mais bem equipado do que ele, em condições de substituí-bo com vantagens. A sua ce­gueira não lhes permite enxergar.
Quando o observam, depri­mem-se, revoltam-se contra os limites orgânicos inexoráveis, utilizando-se de artifícios para prosseguirem.
Dão-se conta que passaram a ser constrangimento no tra­balho, que pensavam pertencer-lhes, lamentando-se, queixan­do “que deram a vida e agora colhem ingratidão”. Certamen­te, os homens indispensáveis doaram a vida como fuga de si mesmos e ofereceram-na a um ser sem alma, sem coração, que apenas objetiva lucros, portanto, insensível, impessoal... Ali, os filhos substituem os pais, expulsam-nos, jovialmente, sob a alegação de que estes merecem o justo repouso, as viagens de férias que nunca tiveram; aposentam-nos. Livram a Empresa deles, de sua dominação, não mais condizente com os tempos modernos. Eles foram bons e úteis no começo, não mais agora, quando começam a emperrar a máquina do pro­gresso, a impedirem, por inadaptação óbvia, o curso do cres­cimento e desenvolvimento da entidade...
Assim, chega o momento da realidade para o homem que ocupa o primeiro lugar, o indispensável. É convidado a soli­citar a aposentadoria, quando não é jubilado sem maior consideração.
Como não cultivou outros valores, outros interesses, ar­roja-se ao fosso da autodestruição, egoisticamente, esqueci­do dos familiares e amigos, afinal, aos quais nunca deu maior importância nem valorização. Afasta-se mais do convívio social e, não raro, suicida-se, direta ou indiretamente.
A em­presa não lhe sente a falta, prossegue em funcionamento.                                
Somente quem realizou uma boa estrutura de personali­dade, enfrenta com razoável tranqüilidade o choque de tal natureza, para o qual se preparou, antevendo o futuro e pro­gramando-se para enfrentá-lo, transferindo-se de uma ação para outra, de uma empresa para um ideal, de uma máquina para um grupamento humano respirável, emotivo, pensante.
Ninguém é indispensável em lugar nenhum. O primeiro de agora será dispensável amanhã, assim como o último de hoje, possívelmente, estará no comando no futuro. A morte, a cada momento, demonstra-o.
A polivalência das aspirações é reflexo de normalidade, de equilíbrio comportamental, de harmonia da personalidade, convidando o homem a buscar sempre e mais.
A desincumbência do dever reflete-lhe o valor moral e a nobreza da sua consciência. Segurar as rédeas da dominação em suas mãos fortes, denota insegurança íntima, crise de con­duta.
O homem tem o dever de abraçar ideais de enobrecimen­to pessoal e grupal, participar, envolver-se emocionalmente, fazer-se presente na comunidade, como complemento da sua conduta existencial.
A criatura terrena está em viagem pela Terra, e todo trân­sito, por mais demorado, sempre termina. Ninguém se enga­ne e não engane a outros.
Uma auto-análise cuidadosa, uma reflexão periódica a respeito dos valores reais e aparentes, a meditação sobre os objetivos da vida concedem pautas e medidas para a harmo­nia, para o êxito real do ser.
A finalidade da existência corporal é a conquista dos va­lores eternos, e o êxito consiste em lograr o equilíbrio entre o que se pensa ter e o que se é realmente, adquirindo a estabi­lidade emocional para permanecer o mesmo, na alegria como na tristeza, na saúde conforme na enfermidade, no triunfo qual sucede no fracasso.
Quem consiga a ponderação para discernir o caminho, e o percorra com tranqüilidade, terá começado a busca do êxito que, logo mais, culminará com alegria.


Do livro: O Homem Integral – Divaldo Pereira Franco/Joanna Di Ângelis


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quinta-feira, 15 de agosto de 2013

AMOR DE SERVIR E CORAGEM DE SUPORTAR


Socorrer através da prece também é caridade.
“fazei aos homens tudo o que queirais que eles vos façam, pois é nisto que constitui a lei e os profetas”. (Mateus, 7:12)
Toda criatura, sem exceção, está no curso da Lei do Progresso, daí Jesus afirmar que não se perderia nenhuma das ovelhas que o Pai Lhe confiara.
Isabel de França e Lamennais fazem um discurso muito forte no capítulo onze, do livro O Evangelho Segundo o Espiritismo, que nos leva a graves e profundas reflexões, principalmente no mundo de hoje, onde a violência e a criminalidade campeiam. Falam da caridade para com os criminosos, quando tantas vozes se elevam em favor da pena de morte. Realmente é preciso reunir muita coragem para suportar o testemunho de cenas tão escabrosas, quando chegamos mesmo a imaginar como conseguem certas criaturas descer tanto!
Ora, claro está que a comiseração não se acumplicia com a impunidade. Faz-se necessário isolar da convivência social o ser que não consegue manter-se nos patamares razoáveis da civilidade. Mas, nem por isso, esses réprobos estão definitiva e irremediavelmente condenados, vez que o perdão divino, revestido pela misericórdia do Pai alcançá-los-á no momento em que se arrependerem (e esse momento fatalmente chegará, mais cedo ou mais tarde). Depois do arrependimento, a Lei de Causa e Efeito se encarregará das fases seguintes que podem levar séculos: expiação e regeneração.
O episódio da mulher flagrada em adultério é significativo: Quem pode atirar a primeira pedra? Hoje como ontem, ninguém!
Isabel argumenta: Deveis amar os desgraçados, os criminosos, como criaturas que são, de Deus, às quais o perdão e a misericórdia serão concedidos, se se arrependerem, como também a vós, pelas faltas que cometeis contra Sua Lei. Considerai que sois mais repreensíveis, mais culpados do que aqueles a quem negardes perdão e comiseração, pois eles não conhecem Deus como O conheceis, e muito menos lhes será pedido que a vós.
Não julgueis absolutamente, meus caros amigos, porquanto o juízo que proferirdes ainda mais severamente vos será aplicado e precisais de indulgências para as faltas em que, sem cessar, incorreis.
Deveis, àqueles de quem falo, o socorro das vossas preces: é a verdadeira caridade. Não vos cabe dizer de um criminoso: “É um miserável; deve-se expurgar da sua presença a Terra; muito branda é, para um ser tal espécie, a morte que lhe infligem”. Não é assim que vos compete falar. Observai o vosso modelo: Jesus. Que diria Ele, se visse junto de Si um desses desgraçado? Lamentá-lo-ia; considerá-lo-ia um doente bem digno de piedade; estender-lhe-ia a mão. Em realidade, não podeis fazer o mesmo; mas, pelo menos, podeis orar por ele, assistir-lhe o espírito durante o tempo que ainda haja de passar na Terra.
Conclama Albino Teixeira: “Um pensamento de simpatia e de amor para os nossos irmãos que se recuperam! Muitos são chamados criminosos, mas, em verdade, foram doentes. Sofriam desequilíbrios da Alma, que se lhes encravavam no ser, quais moléstias ocultas. Praticaram delitos sim; acreditaram-se em regime de exceção, quando o orgulho lhes assoprava a mentira; renderam-se às tentações e foram pilhados na armadilha do mal. Não lhes fites o desacerto! Enfermos graves da Alma, todos nos fomos ontem e ainda hoje não vencemos todos os desafios.
Rende, pois, graças a Deus, se já podes prestar auxílio, porque, se chegaste ao grau de restauração em que te encontras, é que alguém caminhou pacientemente contigo, com bastante amor para servir-te e bastante coragem para suportar-te”

Rogério Coelho

Fonte: Jornal Espiritismo Estudado nº 27 – julho/2012


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quarta-feira, 14 de agosto de 2013

LIBERTAÇÃO DOS CONTEÚDOS NEGATIVOS


Graças ao atavismo predominante em sua natu­reza, o homem guarda as primeiras expressões da consciência em nível inferior, no qual confunde o eu com o objeto, e a sua é somente uma percepção sen­sorial.
A identificação com o próprio corpo propicia-lhe uma consciência orgânica, deformada, de que se libe­ra a pouco e pouco, avançando para a transferência desse conteúdo para outro nível de discernimento e direcionamento.
No processo de evolução, porque estagia nas fai­xas do instinto que o submete, vai adquirindo outros valores, sem desidentificar-se dos conteúdos fixados, em razão dos quais a marcha se lhe torna muito lenta.
A consciência individual, representando a Cósmi­ca, a princípio parece deslocada e diferenciada. No entanto, o Deus em nós do conceito evangélico refle­te-se nessa percepção embrionária, que se desenvol­verá na sucessão das experiências até liberar-se e al­cançar a totalidade.
De forma penosa, não raro, a libertação dos con­teúdos negativos — paixões dissolventes, apegos, ilu­sões, sentimentos inferiores — faculta os anseios pe­las conquistas de outros níveis, nos quais o bem-estar e a paz formam os novos hábitos, a nova natureza do ser.
No nível de consciência inferior, os estados alte­rados demonstram que muitos desses conteúdos ne­gativos, emergentes e predominantes, procedem das reencarnações passadas, não foram liberados, nem con­seguiram diluir-se através das ações enobrecedoras.
Todos os conteúdos primitivos provêm de realiza­ções e fixações sempre anteriores, que somente as disciplinas do esforço, da concentração, da meditação para a ação, conseguem libertar.
Em razão disso, a meditação é uma terapia valio­sa para superar os conteúdos negativos, com o objeti­vo de liberar o inconsciente, ao invés de esmagá-lo ou asfixiá-lo, e, longe, ainda, de o conscientizar, gerar novas formulações e identificações atuais que, no fu­turo, assomarão como recursos elevados.
Todos os formuladores da consciência superior são unânimes em recorrer à terapia da meditação, que fa­culta o autoconhecimento, preenche os vazios causa­dos pela insatisfação, anula o eu corporal — rico das necessidades dos sentidos — para despertar os ideais subjetivos, as transferências metafísicas.
No nível de consciência superior, o eu deixa de ser mais eu, para ser uma síntese e vibrar em harmo­nia com o Todo.
Desaparece a fragmentação da Unidade e o equi­líbrio transpessoal sincroniza com a Consciência Uni­versal.
A característica fundamental do nível inferior, por­tanto, da prevalência dos conteúdos negativos, é a fra­gilidade do Eu profundo ante as exigências do ego atormentado, gerando projeções da sombra e desar­ticulando os projetos de paz.
A Psicologia espírita, por sua vez, cuidando do homem integral, distingue também nos conteúdos psíquicos, negativos, a ingerência de mentes desen­carnadas obsessoras, que se comprazem no intercâm­bio perturbador, propiciando desconforto e aflição em desforços cruéis, mediante alienações de variados cursos.
Ao mesmo tempo, seres outros desencarnados, invejosos quão infelizes, vinculados às criaturas hu­manas por afetividade mórbida ou despeito cruento, estabelecem fenômenos de hipnose que retardam o desenvolvimento da consciência daqueles que lhes experimentam o cerco.
Na psicoterapia espírita, o conhecimento da so­brevivência e do inter-relacionamento entre os seres das duas esferas — física e espiritual — oferece proces­sos liberativos centrados sempre na transformação moral do paciente, sua renovação interior e suas ações edificantes, que facultam o discernimento entre o bem e o mal, propiciando a transferência para o nível supe­rior, no qual se torna inacessível à indução perversa.
A meditação, a busca interna, nessa fase, são re­levantes e cientificamente basilares para o processo de crescimento, de discernimento, de lucidez.
O homem avança no rumo da sua destinação, a passo vagaroso nos primeiros níveis de consciência, por desinteresse, ignorância, apressando a marcha na razão direta em que vence tais patamares e descobre a excelência das conquistas com que se enriquece.
A libertação dos conteúdos negativos é inevitá­vel; no entanto, vários fenômenos patológicos e prefe­rências emocionais, perturbadoras, interferem para que sejam mantidos, sendo necessário que os psico­terapeutas vigilantes insistam junto a esses pacien­tes em que se descubram e encontrem os benefícios dos níveis superiores.
Libertação é felicidade, e consciência enriqueci­da pelos conteúdos superiores significa plenitude, rei­no dos céus, mesmo durante o trânsito terrestre.


O SER CONSCIENTE - Divaldo Pereira Franco/Joanna de Ângelis


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