Crueldade é atributo da criatura que se compraz em atormentar severamente os outros, utilizando atitudes rigorosas e inflexíveis para ligar com o mundo em seu derredor.
Toda crueldade nasce da fraqueza e da incapacidade das pessoas que não sabem relacionar-se com seu mundo interior. Isentamo-nos de responsabilidade sobre os fatos violentos, dando nome de paixão, de honra, de ordem social, para dissimular os pontos fracos e desajustados que possuímos.
As leis religiosas do passado mantiveram a humanidade sob o jugo de uma crueldade incalculável, com a imposição do sofrimento e da mortificação, justificando-os como sendo uma das maneiras que a Divina Providência utilizada para corrigir e reparar possíveis erros do presente e do passado. O que era um absurdo, pois, na verdade, Deus é amor, misericórdia e compreensão em abundância.
O castigo nunca evita o crime, somente a educação e o amor retificam as almas – eis a grande proposta da Divina Providência. No entanto, o homem, de tanto ser cruel consigo mesmo, aprendeu a projetar essa crueldade no mundo que o rodeia. De tanto se julgar de forma tirânica, aprendeu a ser déspota também com os outros.
Os requintes de perversidade estão introduzidos na sociedade de forma tão sutil e imperceptível que, muitas vezes, não conseguimos identificá-los de imediato.
Não existem mais inquisidores propriamente ditos; não obstante, ainda persiste a remanescente atmosfera dessas idéias preconcebidas. Não existem mais fogueiras e guilhotinas, mas todos podemos nos converter em controladores e juízes da moral alheia se as circunstâncias forem propícias.
Alguns de nós usam técnicas indiretas e passivas, consideradas elegantes e sutis, mas, no seu conteúdo profundo, são frias e brutais.
Encontramos na doutrina espírita ensinamentos essenciais que nos esclarecem que todos os estratagemas cruéis se voltarão contra a própria fonte criadora. Todo comportamento cruel está, na realidade, estabelecendo não somente uma sentença ou um veredicto, mas ao mesmo tempo, um juízo, um valor, um peso e uma medida de como trataremos a nós mesmos.
Julgamentos impiedosos que fazemos em relação aos outros nos informam sobre tudo aquilo que temos por dentro. Em outras palavras, a forma e o material utilizados para julgar ou condenar os outros residem dentro de nós.
O modo de ensinar de todos os grandes mestres, sempre baseou-se no amor como método de educação das almas; por isso, Jesus não julgava, media ou sentenciava ninguém. Quem aprendeu a não condenar os outros não mais se condena.
Cristo deixou-nos lições da compaixão, da mansuetude e do amor como forma de vivermos bem, não somente com os outros mas também com nós mesmos.
UM MODO DE ENTENDER, UMA NOVA FORMA DE VIVER
Francisco do Espírito Santo Neto – Espírito Hammed
Um comentário:
É preciso analisar o que andamos falando, reconhecer os erros e também não ficar se condenando... Autopiedade não tira ninguém do lugar, nas faz evoluir.
Bjs.
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