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CONHEÇA O ESPIRITISMO - blog de divulgação da doutrina espírita


sábado, 6 de setembro de 2014

REPRESSÃO

                Emoções e sentimentos são simples e primários; são como são, não adianta enfeitá-los ou tentar explicá-los. O desenvolvimento, porém, da nossa maneira de sentir agindo se forma de acordo com nosso grau evolutivo somado à nossa vontade e ao ambiente em que vivemos.
                Ninguém sente emoções somente em determinadas partes do corpo, mas sim em todo o organismo. No entanto, a mesma emoção pode provocar atitudes completamente diversas nas pessoas. Durante uma apresentação teatral ou musical, podemos observar as mais controvertidas emoções na platéia diante das mesmas circunstâncias de estímulo. Os seres humanos são espíritos milenares que vivem temporariamente em corpos transitórios; essa a razão da diversidade de sentimentos.
                Em  caso de falecimento de entes queridos, chorar de modo intenso é uma emoção perfeitamente compreensível. Porém, se aprendemos com adultos preconceituosos que homens nunca devem chorar, reprimimos nossas emoções naturais e passamos a criar barreiras psicológicas em nossa vida íntima. É saudável, pois, em certas circunstâncias, demonstrar tristeza; reprimi-la é doentio.
                Não estamos nos referindo aos comportamentos espetaculares de exibição dramática, mas à necessidade de expressar a dor da separação.
                Muitos escondem suas lágrimas, pois querem demonstrar a seus amigos e familiares que são altamente espiritualizados. Afirmam que o choro é reação anormal de criaturas revoltadas. Na verdade, esse julgamento infeliz é observado nos denominados juízes ideológicos; perderam suas conexões com a sensibilidade.
                Alguns aprenderam que não devemos chorar pelos nossos mortos queridos, pois lhes ensinaram que, enquanto permanecerem derramando lágrimas, seus afetos não ficarão em paz. O verdadeiro problema que se estabelece é a rebeldia e a inconformação perante as Leis da Vida, não as lágrimas que derivam da saudade e do amor que nutrimos pelos seres que partiram.
                Outros reagem ante os funerais de familiares com um entorpecimento emocional, não derramando uma lágrima sequer. Pessoas podem acusá-los de indiferentes e insensíveis, por não conseguirem avaliar o cansaço físico excessivo dessas criaturas naquele momento, pelas noites e noites desgastantes que viveram durante a longa doença do afeto que partiu.
                Outros ainda tomam atitudes de contagem impassível diante da dor, por terem aderido a doutrinas estóicas. Posteriormente, no entanto sentem-se culpados, porque não choraram o quanto queriam chorar.
                Para os que tem fé e aceitam a vida após a morte, a separação é vista de forma temporária, ficando mais fácil para eles superarem os momentos dolorosos do adeus na desencarnação. Sabem que o progresso é inevitável e, por isso, consideram a morte o fim de uma etapa e o início de outra melhor.
                As lágrimas são mensageiras da saudade, são as águas cristalinas do coração, que surgem das profundezas de nossa alma.


Do livro: As Dores da Alma – Francisco do Espírito Santo Neto/Hammed
imagem: osceticos.blogspot.com

2 comentários:

Pérola disse...

A sociedade nos convida e esconder sentimentos.

Gostei do texto, obrigado.

Beijinhos

tesco disse...


Felizmente, essa noção de que 'os homens não devem chorar'
nunca me foi ensinada, e pra mim soa apenas como
título de música.
Igualmente, os ensinamentos de que "Fantasmas não existem"
e "Tempo é dinheiro" sempre me parecem conceitos
norte americanos, e não fazem parte da minha história.
Parece que o mundo fica mais saudável sem omalias.
Beijos.

essas an