Em razão dos projetos
fantasistas que se propõe, a criatura humana estabelece, normalmente, sua
escala de valores prioritários, longe da realidade espiritual. Os impositivos
imediatos prevalecem nos seus conteúdos eleitos como aqueles que devem se
conquistados, fixando as bases do seu comportamento na busca dessas
realizações.
Embora reconheça a impermanência
da vida física e de tudo quanto lhe diz respeito, agarra-se à transitoriedade
dos acontecimentos e fenômenos, buscando eternizá-los no tempo que se transfere
e nos espaços emocionais que se consomem, em razão das transformações
inevitáveis do corpo somático.
Como consequência, esvai-se na
luta constante pela preservação do perecível, assim como no afã de manter-se em
novas buscas, esquecendo-se da realização plena, que decorre da sua consciência
lúcida constatando a conquista de si mesma.
Por atavismo, acredita que a
preservação da espécie e a necessidade de manter os provimentos necessários
para tal fim, constituem os objetivos da existência na Terra. E sem mais amplas
reflexões, automaticamente, entrega-se à conquista de coisas e valores
amoedados, de projeção social e gozo pessoal. As suas áreas de movimentação
emocional são restritas, o que gera, com o tempo e a repetição, as graves neuroses
que propelem às fugas espetaculares, aos conflitos, aos sofrimentos mais
acerbos.
O ser humano é aquilo que pensa,
que de si mesmo elabora, construindo, mediante o pensamento, a realidade da
qual não logra evadir-se. As suas aspirações íntimas, com o tempo,
concretizam-se e surpreendem-no, às vezes quando já não as acalenta, pois que
há um período para semear e outro que corresponde à colheita.
Fonte: MOMENTOS DE SAÚDE E DE CONSCIÊNCIA
Divaldo P. Franco/Joanna
de Ângelis
imagem: google
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