O espírito se comunica de duas maneiras distintas. Uma diretamente com Deus, visto que emana d’Ele e a outra através do perispírito, sua ligação com a matéria. A primeira significa uma conexão total e singular com o Criador e impossível de ser cortada. O ser sempre estará n’Ele e a Ele ligado. As religiões falam em re-ligação, porém nunca houve desligamento. A palavra e a ação querem significar a focalização das motivações na direção do amor e da paz. A segunda diz respeito aos processo indiretos de comunicação do espírito com o universo. Sem o perispírito, na condição de espírito puro, a comunicação com o universo transcende qualquer percepção cognitiva.
A linguagem verbal é a forma exterior de comunicação, sem ser a expressão essencial do espírito. Tampouco o pensamento o é, visto que, ele também, por sua vez, é expressão gerada no perispírito. A palavra é apenas uma expressão limitada do pensamento, o qual, por sua vez, também é uma limitação à verdadeira natureza do espírito. Emoções e sentimentos construídos pelo ser espiritual necessitam de expressão adequada para seu próprio crescimento. O pensamento e a linguagem são resultantes desse processo de exteriorização.
Antes de alcançar o perispírito, a vontade existente no espírito, quando desejoso em se comunicar, permite-lhe conectar-se às vibrações universais oriundas de outros espíritos, na mesma sintonia e no mesmo nível de evolução.
A cultura valoriza a linguagem como instrumento de inserção do ser no mundo sem, no entanto, considerar que ele pertence ao mundo independente dela. Ela é instrumento de manifestação, mas não lhe determina a existência. Os idiomas bem como as formas de comunicação instituídas pela cultura, refletem o predomínio da separação entre o ser e a linguagem, em lugar da percepção uma do espírito. A busca louvável e importante de um idioma único não deve ser motivo do esquecimento das diferentes emoções e sentimentos de cada cultura, sob pena de se construir uma linguagem fria e distanciada do espírito.
A linguagem do espírito é a emanação de Deus. Sua expressão direta traduz o fluxo do amor divino. As várias formas de comunicação, em todos os níveis de relação entre os seres da natureza refletem o amor de Deus. Os idiomas da Terra expressam as diversidades culturais humanas e têm sua existência efêmera. Um dia, e não será apenas através da palavra, nos entenderemos ‘em espírito e verdade’.
Do ponto de vista material, nada PE possível fora da linguagem. Por extensão pode-se dizer que nada é possível fora do pensamento. Porém o espírito não depende nem de um nem de outro para expressar sua essência.
A importância da linguagem, ou melhor, do expressar-se pela fala, gestos, mímica, artes ou outra forma material de comunicação está nas possibilidades de relação que se estabelece. É nas relações que o espírito apreende as leis de Deus. É fundamental, por isso, que o ser humano expresse seu mundo íntimo. Fale de sua vida interior para que ela se revele a ele mesmo. É fundamental para evoluir, o confessar-se. Falar de si mesmo com naturalidade. Não ter receio de falar de seus próprios defeitos, pois, dessa forma, poderá entender-se. Falar das aspirações, dos sentimentos, das emoções, dos incômodos internos, das inquietações pessoais, isto é, de tudo que esteja no limiar do inconsciente e disponível para assumir a consciência. São temas que exercem pressão na consciência exigindo exteriorização. Bloqueá-los ou reprimi-los consumirá energia psíquica e necessidade de liberação futura.
A linguagem verbal, a expressão visual, a comunicação afetiva e emocional, a não-verbal, a telepática, a interna, são emanações do espírito. Em todas elas seu desejo é expressar o amor de Deus.
Do livro: PSICOLOGIA DO ESPÍRITO
Adenáuer Novaes
Um comentário:
Oi querida Denise! Andei viajando e meio sumida. Gostei muito desse texto. Aprendo sempre muito por aqui! Um beijo e um ano de 2011 repleto de alegrias!
Postar um comentário