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CONHEÇA O ESPIRITISMO - blog de divulgação da doutrina espírita


segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

SAIBA DIZER NÃO


Você é daquele tipo de pessoa que vive sem dinheiro porque os parentes pedem emprestado o tempo todo? Que vai ao cinema só para agradar o namorado quando, na verdade, o que queria mesmo era ficar em casa, sem fazer nada, na gente da televisão? Que fica horas ao telefone ouvindo a amiga contar sobre uma nova aventura enquanto seu trabalho se acumula na frente do computador?
                Se você é desse tipo, é certo que já se questionou algo como: “Mas por que é que eu faço isso?” A resposta é simples: porque não quer desagradar os parentes, o namorado ou a amiga.
                O que você precisa entender é que, para não desagradar os outros, acaba desagradando você mesmo. Dizer não e recusar é uma arte que leva uma vida inteira para ser aprendida e aperfeiçoada. Uma arte que precisa ser cultivada o tempo todo, pois nunca desaparece o risco de que possamos cair em tentação, fraquejar na primeira insistência e dizer sim quando, na  verdade, desejaríamos dizer não.
                Para quem não tem a menor dificuldade em dizer não, o assunto pode parecer banal, afinal, qual o problema em negar qualquer coisa quando não podemos ou não queremos? Mas não é bem assim. Livrar-se desse comportamento não é tão simples quanto parece. Tanto que as prateleiras das livrarias oferecem diversas opções de livros que tentam dar uma forcinha às pessoas que sofrem do problema.
                William Ury, mostra como as pessoas podem usar suas emoções para se motivar a dizer não e defender o que é importante: “A ansiedade, o medo e a raiva dão o dom da energia transformadora, que é precisamente aquilo de que você necessita para efetuar mudanças internas e externas”.  Se for capaz de ouvi-las em lugar de lhes dar vazão de forma impulsiva, essas emoções podem se converter em suas aliadas. Podem lhe fornecer coragem para dizer não e nos permitir dizer sim para aquilo que realmente importa: nossas necessidades, crenças e prioridades.
                O psicólogo Hugo Ramón Barbosa diz que a cultura em que vivemos não lida muito bem com a negativa. No social, é considerado de mau gosto dizer não, prefere-se a polidez (muitas vezes mascarando um não ou mesmo uma forma de não comprometimento). Pais egoístas não aceitam negativas dos filhos e acabam habituando-se a relacionamentos marcados por manipulações e pela falta de limites.
                O não é uma expressão verbal e atitudinal dos limites de uma pessoa. É uma forma de balizar para os outros que atingiram a fronteira, que a partir desse limite a pessoa já estará à vontade. Este limite é algo extremamente pessoal. Entre o sim e o não há complementaridades significativas.
                O não é uma declaração de fronteira, de limite. É uma forma de dizer chega. É dizer “você chegou até aqui, daqui você não passa”. A pessoa está mostrando com clareza que a sua identidade tem limites, que não admite invasões. E o sim é uma declaração de afirmação, de busca, de conquista, de permissão.
                Em geral, podemos considerar que um não bem  colocado pode significar, no final, um sim num relacionamento. Pela sinceridade, pela certeza de se saber o que se quer, os limites e a abrangência do posicionamento. Uma pessoa que coloca um não na hora certa não rompe a relação, só está se propondo a experimentar novos formatos no relacionamento.
                “Se considerarmos a vida polarizada, certamente a pessoa que não sabe dizer não viverá sua vida pela metade”, diz Oddone. Sempre haverá a sensação de que as coisas poderiam ter sido diferentes se tivesse dito não, se tivesse colocado um basta, se tivesse estabelecido um limite significativo para o outro.
                Caso a pessoa consiga dizer não, pode-se gerar, com esta atitude, novos eventos, com desdobramentos surpreendentes. Partimos de um conceito de identidade, uma personalidade que é construída num longo processo; identidade essa que é necessário proteger, cuidar e defender a todo custo. Para conseguir se relacionar socialmente, esta pessoa deve aprender a defender este espaço conquistado”, diz ainda o terapeuta.
                Inúmeras e diferentes formas de negação podem ajudar a pessoa a valorizar seus limites e posicionar-se perante o mundo conjugal, familiar, social e laboral.
                Oddone garante que isso nos permite compreender que dizer não é perfeitamente funcional e saudável.
                A psicóloga Ana Cristina Penteado afirma que as pessoas têm dificuldade em dizer não porque isso implica em contrariar o outro. Portanto, pode-se perder o amor, afeto, a simpatia do outro. “Isso é uma das maiores dificuldades do ser humano e sempre a imagem que se forma é de uma perda irreversível, o que causa uma grande ansiedade e um medo de perder”, diz.
                Essa ansiedade leva a pessoa a contrariar a si mesma, pensando ser mais fácil lidar com isso do que com o que pode ser causado na outra pessoa. O problema está na autoestima: a pessoa não confia em si em relação à sua capacidade de manter as pessoas ao seu redor, e a perda de tais pessoas, em sua expectativa, causaria um dano muito maior do que o real.
                Ao se anular, esse indivíduo terá dificuldades para saber quem é, do que gosta e quais as pessoas e fatos que realmente importam. Corre um risco muito grande de entrar em depressão, pois não vê mais na vida motivos para ser feliz. “É diferente não saber dizer não e gostar de ajudar”, afirma a terapeuta. Quem gosta de ajudar, é um filantropo, amoroso. Cuidadoso, fará tudo dentro dos seus limites. As emoções não sobrevivem sem autoamor, autorrespeito, autocuidado.

Gisele Bortoleto

Extraído da Revista Bem Estar de 20/03/2011 – encarte do Jornal Diário da Região – São José do Rio Preto
               

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2 comentários:

Anônimo disse...

Denise minha querida irmã,

Que bom voltar a compartilhar de textos muito importantes, que nos auxiliam na compreensão de conceitos que nos foram impostos, fazendo com que sufoquemos nossa verdade interna.
Realmente, existem pessoas que sentem uma dificuldade enorme em dizer "Não" para as pessoas e situações que não fazem parte da vida delas.
Eu até que não posso reclamar, depois de um tempinho revendo minha vida e fazendo algumas reflexões, assumi "meu compromisso interno" de respeitar minhas vontades e não deixar que comandem minha vida.
E dependendo da situação e da pessoa, não tenho problema algum em dizer "Não".....principalmente aquelas que se fazem de vítimas.
Parabéns minha querida, Maravilhosa e importante mensagem.

Um beijo grande em seu coração!!!


p.s.= Obrigada pelas palavras carinhosas no meu espaço enquanto estava de férias.
Beijosssssss

Anônimo disse...

Ótimo post,Denise. Todos deviam ler.

Conheço muitas pessoas que por nunca dizerem não estão,atualmente,em psicólogos como eu ou se arruinaram mentalmente.Ficam com raiva de si próprios,pois dizem sempre sim porque a auto-estima é baixa e necessitam ser amados e admirados por todos.

Pode_se dizer um não sem grosseria e ficar em paz consigo mesmo e com a outra pessoa.


Linda semana de Paz e Amor!


Bjs

Donetzka


DonetzkaTextoseImagensLindas