O
espiritismo é claramente a favor do casamento e da família, sem pretender uma
indissolubilidade conjugal, por ser esta absolutamente fora das Leis Naturais
da Vida.
Casamento
não é um ato marcado por assinatura de papéis, muito embora as leis civis de um
país assim o possam requerer, como formalidade para atender a necessidades
legais, dando-se “a César o que é de César”.
O
matrimônio se alicerça num processo de união de alma para alma, exigindo do par
um contrato de coração a coração, que se vai afirmando no tempo. Compreensível,
portanto, considerar o casamento não somente como o ato de casar-se, mas sim
como um hábito de caminhar no acasalamento.
É
natural consignar-se a importância do rito de passagem, o qual funciona como
uma necessidade psicológica perfeitamente aceitável. Isto não significa ritual
religiosos, muitos embora possa estar associado à cultura social, de acordo com
as crenças dos nubentes.
Na
perspectiva espírita não há rito religioso, não comportando, pois, atitudes que
lembrem celebrações litúrgicas oficiadas por autoridades eclesiásticas, dentro
de uma hierarquia sacerdotal que é de todo inexistente no espiritismo.
Para
a Doutrina Espírita, o casamento deve observar a lei divina, ou seja, se
estabelece pela lei de amor, aliada à união sexual em nível material, conforme
propõe Allan Kardec. A dimensão religiosa do espiritismo não contempla culto
externo como manifestação de crença, dispensando, desse modo, todo e qualquer
ritualismo, simbolismos religiosos e sacramentos, não obstante respeite
profundamente as religiões que se valem desses expedientes como parte de sua
estrutura de funcionamento.
Também
é justo lembrar que são os noivos que estão se consorciando, e não seus pais.
Estes, com freqüência, fazem chantagens emocionais perante os filhos, a fim de
imprimir, nas celebrações, seus modos, gostos e crenças, às vezes em completo
desrespeito ao fator individualidade. Em muitas ocorrências chegam ao
despropósito de afirmar que, caso não se concretize o matrimônio religiosos
dentro das determinações que tentam impor aos filhos, não reconhecerão o enlace
conjugal, ou não se farão presentes às bodas.
É
perfeitamente adequado que os nubentes orem na intimidade, a sós, ou na
companhia daqueles que compartilham a experiência, rogando diretamente a Deus
as bênçãos com que se fortalecerão para arcar com a responsabilidade de
direcionar o navio do casament6o pelo mar da vida.
Para
a doutrina espírita, o que, efetivamente, torna sagrado um matrimônio não é a
intermediação de alguém a quem se atribui uma autoridade religiosa, nem sempre
em dia com a Divindade, mas sim, a qualidade divina da interação das almas que
se entrelaçam nas juras de amor.
O
que diviniza um casamento não são as festividades das bodas de um dia, fáceis
de concretizar, porém o quanto de amor se acrescenta a cada dia na conjugação
afetiva, por meio do cuidado, do respeito, da fidelidade, da compreensão, do
devotamento, da ternura, do perdão.
Fonte: CASAMENTO: A ARTE DO REENCONTRO – ALBERTO
ALMEIDA
imagem: google
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