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CONHEÇA O ESPIRITISMO - blog de divulgação da doutrina espírita


domingo, 7 de novembro de 2010

PODER

                O poder, enquanto desejo de dominar e determinar o destino alheio representa a assunção do orgulho como complexo preponderante na consciência. É o egoísmo levado ao extremo.

                Como expressão do egoísmo e do orgulho, o poder é radicalmente contrário ao amor, sendo impossível sua convivência com ele. Onde o poder se apresenta o amor se recolhe.
                Quando se permite que o ego domine a vida e ele se identifique com as representações da autoridade, da subserviência e do predomínio da obediência cega, surge o poder, cuja manifestação básica corrompe as forças amorosas do espírito.
                Não obstante as manifestações destrutivas do poder, sua experimentação, quer na posição de mando ou de obediência, é necessária ao espírito. As experiências no exercício do poder o farão apreender leis que o ajudarão a co-criar em nome de Deus. Não basta saber obedecer; é preciso ao espírito também aprender a mandar.
                Por ser criado da Divina Essência, mais tarde, quando a evolução lhe permite, é comum ao espírito acreditar que é Deus. Não percebe a necessidade de entender a distinção essencial entre Criador e criatura. Deus é. O ser humano existe a partir de Sua Vontade. A evolução do espírito também é a descoberta de sua essência e a constatação paulatina de seu poder interior. Descobre ele que seu crescimento em busca de Deus é a conquista da própria liberdade de ser. Caso não fosse um processo de amadurecimento espiritual levá-lo-ia ao desejo desenfreado de poder.
                Quando se afirma que “querer é poder” deve-se ter em mente que o querer foi burilado para que não se imagine a possibilidade de algo absoluto. Seria melhor afirmar-se que “saber querer é poder” ou ainda que “descobrir o querer da Vida é poder”. Esse poder representa a capacidade de motivar-se para realizar.
                Quando vamos a busca do poder estamos querendo afirmar a necessidade de estabelecer uma identidade pessoal, a qual se encontra perdida no emaranhado do inconsciente. A inferioridade certamente está lá, exigindo compensação. O poder que se exerce porventura sobre alguém, deverá sempre ser percebido como algo de extrema responsabilidade, pois somos responsáveis por entrar no destino alheio.
                Quando a Vida nos oferece uma posição de comando, devemos entender que precisamos exercê-la com o máximo de equilíbrio a fim de desempenharmos, naquele instante, o papel a nós reservado por Deus. Ele nos confere a sublime tarefa de representá-lO junto àqueles que ainda não O percebem.
                Por mais que queiramos fugir dessa responsabilidade, um dia estaremos exercendo esse papel. O feliz e responsável desempenho será determinante para a vivência de experiências em outros campos da Vida.
                Por muito tempo prevaleceu na sociedade humana, como também entre os animais, o predomínio do poder sobre a igualdade natural. A força, o poderio militar, as reservas econômicas e as conquistas intelectuais estabeleceram hierarquias entre as coletividades. Um dia, quando o amor vigorar como princípio de união entre nós, prescindiremos daquelas formas de domínio.

Do Livro : PSICOLOGIA DO ESPÍRITO

Adenáuer Novaes

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