Atavicamente herdeiro dos hábitos
pretéritos, conduz, de reencarnações infelizes, excentricidades multiformes,
como arquétipos do inconsciente coletivo que, no entanto, são gerados por ele
próprio.
Nessa área, surgem os distúrbios do
sexo, predominando a psicologia à morfologia, caracterizando biótipos
extravagantes, que chamam a atenção pelo desvio de conduta, por fenômeno
psicológico de não aceitação de sua realidade,
compondo uma personificação que agride aos outros, e a si mesmo se
realiza em fenômeno de autodestruição.
A exibição não é apenas uma forma de
assumir o estado interior, psicológico, mas, também, de chocar, em evidente
revolta contra o equilíbrio mente-corpo, emoção-função fisiológica...
Por extensão, a compulsão psicótica
leva-o à extroversão exagerada, em todas as formas da sua comunicação com o
mundo exterior, pondo para fora os conflitos, mascarados em expressões que lhe
parecem afirmar-se perante si mesmo e as demais pessoas.
Outrossim, algumas dessas
personalidades exóticas fazem-se isoladas onde quer que se encontrem, evitando
o relacionamento com o grupo, em postura excêntrica, de natureza egoísta.
Exigem consideração, que não
dispensam a ninguém; auxílio, que jamais retribuem; gentilezas, que nunca
oferecem, sendo rudes, mal-humorados, insensíveis e presunçosos.
Essa é uma fase adiantada do
comportamento exótico, que exige mais acentuada terapia de profundidade.
Nesse estágio da conduta, os sonhos
são-lhes caracterizados pela necessidade tormentosa de conseguirem a
realização plenificadora, que não atingem.
Devaneios íntimos povoam-lhes o
campo onírico, referto de transtornos e pesadelos, que mais os inquietam
quando no estado de consciência lúcida.
Os fatos da infância ressurgem-lhes
fantasmagóricos, e a imagem da mãe, excessivamente
dominadora ou tragicamente benévola, que transferiu para o rebento suas frustrações e nele
passou a realizar-se, anelando para a felicidade do ser querido tudo aquilo
quanto não fruiu, neurótica, portanto, na sua estrutura maternal.
A psicoterapia deve apoiar-se na
busca da conscientização do paciente, para que assimile novos hábitos,
empenhando-se em harmonizar a sua natureza
interior com a sua realidade
exterior, exercitando-se no convívio social sem a tentação de destacar-se, sendo
pessoa comum, identificada com os objetivos normais da vida, que escolherá
conforme as próprias aptidões, trabalhando com esforço a modelagem da nova
personalidade.
O desenvolvimento da criatividade
contribui para o ajustamento da personalidade ao equilíbrio, gerando o
enriquecimento interior, que anulará os condicionamentos viciosos.
Sem dúvida, o acompanhamento do
psicólogo assim como do analista atentos lhe propiciará o encontro com o eu
profundo e seus conteúdos psíquicos, liberando-se das heranças neuróticas e dos
condicionamentos psicóticos.
O homem e a mulher saudáveis têm
comportamento ético, sem pressão, e tornam-se comuns, sem vulgarizarem-se.
O SER CONSCIENTE - Divaldo Pereira
Franco/Joanna de Ângelis
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