Na transição da adolescência, o jovem saudável é muito susceptível
de mudança
de comportamentos e de atitudes mentais. Raramente as mágoas se lhe
fazem profundas, produzindo sulcos perturbadores que se transformam em conflitos
para o futuro, porque tudo parece acontecer com rapidez, cedendo, um
fato, lugar a outro mais recente, dessa forma, não se fixando muito as impressões
negativas, exceto aquelas que se repetem ou que lhe causam choque,
estupor ou castração psicológica.
Desse modo, as ocorrências desagradáveis podem ser superadas com relativa
facilidade, desde que haja substitutos para as mesmas, diminuindo as impressões
de descontentamento e mal-estar.
Formando a personalidade e definindo-se na eleição do que lhe apraz aceitar
ou rejeitar, o perdão assume um papel de importância no seu dia-a-dia, abrindo-lhe
possibilidades para os relacionamentos felizes. Há, naturalmente, exceções,
quando se trata de personalidades psicopatas, temperamentos instáveis
e vingativos, que acumulam o resíduo do ressentimento ao invés de coletar
as experiências positivas e substituir aqueloutros que são de natureza desagradável.
O perdão aos erros alheios representa começo de maturidade no jovem, que
se revela tolerante, compreensivo, dando aos outros o direito de equivocar-se e
abrindo espaço para o auto-perdão. Mediante essa conduta se renova, não
permanecendo em atitudes depressivas após a constatação do erro, antes se
dispondo a seguir em frente, superando a situação infeliz e recuperando-se ao
primeiro ensejo. Com essa atitude, a vida adquire um sabor agradável e as ocorrências
passam a merecer a consideração produtiva, aquela que soma recursos
que podem ser aplicados em favor do bem comum.
É uma forma de superar os melindres e complexos de inferioridade, porque
o adolescente dá-se conta do quanto é importante a sua presença no mundo,
pelo seu significado existencial, pelo que pode realizar e pelo próprio sentido
de sua vida.
ADOLESCÊNCIA
E VIDA
DIVALDO
PEREIRA FRANCO/JOANNA DI ÂNGELIS
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