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CONHEÇA O ESPIRITISMO - blog de divulgação da doutrina espírita


terça-feira, 9 de julho de 2013

CRIMES E FALATÓRIOS


A divulgação de notícias de crimes adoece ainda mais a psicosfera do planeta já por si só tão comprometida. Além disso, quando essas notícias caem sobre mentes em desequilíbrio, abre-se uma espécie de convite pela repercussão que recebem para que sejam repetidas, insufladas que são por entidades inferiores. Um exemplo desse fato é a divulgação de atentados e mortes envolvendo ataques às escolas que ocorrem em outros países. A mente comprometida pelo desequilíbrio, ao perceber a notoriedade que os fatos ganham, predispõe-se a acalentar planos semelhantes, assessoradas, como já dissemos, por inteligências infelizes encarnadas ou desencarnadas. É óbvio que a investigação policial do ocorrido com a devida aplicação das leis da sociedade é uma necessidade. A não ser assim retornaríamos a uma espécie de selvageria e barbárie incompatíveis com os tempos atuais. Só que a aplicação da lei não exige os falatórios que envolvem casos como esses. Somente as Leis da Vida sabem o que os reencontros futuros entre os envolvidos poderão custar-lhes. Os falatórios são absolutamente desnecessários além de ser altamente nocivos a todos. Tanto a vítima como a autora do crime necessitam de nossas orações e não das nossas especulações doentias.
                A propósito do ocorrido, relembro uma página excepcional do espírito Emmanuel que se aplica como luva: “ poucas expressões da vida social ou doméstica são tão perigosas quanto o falatório desvairado, que oferece vasto lugar aos monstros do crime.
                A atividade religiosa e científica há descoberto numerosos fatores de desequilíbrio no mundo, colaborando eficazmente por extinguir-lhes os focos essenciais.                      
                Quanto se há trabalhado, louvavelmente, no combate ao álcool e à sífilis?
                Ninguém lhes contesta a influência destruidora.
                Arruinaram coletividades, estragam a saúde, deprimem o caráter.
                Não nos esqueçamos, porém, do falatório maligno que sempre forma, em derredor, imensa família de elementos enfermiços ou aviltantes, à feição de vermes letais que proliferam no silêncio e operam nas sombras.
                Raros meditam nisto.
                Não será, porventura, o verbo desregrado o pai da calúnia, da maledicência, do mexerico, da leviandade, da perturbação?
                Deus criou a palavra, o homem engendrou o falatório.
                A palavra digna infunde consolação e vida. A murmuração perniciosa propicia a morte.
                Quantos inimigos da paz do homem se aproveitam do vozerio insensato, para cumprirem criminosos desejos?
                Se o álcool embriaga os viciosos, aniquilando-lhes as energias, que dizer da língua transviada do bem que destrói vigorosas sementeiras de felicidade e sabedoria, de amor e paz? Se há educadores preocupados com a intromissão da sífilis, por que a indiferença alusiva aos desvarios da conversação?
                Em toda parte, a palavra é índice de nossa posição evolutiva. Indispensável aprimorá-la, iluminá-la e enobrecê-la.
                Desprezar as sagradas possibilidades do verbo, quando a mensagem de Jesus já esteja brilhando em torno de nós, constitui ruinoso relaxamento de nossa vida, diante de Deus e da própria consciência.
                Cada frase do discípulo do evangelho deve ter lugar digno e adequado.
                Falatório é desperdício. E quando assim não seja, não passa de escura corrente de venenos psíquicos, ameaçando espíritos valorosos e comunidades inteiras”. (Vinha de Luz)
                Jesus conviveu com todas as misérias morais na época em que esteve encarnado entre nós, mas as suas palavras foram sempre do convite perene para o caído levantar-se e seguir. Nunca de afundá-lo ainda mais sob o peso da consciência comprometida. Cessemos o falatório infeliz e muitas vezes, injusto, para que mais rapidamente possamos promover a escola que habitamos de um planeta de provas e expiações e um mundo de regeneração. Lembremo-nos do cisco em nossos olhos e não transformemos a trave do semelhante em motivos para movimentarmos a nossa língua comprometendo-nos perante a Lei que determina que, com a mesma medida que medirmos seremos medidos.
Ricardo Orestes Forni


Fonte: Jornal Espiritismo Estudado – setembro/2012


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