Certamente, não nos referimos à necessidade de o indivíduo
viver as suas deficiências, impondo-as ao grupo social no que se encontra...
Porém, não escamotear os próprios limites e anseios ainda não logrados,
mantendo falsas posturas de sustentação impossível, é o compromisso existencial
que leva a um equilibrado amadurecimento emocional.
Afinal, todos os indivíduos se encontram, na Terra, em
processo de evolução. Conseguida uma etapa, outra se lhe apresenta como o
próximo passo. A satisfação, a parada no patamar conquistado leva ao tédio, ao
cansaço da vida.
Aventurar-se, no bom e
profundo sentido da palavra, é a estimulação de valores, revelação dos
conteúdos íntimos, proposta de experiência nova. A ansiedade e a incerteza
decorrentes do tentame fazem parte dos projetos da futura estabilidade psicológica,
do armazenamento dos dados que cooperam para uma vida estável, realizadora e
feliz.
Os insucessos e preocupações durante a empresa tornam-se
inevitáveis e são eles que dão a verdadeira dimensão do que significa lutar,
competir, estar vivo, ter uma identidade a sustentar.
Deste modo, o indivíduo tem o dever de enfrentar-se, de
descobrir qual é a sua identidade e, acima de tudo, aceitar-se.
A aceitação faz parte do amadurecimento íntimo, no qual
os inestimáveis bens da vida assomam à consciência, que passa a utilizá-los com
sabedoria, engrandecendo-se na razão direta que os multiplica.
A sociedade é constituída por pessoas de gostos e ideais
diferentes, de estruturas psicológicas diversas, que se harmonizam em favor do
todo. Das aparentes divergências surge o equilíbrio possível para uma vida
saudável em grupo, no qual uns aos outros se ajudam, favorecendo o progresso
comunitário.
O descobrir-se que a própria identidade é única, especial,
em decorrência de muitos fatores, favorece a manutenção do bem-estar íntimo,
impedindo fugas atormentantes e inúteis.
Quem foge da sua realidade, neurotiza-se, padecendo
estados oníricos de pesadelos, que passam à área da consciência, em forma de
ameaças de desditas por acontecer, com o mundo mental povoado de fantasmas que
não consegue diluir.
Aceitando-se como se é, possui-se estímulos para
auto-aprimorar-se, superando os limites e desajustes por educação, disciplina
e lutas empreendidas em favor de conquistas mais expressivas.
Somente através da aceitação da sua identidade, sem
disfarces, o homem, por fim, adquire o amadurecimento psicológico que o
capacita para uma existência ideal, libertadora.
A própria identidade é a vida manifestada em cada ser.
Do livro: O Homem Integral – Divaldo Pereira Franco/Joanna Di Ângelis
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