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CONHEÇA O ESPIRITISMO - blog de divulgação da doutrina espírita


sábado, 7 de fevereiro de 2015

ORIGENS DO SOFRIMENTO V

                O desejo é um corcel desenfreado que produz danos e termina por ferir-se, na sua correria insana.
                A primeira demonstração de lucidez e equilíbrio da criatura é a satisfação ante tudo quanto a vida lhe concede. Não se trata de uma atitude conformista, sem a ambição racional de progredir, mas, sim de uma aceitação consciente dos valores e recursos que lhe chegam, facultando-lhe harmonia interior e bem-estar na área dos relacionamentos, no grupo social no qual se situa.
                Toda vez que o desejo exorbita, gera sofrimento, em razão de tornar-se uma emoção perturbadora forte, que desarticula as delicadas engrenagens do equilíbrio.
                Febre voraz, o desejo faz arder as energias, aniquilando-as. Sempre se transfere de uma para outra área, por conduzir o combustível da insatisfação. Males incontáveis se derivam de sua canalização equivocada, face às suas nascentes no egoísmo, este câncer do espírito, responsável por danos contínuos no processo da evolução do ser.
                Mesmo na realização edificante, o desejo tem que ser conduzido com equilíbrio, a fim de não impor necessidades que não correspondam à realidade. O ideal do bem, o esforço por consegui-lo expressam-se de forma saudável quão gratificante, tornando-se estímulo para o desenvolvimento constante dos germes que dormem na criatura, aguardando a eclosão dos fatores que lhe são propriciatórios.
                Como o efeito do desejo, o ofuscamento, que decorre da presunção e do orgulho, é causa de sofrimentos, em razão do emaranhado de raízes na personalidade do homem ambicioso e deslumbrado.
                As ilusões da prosperidade econômica e social, cultural e política induzem o insensato ao ofuscamento, por permitirem-lhe acreditar-se superior aos demais, inacessível ao próximo, colocando barreiras no relacionamento com as outras pessoas que lhe pareçam de menor status, qual se estas lhe ameaçassem a situação de destaque. Ignoram os fenômenos biológicos inevitáveis da enfermidade, velhice e morte, ou anestesiam a consciência para não pensarem nas ocorrências do insucesso, da mudança de situação, das surpresas do cotidiano.
                Todos esses fatores são motivos de sofrimento, quando se pretende manter a posição de relevo, quando se teme perdê-la e quando isso acontece.
                O ofuscamento desgoverna inumeráveis existências que se permitem as fantasias do trânsito orgânico, sem a claridade que discerne entre as reais e as falaciosas metas da vida.

(continua)

Fonte: PLENITUDE         
Divaldo Pereira Franco/Joanna de Ângelis
imagem: google

Um comentário:

Shirley Brunelli disse...

Devemos permanecer no "caminho do meio", nem oito nem oitenta, sempre "vigiando e orando".
Denise, beijos!