Acredita-se que é possível contar nos dedos das mãos as pessoas a quem se ama de forma verdadeira. Causa compaixão quem aceita essa hipótese, pois estará confinado sentimentalmente.
O amor incondicional é sempre lúcido e abrangente. Jamais exclusivo ou limitado a apenas uma pessoa. Quando o amor induz os seres ao isolamento já se pode ouvir o vento entoar uma triste canção, prenunciando dias longos e noites melancólicas.
Quando, numa relação de amor, não se auxilia o outro a caminhar por si mesmo, conduzindo-o a encontrar seu próprio curso existencial, esse amor, mesmo que pareça tranqüilo, não está de fato estabilizado.
O amor verdadeiro é direcionado para a capacidade de guiar o outro ao crescimento pessoal, em outras palavras, por um processo de transformação incessante rumo a um entendimento maior.
Quem delimita sua aptidão para amar assemelha-se à fumaça, que a tudo sufoca em seu derredor. Somente depois, quando é dissipada pelo ar, é que se avalia o mal que a asfixia causou.
Há almas que vivem relacionamentos fictícios – baseados em uma imagem que retrata o que gostaria que o outro fosse – sem perceberem que estão dando os primeiros passos em direção à ruína afetiva.
A separação inicia-se no momento em que um dos parceiros se relaciona com a imagem criada da pessoa idealizada, e não propriamente com a pessoa. De modo geral, essas irrealidades são notadas depois de ter ocorrido o infortúnio amoroso.
O que acontece, todavia, quando nos dedicamos a alguém que é infiel conosco? Será que quando amamos incondicionalmente temos que suportar incontáveis deslealdades e permanecer impassíveis?
Naturalmente, o amor não conduz à tolice ou à ingenuidade, nem induz a uma alegria artificial e a uma credulidade excessiva. Na dependência só se vêem qualidades, nunca se enxergam os defeitos. Isso a humanidade classifica como amor cego ou paixão.
Jamais você sentiria tão grande solidão e abandono se não vivesse, imprudentemente, dependendo tanto dos outros.
O mundo é cheio de pesares e, na área do afeto, a traição é uma das maiores desventuras. Não há nada pior que recordar momentos felizes em tempos de dor.
Quando tudo é desventura, aparece a verdade. Ela pode machucar, mas, em qualquer tempo, será bem-vinda. Assemelha-se a um remédio amargo, porém salutar.
Vale lembrar: para que exista um relacionamento de fato, é necessário que ambos o desejem.
Apesar da desonestidade, é possível perdoar a quem traiu, pois o amor real não coloca limites à indulgência.
No entanto, você precisa perguntar-se: o que devo fazer para harmonizar o amor por meu marido sem perder meu auto-respeito?
Por certo a vida a dois não é nenhum mar de rosas, e seria bom levar como lembrete que, em se tratando de relacionamentos afetivos, nunca há respostas genéricas ou semelhantes para um amor não correspondido.
O amor não contabiliza as fragilidades do outro, mas, com toda a certeza, não é abusivo. Por princípio íntimo, não se deve viver de auto-piedade.
Diante dessa circunstância, o que de melhor se poderia dizer a esse alguém é que decida: ou continua junto de você, sinceramente, ou longe, se quer permanecer na infidelidade.
Os vínculos entre as pessoas podem ser estabelecidos por amor ou por obrigação. No amor, há ternura, imensa confiança e devoção, e isso por si só basta. Na obrigação, nascem as desavenças e recriminações, que dilaceram a alma. Quem se obriga nas questões do amor vive em constante busca de razões ideológicas ou de justificativas filosóficas.
O que é o carma senão respostas da vida a seus atos e atitudes. Não existe fatalidade, uma vez que Deus dá o livre-arbítrio a todas as suas criaturas. Você é livre para escolher – não apenas antes do nascimento corporal, mas igualmente aqui e agora – o que fará de sua existência.
Vale esperar os terremotos do coração se acalmarem para você refletir melhor e, logo após, abrir as vidraças da alma e deixar o aroma do bom senso entrar.
O diálogo será sempre oportuno entre o casal, desde que não se converta em cobranças e insanas suscetibilidades; antes se alicerce na lealdade e honestidade e concorra para que os dois permaneçam unidos e equilibrados.
Para cada pessoa sempre existe um momento de decisão, e ela o saberá quando ele chegar. Quando você já tiver feito tudo o que estava a seu alcance, então deverá ficar ou partir. Não se deve esperar dos outros aquilo que unicamente você mesmo pode se dar.
Do Livro - CONVIVER E MELHORAR – Francisco do Espírito Santo Neto
Espíritos Lourdes Catherine e Batuíra
Um comentário:
oiiiii
brigada pela visita!pelas belas palavras!
ja te add no meu blog!
grande beijo
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