Conhecer nossos defeitos e virtudes é o caminho do progresso, muitas vezes dolorido,pois não é fácil estarmos frente a frente com nossa sombra.
Quando sentimos o desejo de possuir alguma coisa, muitas vezes nos cegamos a respeito dos direitos dos que nos cercam e buscamos satisfazer este desejo custe o que custar.
Agindo assim, provocamos reações por parte dos que nos rodeiam.
Vemos constantemente os erros e defeitos dos que nos rodeiam e muitas vezes somos incapazes de percebermos os nossos erros e quando os percebemos, sempre temos uma justificativa para eles. Outras vezes nos isentamos das nossas culpas, transferindo-as para o nosso próximo.
Este comportamento confirma a nossa falta de conhecimento sobre nós mesmos.
E é esse conhecimento sobre nós mesmos a chave para o nosso progresso individual.
Conhecendo as nossas virtudes que estaremos buscando exercitá-las e conhecendo os nossos defeitos estaremos buscando modificá-los.
O conhecimento de si mesmo pode se dar naturalmente, como fruto do amadurecimento de cada um, ou poderá ser provocado pelo sofrimento renovador, despertando a criatura para valores novos do espírito.
Ney Prieto Peres, no livro Manual Prático do Espírita, nos mostra três formas através das quais nos conhecemos a nós mesmos:
A – Conhecer-se no convívio com o próximo – Esse conhecimento começa dentro da família, no nosso relacionamento com pai, mãe, irmãos, avós, etc. É aí que aprenderemos a conhecer como reagimos e por que reagimos aos apelos, as contendas, aos choques de interesses. E continua na sociedade através das reações observadas nos outros. Normalmente as que mais nos incomodam são justamente aquelas que mais expressam a nossa própria maneira de ser.
Nesse sentido, para buscarmos a perfeição, temos que tomar como diretriz uma frase contida no Evangelho Segundo o Espiritismo, cap XVII: “O dever começa precisamente no momento em que ameaçais a felicidade e a tranqüilidade de vosso próximo, e termina no limite que quereríeis alcançar para vós mesmos”.
B – Conhecer-se pela dor – Os processos de sofrimento provocam em nós o despertar da consciência e a ampliação do nosso grau de sensibilidade.
Quando enfermos, para que possamos nos curar somos obrigados a modificarmos hábitos que nos levaram a adoecer. O reconhecimento desses hábitos é uma das formas do auto-conhecimento com relação a alguns aspectos de nossa forma de vida.
Quando ficamos muitos dias doentes, presos em um leito, também somos obrigados a pensar sobre nosso modo de viver.
Quantas pessoas que estiveram a beira da morte e que alcançaram a cura, mudaram muito sua forma de viver, hoje valorizando coisas que antigamente lhes passavam despercebidas?
C – Conhecer-se pela auto-análise – A este respeito quem nos dá um grande exemplo é Santo Agostinho. Ao final de cada dia ele passava em revista o que havia feito e perguntava a si mesmo se não tinha faltado ao cumprimento de algum dever, se ninguém tinha motivo para se queixar dele.
Em caso de duvida ele se perguntava: Se outra pessoa tivesse praticado esta ação, como a qualificaria? Se a censurares nos outros, essa censura valeria também para si.
Desta forma ele foi aprimorando seu auto-conhecimento.
Além disso, para nos auxiliar em nossa auto-análise nos temos os ensinamentos de Jesus através de seus exemplos durante o tempo que esteve conosco.
Não nos deixemos seguir ao sabor do tempo, iniciemos nosso processo de auto-análise de forma permanente e sistemática, nossa auto-educação.
Saiamos da condição de conduzidos pelos envolvimentos do meio e passemos à categoria de condutores de nós mesmos, com amplo conhecimento das nossas potencialidades em desenvolvimento.
“Vamos interrogar a nossa consciência quanto à utilidade que estamos dando ao tempo, à saúde e aos ensejos de fazer o bem que desfrutamos na vida diária”. (André Luiz/Emmanuel – Opinião Espírita).
Bibliografia
Livro dos Espíritos perg 919 e 919 a
Manual Prático do Espírita – Ney Prieto Peres
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