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CONHEÇA O ESPIRITISMO - blog de divulgação da doutrina espírita


terça-feira, 23 de novembro de 2010

ARROGÂNCIA I

Um dos efeitos mais inconfessáveis da arrogância em nossos relacionamentos é a nossa falta de habilidade para conviver com honestidade emocional perante o brilho dos êxitos alheiros.
                Com rara facilidade, sob ação fascinadora da arrogância, julgamos-nos os melhores naquilo que fazemos. Esse é um efeito dos mais perceptíveis do estado orgulhoso de ser, isto é, a propriedade mental de nos toldar a visão para enxergar o quanto nos iludimos com as fantasias do ego.
                Na maioria das vezes, o mérito alheio ainda é recebido no nosso coração como uma ameaça ou até mesmo uma afronta. Raramente, admitimos tal verdade. O hábito milenar de racionalizar nossos sentimentos constitui uma couraça psicológica enrijecida pelo orgulho.
                A educação dos sentimentos depende de abundante honestidade emocional para conduzir-nos à verdade sobre nós mesmos. Sem consciência de suas raízes, jamais admitiremos a presença do ciúme e da inveja – monstros roedores da paz interior.
                Combalidos por antigas frustrações, desgostosos conosco mesmo, sentimo-nos desvalorizados, tomados por uma sensação de inutilidade e abandono que tentamos mascarar com alegrias fictícias e conquistas perecíveis.
                Os relacionamentos a todo instante sofrem os efeitos indesejáveis da carga vibratória dessas desconhecidas sombras íntimas, criando estados de desconforto que estipulam a antipatia ou mesmo a aversão, sem que haja, de nossa parte, qualquer intenção nesse sentido. São reflexos automáticos que trazemos na vida mental, com enorme poder de ação sobre as atitudes, sem que disso tenhamos consciência.
                E o que é mais grave: por desconhecer a natureza dessas emoções, vemos o argueiro no olho alheio, sendo que temos uma trave em nossa visão espiritual, conforme a assertiva evangélica. Sentimos que as relações não vão bem, mas por incapacidade ou falta de habilidade em analisar a nós próprios, instintivamente fazemos uma projeção na tentativa de descobrir do lado de fora, aquilo que, em verdade, está dentro de nós.
                Que nenhum discípulo de Jesus, perante os fracassos e perdas na vida interpessoal, julgue-se derrotado ou mal-intencionado. Nos serviços da Obra Cristã nos quais somos colaboradores iniciantes, jamais devemos nos permitir desacreditar nas intenções sinceras que sustentam nossos ideais de ascensão. Quase sempre, elas constituem nossa única garantia legítima em direção aos projetos de iluminação espiritual que abraçamos.
                A nobreza de intenções não é suficiente para impedir os efeitos lamentáveis da altivez que carregamos em nossos corações. Por muito tempo ainda, lutaremos tenazmente na colheita infeliz dos reflexos de prepotência e competição, que assinalam nossos impulsos uns perante os outros.
                É um processo natural da evolução. Nada há de errado em sentir o que sentimos. O problema surge quando rebelamos em aceitar e investigar a existência de semelhantes atitudes de cada hora.
                Perdoar e nos perdoar sempre será a solução. Olhemos para nós com lealdade, mas, igualmente, com carinho e misericórdia. Somos almas recém egressas das fileiras do mal. Estamos retomando nossos caminhos após as atitudes enfermiças de esbanjamento psicológico e emocional, que nos aprisionaram nas refregas do vazio existencial.
                Tolerância, indulgência, perdão, compaixão e benevolência são algumas das expressões morais imprescindíveis no trato de uns para com os outros.
                A consciência da extensão de nossas enfermidades nos levará a concluirmos que nosso movimento libertador é um hospital de vastas proporções e especificidades. Como doentes em busca da cura, reconheceremos as necessidades do amor, sem o qual adiaremos nossa alta médica. E que manifestação de amor aplicado mais palpável pode existir que a misericórdia?
                Nada dói tanto quanto a ofensa não intencional, as rusgas não desejadas, as perdas afetivas, as reações inesperadas de ingratidão, o vício em colecionar certezas irremovíveis que traduzem prepotência, a indiferença e o menosprezo. São os frutos da ausência de misericórdia no coração humano.
                Enquanto procurarmos as causas das decepções de nossas relações no estudo das imperfeições, não encontraremos respostas satisfatórias às nossas indagações e nem consolo para nossa alma. Somente compreendendo sinceramente quais lições evangélicas deixamos de aplicar em cada passo do caminho, obteremos alento, orientação e estímulo. Misericórdia para com as imperfeições alheias, piedade para com nossas falhas!
                As casas espíritas orientadas pelas atitudes de amor adotem sem demora o projeto da misericórdia fraternal. Grupos que se reúnam em vivências de honestidade emocional. Que tenham bondade para tratar de seus sentimentos e discuti-los em equipe. Sinceros, porém, acolhedores. Grupos que possam olhar de frente para a arrogância que ainda nos domina, e que tenham coragem de confrontá-la em público. Grupos que saibam pedir perdão. Conjuntos doutrinários dispostos a estimular o brilho das qualidades uns dos outros e dispostos à compaixão com os defeitos e motivados pela abolição da rigidez mórbida.
Do livro: ESCUTANDO SENTIMENTOS – a atitude de amar-nos como merecemos
Wanderley de Oliveira/Ermance Dufaux

2 comentários:

Jorge (Nectan) disse...

Sentimos muito com a cabeça. Se faz necessário pensar com o coração onde vamos aprendendo a sentir mais as pessoas com respeito e dignidade.

Meu Anjo, estou levando o selo. Muito obrigado, de coração!!!

Um beijo!!!

Ritinha disse...

Bom dia, Denise,

agradeço pelo selo que já levei.
Adorei vir aqui e me sentir muito bem. E com muito ensinamento aqui para ler, sou tua seguidora.
Obrigada pelo carinho!!

beijinho