O impulso que nos leva a viver e a realizar no mundo não parece ser diferente para cada ser humano. Os desejos advém da estrutura íntima do espírito que contém a capacidade de ser receptivo ao influxo criativo de Deus e, ao mesmo tempo, a disposição de aplicar esse ganho externo vindo do Criador.
Todos somos convidados ao uso desse impulso participando da organização e manutenção do universo. Usando a criatividade e aplicando as leis de Deus, com o livre-arbítrio, contribuímos com Ele na expansão da natureza.
A esse impulso, quando se manifesta na busca pela expressão instintiva que inclui a conservação da própria vida, atribuo o adjetivo de primário. É nessa fase que o ser solidifica sua existência pela estruturação e defesa da vida orgânica. É primário por que é básico e primitivo. Está presente em todos os seres da natureza. É a manifestação do Impulso Divino na forma mais inconsciente e embrutecida possível.
Por usa causa o espírito estará atuando na vida deterministicamente, sem consciência de sua existência e, principalmente, de sua individualidade.
Após o aprendizado, o ser viverá a fase em que ele se apresentará de forma secundária. É quando ele passa a expressá-lo de três formas distintas: do sexo, do desejo de referenciar-se e do estabelecimento de um espaço próprio. Embora continue a manifestá-lo na forma primitiva, ele buscará refinar esse impulso interno irrefreável, nas ações que podem ser, mesmo que por instantes, postergadas. Nesse período seu desejo de poder se manifestará, instalando-se nele as primeiras ocorrências egóicas.
Em toda sua evolução o espírito estará sujeito a esse impulso, sendo característica de maturidade a educação de seu uso.
O impulso terciário ocorrerá quando o espírito começar a compreender que é inevitável fugir dele e que deve utilizá-lo a serviço da vida. Com ele buscará livrar-se de seus medos, das tensões psíquicas provocadas pelas experiências comuns e estará consciente de sua utilidade na aquisição do conhecimento das leis de Deus.
É ainda nessa fase que ele aprenderá o significado das relações afetuosas, do amor, do perdão e de outras formas superiores de expressão daquele impulso.
A descoberta da necessidade de auto-realização pressupõe uma percepção plena da natureza do Impulso Divino, bem como do conhecimento de sua utilidade.
Esse impulso se distribui pelo perispírito e nos permite a realização de todas as emoções, pensamentos e atitudes.
Do livro: PSICOLOGIA DO ESPÍRITO
Adenáuer Novaes
Um comentário:
Brilhante texto!
Adorei!
Abraçossssss
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