Conhecer-se é a primeira iniciativa a fim de estabelecermos um acordo de paz interior. É a via de acesso para chegarmos ao estágio íntimo do bom relacionamentos com a sombra, a tal ponto de nos munirmos de condições para uma autêntica mudança.
Conhecer-se é libertar-se da ignorância, adquirir domínio e poder perante si mesmo.
Essa viagem ao mundo íntimo exige preparo e exercício, sem os quais poderá ser infrutífera e repleta de motivos para o desânimo.
Um roteiro seguro e eficaz é fazer um balanço diário com a assistência de Deus.
O estudo de si mesmo exige duas posturas:
Atenção Plena – é a arte de observar-se incansavelmente. É um hábito que deve ser desenvolvido na rotina, a fim de que o balanço tenha elementos ricos para a auto-análise.
Para pessoas encharcadas de materialismo e preconceitos, o outro só tem valor na justa medida de seus interesses pessoais; as relações, nesse caso, são superficiais, perigosas, instáveis... as deficiências são atribuídas exclusivamente ao próximo, sem a suficiente disposição para uma incursão reflexiva nas próprias atitudes. São corações que vivem sob o império do narcisismo, escravos de crenças e modelos mentais de comportamentos, educados para encontrar fora de si as causas para tudo que lhes acontece, anulando, quase que por completo, a possibilidade do auto-encontro, sempre aptos a analisar a conduta alheia.
Só é possível em criaturas que se dispõem a melhorar, que anseiam por permanente sentimento de renovação de si próprios.
A disposição de melhora é-lhe a base de dinamização.
Essa disposição alberga a ausência de punições, a dissolvência da culpa, a ternura consigo e os julgamentos flexíveis e versáteis. Sem isso esse auto-encontro pode tornar-se um caminho para a decepção e a insatisfação pessoal.
Interiorização – dispor-se a melhorar não basta para o autoconhecimento. O próximo passo é a interiorização, o ato de enfrentar seu mundo interior, admitir para si a natureza de seus sentimentos, estudar as reações perante a vida, um trabalho muitas vezes doloroso e que poucos desejam realizar, vivendo em constante fuga de si mesmo.
Nessa tarefa de crescimento inclui-se a arte de ouvir a consciência, aprender a escutar os ditames Divinos.
A consciência é nosso elo de ligação com a verdade; aprendermos a lidar com sua voz é aprender a ouvir Deus em nós.
Essa interiorização é a degustação mental daquilo que a atenção plena nos permitiu perceber.
Na medida em que vamos descobrindo o desconhecido mundo de nós mesmos, vamos ganhando autonomia, paz, felicidade, porque passamos a encetar a caminhada consciente da evolução, senhores do eu, capacitando-nos para a liberdade responsável em todas as direções do existir.
Ter melhores noções de si enseja-nos uma convivência mais harmoniosa, pródiga de habilidades para a concórdia, a lealdade, o desapego, o perdão, a cordialidade, o afeto, tornando-nos pólos vigorosos de simpatia e bem-estar que serão fortes atrativos, pela força do exercício, para que os outros se esforcem por imitar-nos o procedimento.
Esse balanço interior, quando bem concretizado, será fonte de excelentes resultados no auto-aperfeiçoamento.
Atenção plena é vigília.
Interiorização é investigação permanente de si próprio.
Do livro: MEREÇA SER FELIZ – Superando as ilusões do orgulho
Wanderley S. de Oliveira – Espírito Ermance Dufaux
Um comentário:
Denise,
Um rico texto propício ao auto conhecimento!
Um belo post!
Um abraço, Marluce
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