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CONHEÇA O ESPIRITISMO - blog de divulgação da doutrina espírita


terça-feira, 5 de julho de 2011

O EXERCÍCIO DO PERDÃO


            A maior dificuldade que temos em relação ao perdão, é o processo de culpa instalado em nossas mentes. Temos fortemente alicerçado em nossa cultura, o hábito de nos culparmos e culpar aos outros, quando cometemos algum erro. Devido a princípios religiosos, associamos o erro ao pecado, à culpa.
            A culpa que sentimos, é resultado de séculos de condicionamento dentro do pensamento judaico-cristão. Uma distorção do pensamento cristão, que não estabelecia a culpa e a punição como posteriormente acabou acontecendo, quando o cristianismo se transformou em catolicismo, e mais tarde nas várias religiões cristãs. Algumas delas ampliaram ainda mais essa distorção, devido ao puritanismo com que as fragilidades humanas eram encaradas.
            Dentro do pensamento puritano, tudo o que fazemos – e que não está dentro dos padrões rígidos de uma pseudomoral instituída – é um pecado e deve ser punido violentamente. Durante séculos, esse pensamento oriundo do judaísmo, do olho por olho, dente por dente, manipulado e distorcido pelas doutrinas cristãs, por interesse de domínio vem imperando dentro da cultura ocidental. Isso faz com que a culpa esteja impregnada em nós mesmos.
            “Os luminares, que de vez em quando buscaram libertar os indivíduos do temor e do ódio, levando-os à confiança e ao amor, quais São Francisco de Assis, Santa Tereza de Ávila e outros, predominaram a ignorância e o terror, produzindo uma consciência de culpa coletiva, verdadeiro arquétipo de natureza punitiva, que venceu as gerações e ressurge, ainda hoje, nos indivíduos e agrupamentos sociais, fazendo-os responsáveis pelo deicídio no Calvário – confundindo Jesus com Deus – ou, mais remotamente, com a herança da tentação, em que Eva tombou, levando Adão ao erro, assim tornando a mulher inferior ao processo humano da evolução, em flagrante desrespeito ao simbolismo da criação humana, que passou á condição da realidade.”
            Responsabilizar-se pelo erro, arrepender-se, aprender a lição que ele proporciona e evitar repetir o erro novamente até internalizar o acerto.
            Vemos no evangelho, que não há para julgamento, condenação e punição na Doutrina Cristã. Portanto, esse culto à culpa e à punição que foi inserido no Cristianismo, deve ser urgentemente ressignificado.
            E a postura correta está em Mateus, cap. 5, VV. 25: “concilia-te com o teu adversário.”
            Diante de nossas negatividades egóicas precisamos ter uma atitude de aceitação, para transformá-las em amigas, reconciliando-nos com elas.
            Quando nos julgamos, condenamos e punimos pelas negatividades que possuímos, geradoras de nossos erros, nos colocamos voluntariamente na prisão. Quando estamos presos no próprio ego, seja na sua forma evidente, ou na sua forma mascarada, não conseguimos reparar as nossas faltas. Enquanto ficarmos nessa postura punitiva, impediremos a nossa paz íntima, necessária a autotransformação. Somente reconciliando-nos com nós mesmos, buscando o Essencial dentro de nós, é que teremos a liberdade para resgatarmos as nossas faltas.
            O sacrifício não faz parte das Leis Divinas, mas a misericórdia. O espírito simples e ignorante não precisa de punição para se educar, a fim de libertar-se de suas doenças. Ele precisa de médico para o estimular a se curar.
            O exercício do amor é a primeira condição para nos libertarmos dos erros cometidos, quando nos identificamos com as negatividades do ego, bem como com suas máscaras. A outra condição é a fé, isto é, a confiança em nós mesmos, na nossa capacidade auto-renovação pelo amor. Quando sintonizamos com estas verdades, nos oportunizamos o autoperdão, que é simplesmente, darmo-nos condições de buscarmos o amor essencial, em nós mesmos, e prosseguirmos na busca do aperfeiçoamento, para nos aproximarmos cada vez mais de Deus.

Do  livro: PSICOTERAPIA À LUZ DO EVANGELHO DE JESUS
            Alírio de Cerqueira Filho                         

3 comentários:

Roselia Bezerra disse...

Olá, querida
Quando nos entendem mal e não nos perdoam a gente fica com a consciência reta e em paz...
Bjs de paz

Maria José Rezende de Lacerda disse...

Olá amiga. Devemos compreender que o perdão regenera, a compreensão edifica, o auxilio possibilita, o entendimento reconstrói. Beijos.

Élys disse...

Quando se erra não há a necessidade de perdão e sim de entendimento, tanto se o erro for nosso como de outra pessoa. O erro faz parte do caminho da evolução. Precisamos tirar as lições que nos traz e seguir .