A proposta religiosa esclarece que o ser é portador de uma destinação
superior, que lhe cumpre enfrentar, movimentando os recursos que lhe jazem
latentes e convocando-o para o auto-aprimoramento.
Quando o adolescente não encontra os paradigmas da religião,
torna-se amargo
e inapto para enfrentar desafios, fugindo com facilidade para a rebeldia ou
o sarcasmo, portas de acesso à delinquência e ao desespero.
Não descartamos os males produzidos pela intolerância religiosa,
pelo fanatismo
de alguns dos seus membros, sacerdotes e pastores, mas essas são falhas
humanas e não da doutrina em si mesma. A interpretação dos conteúdos
religiosos sofre os conflitos e dramas pessoais daqueles que os expõem,
mas, no seu âmago, todos preconizam o amor, a solidariedade, o perdão,
a humildade, a transformação moral para melhor, a caridade, que ficam à
margem quando as paixões humanas tomam posse das situações de relevo e
comando, fazendo desses indivíduos condutores espirituais, que pensam pelos
fiéis, conduzindo-os com a dureza dos seus estados neuróticos e frustrações
Lamentáveis, tornando a religião uma caricatura perniciosa dela mesma
ou um instrumento de controle da conduta e da personalidade dos seus membros.
A religião objetiva, essencialmente, conduzir ou reencaminhar a
criatura ao
Criador, auxiliando-a a reconhecer a sua procedência divina, que ficou separada
pela rebeldia da própria conduta, graças ao livre-arbítrio, à opção de ser
feliz conforme o seu padrão imediatista, vinculado ao instinto, em detrimento
da sublimação dos desejos, que permitiriam alcançar a paz de consciência.
Direcionada ao adolescente, a religião marcha com ele pelos
labirintos das
perquirições e deve estar aberta a discutir todas as colocações que o perturbam
ou o despertam, de tal forma que se lhe torne auxiliar valiosa para as
decisões livres que deve assumir, de maneira a estar em paz interior.
Nas frustrações naturais, que ocorrem durante o desenvolvimento adolescente,
a religião assume papel relevante, explicando a necessidade do enfrentamento
com os desafios, que nem sempre ocorrem com sucesso, ao mesmo
tempo explicando que a dificuldade de hoje se torna vitória de amanhã.
ADOLESCÊNCIA
E VIDA
DIVALDO
PEREIRA FRANCO/JOANNA DI ÂNGELIS
Um comentário:
Magnífico,Denise!
Sem religião ou crença em um ser superior adultos naufragam,adolescentes em fase de maturação e aprendizado precisam demais mesmo.
Sempre digo que falta Deus nos espíritos que são considerados maus ou ignorantes.
Beijos e Paz Profunda
Donetzka
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