Esse é o maior campo de aplicação dos princípios da Inteligência /emocional, visto que é onde aprendemos a cultura e os valores da sociedade na qual estamos integrados.
A educação baseia-se em passar conhecimentos e em fazer com que o próprio aluno construa seu saber.
Para preparar o aluno para descobrir seu próprio saber é necessário um método que antecipe a aprendizagem e que vise prepará-lo a enfrentar suas próprias deficiências e a conhecer seu mundo emocional. É preciso preparar o aluno para aprender e isso deve começar no lar e ter sua continuidade na pré-escola.
O professor precisa adequar-se à exigência da preparação emocional, isto é, aprender a educar e regular os próprios estados emocionais.
O professor deve buscar:
1. Compreensão melhor a respeito dos sentimentos dos outros, percebendo as emoções das crianças;
2. Facilidade de fazer amigos, reconhecendo na emoção uma oportunidade de intimidade ou aprendizado e transmissão de experiência;
3. Aprender a adiar gratificações;
4. Saber lidar com os altos e baixos da vida, considerando que a criança também vive essa realidade, impondo limites ao mesmo tempo em que explora estratégias para a solução dos problemas que ela porventura atravessa;
5. A empatia como base da educação competente, considerando que ouvir acolhendo legitima os sentimentos da criança;
6. Entender que educar é também mexer com a emoção, ajudando a criança a encontrar as palavras para identificar e verbalizar aquela que ela está sentindo;
7. Perceber que as interações emocionais entre os membros de um grupo passam a ser a base da transmissão de valores e da formação de pessoas equilibradas.
Os pais devem ser educados como co-participantes dessa magna tarefa.
Lidar com crianças exige, sobretudo, empatia, capacidade de ouvir e vontade de ver as coisas pela ótica dela, além de uma boa dose de generosidade.
Encontramos pais que, de forma simplista, não dão importância, ignoram ou banalizam as emoções negativas ou positivas da criança. Há aqueles que, de forma crítica, desaprovam as manifestações emocionais dos filhos, principalmente as demonstrações dos sentimentos negativos. Há outros que, embora aceitem as demonstrações emocionais dos filhos, não orientem nem estabelecem empatia educativa. É preciso citar os autoritários que impõem limites e exigem obediência irrestrita sem qualquer possibilidade de que seus filhos exteriorizem suas manifestações emocionais.
Nós pais devemos aprender que temos o dever de impor limites aos nossos filhos, porém também de sermos flexíveis, compreendê-los em suas dificuldades, dando-lhes boa dose de carinho e atenção amorosa. Inclusive é importante que os pais expressem suas emoções para que seus filhos aprendam a viver as deles, isto é, não ter vergonha de ser gente perante eles.
A violência é característica da sociedade enferma e, por esse motivo, precisamos preparar nossos filhos para essa doença sem lhes incutir o desejo de responder também com a mesma moeda. A preparação emocional é fundamental para que não nos armemos nem nos tornemos estranhos uns aos outros. Por outro lado, cada vez mais os jovens estão antecipando a atividade sexual sem a maturidade necessária para exercê-la e para fazer as escolhas adequadas à sua evolução espiritual. É aí também que a preparação emocional contribui na definição dos valores que vão nortear as escolhas adequadas. Os vícios ligados a drogas, em particular à maconha e ao álcool, proliferam sem que se tenha controle da situação. Muitas vezes, isso decorre da falta de preparação emocional no lar, no qual se deveria buscar o entendimento, a fraternidade, a compreensão emocional. Há conflitos naturais no lar e, via de regra, eles começam na adolescência, debaixo dos olhares de seus pais.
Para melhor lidar com nossos filhos devemos:
1. Olhar sempre nos olhos quando lhes falarmos;
2. Conversar muito com eles sobre vários assuntos;
3. Reservar espaço no tempo deles para a música;
4. Estimular a pessoa criativa que mora dentro deles;
5. Aplaudir e estimular seus acertos.
A educação das emoções não exclui a disciplina. Quanto mais envolvidos com os filhos, mais se participa da vida deles. Quanto mais envolvidos na vida deles, mais influência se tem sobre eles.
Outro ambiente onde necessitamos desenvolver habilidades emocionais é o do trabalho profissional. Ali ocorrem conflitos cuja solução se tornaria bem simples se tivéssemos um pouco mais de Inteligência Emocional.
Quando nossas crenças e valores entram em choque com os de pessoas com as quais lidamos diretamente ou mesmo com os da empresa, quando não encontramos motivação para a execução de tarefas as quais somos obrigados a executar, quando nos sentimos diminuídos e inferiorizados perante situações onde o poder está em jogo; e, quando nossos trabalho interfere na saúde física e psicológica sobrevindo mal estar e estresse, é fundamental buscarmos o necessário preparo emocional para enfrentar esses desafios.
Há conflitos no trabalho também no que diz respeito à própria organização da empresa, envolvendo mudanças estruturais, alteração de metas e objetivos empresariais, bem como limitação de recursos financeiros. Essas situações interferem direta ou indiretamente na vida da pessoa exigindo respostas emocionais à altura.
Para melhorar nossa inteligência emocional e despertar o potencial criativo interior que a fortalece, devemos:
1. Não nos aborrecer com coisas pequenas;
2. Cultivar o otimismo e o entusiasmo, que significa ter Deus dentro de si;
3. Cultivar a persistência objetiva;
4. Desenvolver a própria singularidade, um estilo pessoal e a simplicidade no viver;
5. Sempre reconhecer os próprios erros;
6. Saber ouvir e escutar o outro;
7. Aprender a fazer distinção entre os atos e a pessoa que os pratica;
8. Olhar nos olhos da pessoa com quem falar;
9. Acreditar naquilo que dizemos;
10. Dar feedback emocional;
11. Reconhecer e sentir a emoção, sem negá-la ou minimizá-la;
12. Cultivar a amorosidade, a humanização e a compaixão.
Na busca em direção ao aprendizado da inteligência emocional devemos acreditar no sucesso pessoal e na vida, independentemente da saúde física, considerando que qualquer derrota é aprendizado importante, tanto quanto a vitória. Persistir em buscar alternativas diferentes para os problemas aparentemente insolúveis, sem se atribuir incompetência. Manter as expectativas, considerando-as e ampliando-as também para resultados negativos, pois fazem parte de qualquer caminhada.
Além dos objetivos imediatos e mais próximos, devemos desenvolver internamente a crença num objetivo global para a vida como um presente de Deus. Considerar importante planejar, organizar e responsabilizar-se por tudo que ocorre na própria vida. Aprender a guiar-se pala razão e pelos sentimentos, buscando alternativas que conciliem essas possibilidades. Estimular em si mesmo, no próprio caráter, os aspectos mais puros e nobres que possui. Amar a simplicidade, as pessoas, a si mesmo, e a vida. Considerar-se cria do universo, acreditando em si mesmo e não desenvolvendo obstáculos ao próprio crescimento espiritual.
Fundamental é desenvolver a auto-estima. Para tanto não é preciso nada de excepcional na personalidade. É suficiente considerar-se filho de Deus e para tanto, detentor de habilidades mínimas de desempenho adequado na arte de viver. Cultivar a segurança física, valorizando adequadamente o corpo, não se sentindo intimidado ou com medo da vida. Ter sua crença pessoal sobre a própria origem divina, sentindo-se pertencente a um grupo, consciente de ter senso de capacidade e competência e, acima de tudo, tendo o sentimento de que a própria vida tem significado e uma direção definida.
Buscar não se perturbar com pequenas derrotas, consciente de que melhorará o próprio desempenho na próxima vez. Não permitir que a própria ansiedade atrapalhe o preparo para enfrentar novas provas. Cultivar a simpatia e o encanto pessoal, administrando a vaidade natural. Aprender a nominar instantaneamente as próprias emoções.
Analisar os seguintes itens:
CONFIANÇA – senso de controle e de domínio sobre a maneira de encarar suas probabilidades de vencer ou fracassar nos projetos que põe em prática;
CURIOSIDADE – como se colocar diante da vontade de descobrir coisas. Sentir verdadeiramente prazer em descobrir coisas novas;
AUTOCONTROLE – capacidade de controlar suas emoções dentro de limites. Tempo mínimo em que “guarda” raiva, medo, tristeza, frustração;
INTENCIONALIDADE – você agride a pessoa que o aborrece ou responde ao gesto que lhe desagradou? Você intenciona agredir ou apenas responde às agressões?
RELACIONAMENTO – capacidade de entrosar-se com outras pessoas. Compreender e ser compreendido. Verificar se cumprimenta as pessoas com respeito emocional.
COMUNICAÇÃO – ser claro nas idéias que passa. Percepção dos sentimentos que desperta nas outras pessoas.
COOPERATIVIDADE – ser prestativo sem bajulação. Equilibrar necessidades suas com as do grupo.
EMPATIA – colocar-se no lugar do outro. Sentir-se como o outro. Solidariedade. Simpatia.
RECONHECER AS EMOÇÕES DO OUTRO – ouvir o outro com interesse e consideração.
LEGITIMAR OS SENTIMENTOS DO OUTRO – não negar ou minimizar o sentimento do outro.
CAPACIDADE DE CRÍTICA – criticar o gesto e não a pessoa. Distinguir a atitude separadamente da pessoa que a toma.
ENCORAJAR SOLUÇÕES – não ter respostas prontas.
As emoções são reconfigurações do espírito. O uso da inteligência não deve se limitar a conhecer os objetivos ou mesmo servir para lhes caracterizar com nomes ou utilidades. Ela apresenta aquisição superior do espírito e deve ser colocada a serviço do amor, em o quel se trona ferramenta inútil e perigosa.
A inteligência emocional, ou a capacidade de administrar afetos, emoções e sentimentos, é o fator mais importante da evolução do espírito em seu atual estágio no planeta. Essa aquisição possibilitará a percepção de leis transcendentes que o capacitarão a alcançar limites fora do sistema solar.
Do Livro: PSICOLOGIA DO ESPÍRITO
Adenáuer Novaes
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