A necessidade, portanto, do autodescobrimento, em uma
panorâmica racional, torna-se inadiável, a fim de favorecer a recuperação,
quando em estado de desarmonia, ou o crescimento , se portador de valores
intrínsecos latentes. Enquanto não se conscientize das próprias possibilidades,
o indivíduo aturde-se em conflitos de natureza destrutiva, ou foge
espetacularmente para estados depressivos, mergulhando em psicoses de vária
ordem, que o dominam e inviabilizam a sua evolução, pelo menos momentaneamente.
A experiência do autodescobrimento faculta-lhe
identificar os limites e as dependências, as aspirações verdadeiras e as
falsas, os embustes do ego e as imposturas da ilusão.
Remanesce-lhe no comportamento, como herança dos
patamares já vencidos pela evolução, a dualidade do negativismo e do
positivismo diante das decisões a tomar.
Não identificado com os propósitos da finalidade
superior da vida, quando convidado à libertação dos vícios e paixões
perturbadodras, das aflições e tendências destrutivas, essa dualidade do
negativo e do positivo desenha-se-lhe no pensamento, dificultando-lhe a
decisão. É comum, então, o assalto mental pela dúvida: isto ou aquilo? A
definição faz-se com insegurança e o investimento para a execução do propósito
novo diminui ou desaparece em face das contínuas incertezas.
Fazem-se imprescindíveis alguns requisitos para
lograr-se o autodescobrimento com a finalidade de bem-estar e dos logros
plenos, a saber: satisfação pelo que se é, ou se possui, ou como se encontra;
desejo sincero de mudança; persistência no tentame; disposição para aceitar-se
e vencer-se; capacidade para crescer emocionalmente.
Porque se desconhece, vitimado por heranças
ancestrais – de outras reencarnações -, de castrações domésticas, de fobias que
prevalecem da infância, pela falta de amadurecimento psicológico e outros, o
indivíduo permanece fragilizado, susceptível aos estímulos negativos, por falta
da autoestima, do autorrespeito, dominado pelos complexos de inferioridade e
pela timidez, refugiando-se na insegurança e padecendo aflições perfeitamente
superáveis, que lhe cumpre ultrapassar mediante cuidadoso programa de
discernimento dos objetivos da vida e pelo empenho em vivenciá-lo.
Inadvertidamente ou por comodidade, a maioria das
pessoas aceita e submete-se, e acreditando merecer o sofrimento e infelicidade
com que se vê a braços, quando o propósito da Divindade para com as suas
criaturas é a plenitude, é a perfeição.
Dominado pela conduta infantil dos prêmios e dos
castigos, o indivíduo não amadurece o eu profundo, continuando sob o jugo dos
caprichos do ego, confundindo resignação com indiferença pela própria
realização espiritual. A resignação deve ser um estado de aceitação da
ocorrência – dor sem revolta, porém atuando para erradica-la.
Liberando-se das imagens errôneas a respeito da vida,
o ser deve assumir a realidade do processo da evolução e vencer-se, superando
os fatores de perturbação e de destruição.
AUTODESCOBRIMENTO: UMA
BUSCA INTERIOR
Divaldo Pereira
Franco/Joanna de Ângelis
imagem: google
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