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CONHEÇA O ESPIRITISMO - blog de divulgação da doutrina espírita


sexta-feira, 31 de agosto de 2012

HISTÓRIA - Podia Ser Pior

                O médium Filgueiras era espírita de grande serenidade.
                Certa feita, um amigo, que ele não via desde muito, visita-lhe a casa e, depois das saudações habituais, dá notícias do próprio pessimismo.
                Declara-se ausente de toda atividade doutrinária. Continua espírita de convicção, mas afastou-se do trabalho mediúnico, da leitura, das sessões, das preces.
                Inquirido por Filgueiras, começou a explicar-se:
                - Imagine você que minha infelicidade começou quando o meu sócio conseguiu furtar-me quase tudo o que eu possuía. Foi terrível desastre.
                - Mas podia ser pior! – falou Filgueiras, preenchendo a pausa da conversação.
                - Em seguida, estabeleci-me com pequena loja; no entanto, meu único empregado ateou fogo a tudo, após roubar-me.
                - Podia ser pior – atalhou Filgueiras.
                - O azar não ficou aí, pois, quando me viu sem qualquer recurso, a companheira me abandonou, buscando aventuras inconfessáveis.
                - Podia ser pior.
                - Depois disso, minha única filha, aquela que ainda se mantinha ao meu lado, ouviu as insinuações de um homem que a seduziu, desprezando-me com amargas palavras.
                - Podia ser pior.
                - Por fim, meu irmão, a única pessoa que ainda me dispensava proteção e carinho, foi assassinado por um salteador que escapou à cadeia.
                - Mas podia ser pior. – acentuou Filgueiras, calmo.
                O outro sorriu, mal-humorado, e objetou:
                - Ora essa! Que podia ser pior? Dois ladrões me acabam com os negócios, dois malandros me acabem com a família e um assassino me acaba com o único irmão. Que podia ser pior, Filgueiras?
                O prestimoso médium abanou a cabeça e respondeu calmamente:
                - Podia ser pior, sim, meu amigo! Podia ser você o autor de tantos crimes; entretanto, cá está conversando comigo, de consciência purificada e mãos limpas. Sofrer dos outros é, de algum modo, trilhar o caminho em que Jesus transitou, mas fazer sofrer os outros é outra coisa...
                O amigo silenciou e, ao despedir-se, rogou a Filgueiras o benefício de um passe.

Do livro: Almas em Desfile – Waldo Vieira e Chico Xavier/Hilário Silva



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3 comentários:

soninha disse...

Pois é!!Tudo é uma questão de ótica.bjs e paz...

Calu Barros disse...

Que prestimosa fábula, esta que vc compartilha, Denise.
Há muitos ângulos de uma mesma situação.Quando conseguimos destacar os realmente importantes,vemos os benefícios acontecidos.
Bjinhos,
Calu

Milton Kennedy disse...

Tocante, amiga Denise!

Abraços, saúde e muita paz interior.