versículo
17.)
Na
epístola aos romanos, Paulo afirma que o justo viverá pela fé.
Não
poucos aprendizes interpretaram erradamente a assertiva.
Supuseram
que viver pela fé seria executar rigorosamente as cerimônias exteriores dos cultos
religiosos.
Frequentar
os templos, harmonizar-se com os sacerdotes, respeitar a simbologia sectária,
indicariam a presença do homem justo. Mas nem sempre vemos o bom ritualista
aliado ao bom homem. E, antes de tudo, é necessário ser criatura de Deus,
em todas as circunstâncias da existência.
Paulo
de Tarso queria dizer que o justo será sempre fiel, viverá de modo invariável, na
verdadeira fidelidade ao Pai que está nos céus.
Os
dias são ridentes e tranquilos? tenhamos boa memória e não desdenhemos a
moderação.
São
escuros e tristes? confiemos em Deus, sem cuja permissão a tempestade não
desabaria. Veio o abandono do mundo? o Pai jamais nos abandona. Chegaram as
enfermidades, os desenganos, a ingratidão e a morte? eles são todos
bons amigos, por trazerem até nós a oportunidade de sermos justos, de
vivermos pela fé, segundo as disposições sagradas do Cristianismo.
Fonte: CAMINHO,
VERDADE E VIDA
FRANCISCO CÂNDIDO
XAVIER/EMMANUEL
imagem: contatudodireitinho.blogspot.com
Comentário
Haroldo Dutra Dias:
Nessa
passagem precisa ser comentada a palavra fé. Em hebraico, a palavra fé
significa emuná, mas esse vocábulo pode ser traduzido de duas maneiras
diferentes: fé e fidelidade. Em grego também, a mesma palavra tem ambos os
significados, assim como no latim. Então quando Paulo fala: “mas o justo viverá
pela emuná”, o tradutor poderia grafar, “mas o justo viverá pela fidelidade” ou
“mas o justo viverá pela fé”.
Emmanuel nos
diz que nem sempre vemos o bom ritualista aliado ao bom homem. Quase sempre
encontramos o religioso e reprovável. O religioso que cumpre todos os rituais
de sua fé, até mesmo o espírita, mas nem sempre esse bom ritualista é um homem
de bem, como conceituou Kardec. E usando toda a sabedoria de sua interpretação,
Emmanuel diz que quando Paulo escreveu: “o justo viverá da fé”, queria dizer
que o justo será sempre fiel, viverá de modo invariável, na verdadeira
fidelidade ao Pai que está nos céus. Isto significa que se os dias são ridentes
e tranqüilos, nós seremos fieis à vontade Divina, aproveitaremos o dia com
moderação. Mas se os dias são de tristeza, de provação, de dor e de desafio,
nós também seremos fieis à vontade Divina, compreendendo que nessas horas Deus
está, à semelhança de um escultor, utilizando o cinzel da dor para moldar, para
aformosear o nosso coração, extraindo luz, fé da essência da nossa alma. É
preciso compreender que dias venturosos e dias tristes constituem instrumentos
da Providência Divina. E que o verdadeiro homem de bem, que a Bíblia chama de
justo, é aquele fiel à vontade Divina, seja qual for ela. Porque compreende que
a vontade de Deus quer sempre o melhor para os seus filhos. Porque a vontade de
Deus é soberanamente justa, mas acima de tudo soberanamente boa. O amor de Deus
muitas vezes nos constrange.
Um comentário:
Uma bela págdina que mostra que o importante é a fidelidade ao Pai.
Um abraço, Élys.
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