O sofrimento se apresenta, na criatura humana, como uma
enfermidade, que necessita de tratamento conveniente, em que se invistam todos
os valores ao alcance, pela primazia de lograr-se o bem-estar e o equilíbrio
fisiopsíquico.
Deste modo, o sofrimento pode decorrer do desgosto orgânico
ou mental que é um processo degenerativo do instrumento material do homem. As
doenças campeiam, e a receptividade daqueles que se encontram incursos nos
códigos da Justiça Divina sofrem-nas, mediante as coarctações danosas dos
mecanismos genéticos, ou por contaminação posterior, escassez alimentar,
traumatismos físicos e psicológicos, num emaranhado de causas próximas,
decorrentes dos compromissos negativos do passado mais remoto.
Noutro caso, o sofrimento resulta da transitoriedade da
própria vida física e da fragilidade de todos os bens que proporcionam prazer
por um momento, convertendo-se em razão de preocupação, de arrependimento, de
amargura.
A busca do prazer é inata, instintiva, e o homem se lhe
aferra na condição de meta prioritária.
Não raro, ao consegui-lo, frui da satisfação momentânea
e, por insatisfação psicológica, propõe-se a prolongá-lo indefinidamente,
sofrendo ante a impossibilidade de o manter, pelas alterações naturais que se
derivam da impermanência de tudo, pela saturação e, finalmente, pela perda de
objetivo após conseguido o anelo.
Por fim, surge o sofrimento dos condicionamentos de ordem
física e mental.
Os hábitos arraigados constituem uma segunda natureza, com prevalência na
conduta psicológica do homem. As alterações e transformações produzem
sofrimento, pela necessidade de ajustamento, pelo esforço da adaptação, e os
altibaixos da emoção que tende a reagir às mudanças que se devem operar na
conduta.
(continua)
Do livro: O Homem Integral – Divaldo Pereira Franco/Joanna Di Ângelis
imagem: poesiafaclube.com
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