Não há solo, por mais sáfaro, que, tratado, não permita o
vicejar de plantas. Em todo sentimento existem terras férteis para a bondade,
mesmo quando cobertas por caliça e pedregulhos. Um trabalho, breve que seja,
afastando o impedimento, e logo esplendem os recursos próprios para a
sementeira da esperança.
Os indivíduos que se notabilizavam pela maldade na vida
privada e no seu círculo social, revelavam-se bondosos e gentis tornando-se
amados pela família e pelo grupo, mesmo conhecendo-lhes as atrocidades em que
eram exímios.
A maldade sistemática, a impiedade, o temperamento hostil
revelam as personalidades psicopatas que, antes, necessitam de ajuda, ao invés
de reproche. A bondade, neles latente, aguarda o momento de manifestar-se e
predominar, mudando-lhes o comportamento.
Com tal atitude, a de identificar a bondade, torna-se possível
a superação do sofrimento, como quer que se apresente, especialmente o que tem
procedência moral.
c) Aplicar a compaixão quando agredido.
Uma reação de pesar, ante o ato infeliz, produz um efeito
positivo no agressor. Proporciona o equilíbrio à vítima, que não desce à faixa
vibratória violenta em que o outro se demora. Impede a sintonia com a cólera e
seus famanazes, impossibilitando a instalação de enfermidades nervosas e
distúrbios gastrointestinais e outros, face à não absorção de energias
deletérias.
A compaixão dinâmica, aquela que vai além da piedade
buscando ajudar o infrator, expressa bondade e se enriquece de paixão
participativa, que levanta o caído, embora seja ele o perturbador.
Essa conduta impede que se instale o sofrimento na criatura.
d) O amor deve ser uma constante na existência do homem.
Há em tudo e em todos os seres a presença do Amor. Em um
lugar revela-se como ordem, noutro beleza e, sucessivamente, harmonia,
renovação, progresso, vida, convocando à reflexão.
O amor é o antídoto mais eficaz contra quaisquer males.
Age nas causas e altera as manifestações, mudando a estrutura dos conteúdos
negativos quando estes se exteriorizam.
Revela-se no instinto e predomina durante o período da
razão, responsabilizando-se pela plenificação da criatura.
O amor instaura a paz e irradia a confiança, promove a
não-violência e estabelece a fraternidade que une e solidariza os homens, uns
com os outros, anulando as distância e as suspeitas. É o mais poderoso vínculo
com a Causa Geradora da Vida. É o motor que conduz à ação bondosa, desdobrando
o sentimento de generosidade, ao mesmo tempo estimulando à paciência.
Graças à sua ação, a pessoa doa, realizando o gesto de
generosa oferta de coisas, até o momento em que é levado à autodoação, ao
sacrifício com naturalidade.
O amor é o rio onde se afogam os sofrimentos, pela impossibilidade
de sobrenadarem nas fortes correntezas dos seus impulsos benéficos. Sem ele a
vida perderia o sentido, a significação. Puro, expressa, ao lado da sabedoria,
a mais relevante conquista humana.
Do livro: O Homem Integral – Divaldo Pereira Franco/Joanna Di Ângelis
imagem: dharmadhannyael.blogspot.com
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