De modo geral, não admitimos que podem coexistir
entre amigos sentimentos ambivalentes como: admiração e inveja, estima e
competição, afeição e orgulho. As
emoções radicalmente diferentes, ou mesmo opostas, são inatas nas criaturas
humanas no estágio evolutivo em que se encontram.
Muitos tiveram uma educação fantasiosa do tipo “e
viveram felizes para sempre” e, quando se deparam com a realidade humana, ficam
profundamente chocados por constatar que possuem ambivalência de sentimentos,
identificando-os também, analogamente, nas figuras mais importantes de sua
vida.
Todo ser na Terra está aprendendo a usar
coerentemente seus sentimentos e emoções. Não podemos fugir dessa verdade.
Nossa visão interior precisa mover-se como um pêndulo, a fim de evitarmos
unilateralidades que nos impedem de ver o todo. Sabedoria traduz-se na
capacidade de reconhecer, ou na habilidade de ver a totalidade da vida em seu
completo equilíbrio. Viver na polaridade não nos deixa entender as diversidades
de sentimentos e emoções que vivenciamos. Precisamos adquirir uma percepção
intuitiva, para não analisarmos tudo como sendo absoluto. Toda avaliação
correta usa de critérios com certa relatividade e prende-se às circunstâncias
do momento e não, exclusivamente, aos fatos em si.
Essa dualidade de opostos irreconciliáveis entre
certo-errado nos embrenha cada vez mais na polaridade, impedindo-nos de
compreender que cada parte contém o todo.
Somos unos com a Vida. Estamos ligados de forma integrante às pessoas e
todas as outras forma de vida do universo.
Do livro: As Dores da Alma
– Francisco do Espírito Santo Neto/Hammed
imagem: terapiacomunitariapsicanalise.blogspot.com
Um comentário:
Pois é, "Todo ponto de vista é a vista a partir de um ponto",
então, nada mais saudável que variar de ponto.
O "Foram felizes para sempre" não é feio, importante é
não tomá-lo por realidade única.
Beijos.
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