A entrega à ociosidade torna débil o caráter do paciente, impedindo-o de realizar qualquer esforço em favor da recuperação.
Sentindo-se bem com a falta de atividade, a tendência é ficar inútil, tornando-se um pesado fardo para a família e a sociedade.
Em relação a qualquer um dos motivos que desencadeiam a preguiça, a baixa estima e a fuga psicológica são os fatores predominantes nesse comportamento doentio.
O corpo é instrumento do espírito, que necessita do exercício, de movimentação, de atividade, a fim de preservar a própria estrutura. Enquanto o espírito exige reflexões, pensamentos edificantes contínuos para nutrir-se de energia saudável, o corpo impõe outros deveres, a fim de realizar o mister para o qual foi elaborado. A indolência paralizadora pela falta de ação, conduz à flacidez muscular, à perda de movimentação, às dificuldades respiratórias, digestivas, num quadro doentio que tende a piorar cada vez mais, caso não haja uma reação positiva.
Em razão do pessimismo que se assenhoreia do enfermo, a sua convivência faz-se difícil e o seu isolamento mais o atormenta, porque a autolamentação passa a constituir-se uma idéia fixa, culpando, também, as demais pessoas por não se interessarem pelo seu quadro, nem procurarem auxilia-lo, o que equivale dizer, ficarem inúteis também ao seu lado, auxiliando-o na autocomiseração que experimenta.
Em realidade, não está pedindo ou desejando ajuda real, antes apresenta-se reclamando da sua falta para melhor comprazer-se na situação a que se entrega espontaneamente.
A existência, na Terra, é constituída por contínuos desafios que sempre estão estimulando à conquista de novas experiências, ao desenvolvimento das aptidões adormecidas, ao destemor e à coragem, em contínuas atividades enriquecedoras.
A mente, não exercitada em pensamentos saudáveis, descamba para o entopecimento ou para o cultivo de idéias destrutivas, vulgares, insensatas, que sempre agravam a conduta perniciosa.
Pensar é benção, auxiliando a capacidade do raciocínio, a fim de poder elaborar projetos e propostas que mantenham o entusiasmo e a alegria de viver.
Surge, vez por outra, alguma lucidez, e o paciente critica-se por não dispor de forças para modificar a situação em que se encontra, desanimando ainda mais por acreditar na impossibilidade da reabilitação. Faz-se um circulo vicioso: o paciente não dispõe de energias para lutar e nega-se à luta por acreditar na inutilidade do esforço.
Outras vezes, oculta-se no mau humor, tornando-se ofensivo contra aqueles que o convidam à mudança de alternativa, explicando-lhe que tudo depende dele, já que ninguém lhe pode tomar a medicação de que somente ele necessita.
A destreza, o esforço, a habilidade, são decorrentes das tentativas exitosas ou fracassadas, resultando a repetição para a conquista e a realização pessoal.
Na preguiça ocorrem uma adaptação à inutilidade e uma castração psicológica de referência aos tentames libertadores.
O paciente prefere ser lamentado a receber amor, experimentar compaixão a ter companheirismo estimulante, permanecer em solidão a experienciar uma convivência agradável.
Foge daqueles que o desejam auxiliar infundindo-lhe ânimo, e quando é surpreendido por alguma orientação, reage com violência intempestiva.
O outro não conhece o transtorno que se opera no enfermo, mas sabe que o esforço desprendido poderá contribuir para alterar a situação em que se encontra.
A partir de então, o amigo torna-se evitado, é tido como adversário, censor, perturbador da sua paz, como se a indolência algo tivesse a ver com a tranqüilidade e harmonia íntima.
A quase total insensibilidade em relação a si mesmo, à sua recuperação e ao sofrimento que ocasiona à família que se desestrutura complica mais o quadro porque bloqueia o discernimento dos próprios deveres, transferindo para o próximo as responsabilidades que lhe pesam na consciência e as tarefas que devem ser desempenhadas em seu benefício.
A preguiça muna a autoconfiaça e destrói as possibilidades de pronta recuperação.
É natural que atraia espíritos ociosos que se comprazem no banquete das energias animais do paciente, telementalizando e conduzido às fases mais graves, de forma que prossiga vampirizado.
Os centros vitais da emoção e do comportamento são explorados por essas entidades infelizes e decompõem-se, funcionando com irregularidade, destrambelhando a organização somática, já que a psíquica e os sentimentos estão seriamente afetados.
Do Livro: CONFLITOS EXISTENCIAIS
Divaldo Pereira Franco/Joanna de Angelis
3 comentários:
Olá aiga querida
Que prazer encontrar um espaço tão lindo!!!!!!!!
Goetei muito de tudo.....o texto que licão!
Voltarei mais vezes e espero tua visita
Beijos com muita Paz
Denise, os Mestres (ou Guias) sabiam que postar esse texto iria ser útil às pessoas. Estou experimentando dificuldades pessoais e o texto que transcreveste foi muito útil, mesmo. Que nosso Pai Maior lhe abençoe por sua tarefa, que está sendo fundamental para a melhora desse seu irmão.
Muito obrigado pelo texto.
Que a paz de Deus esteja contigo.
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