O cosmo pode ser comparado a um incomensurável arquivo vivo que guarda inúmeras coleções de obras-primas.
Cada texto escrito representa as diversas experiências que tivemos nas múltiplas encarnações ao longo do tempo. Cada uma de nós é o somatório desses mesmos textos, compilados num único livro.
Em virtude disso, podemos encontrar “anotações sagradas” nas entrelinhas da própria alma. A divindade colocou um selo cunhado no espírito, mas apenas quem o vê descobre sua filiação celeste.
Cada um de nós é uma obra-prima de Deus, única e com características peculiares.
Como somos todos livros diferentes, o sucesso de uma vida plena é ler-nos e, a partir daí, nos expressarmos perante o mundo usando nossa originalidade.
Quem não exercita a leitura de si mesmo provavelmente ficará retido na capa e distanciado do seu conteúdo.
É necessário pesquisar o índice interno: lista alfabética de nomes, lugares e assuntos, que nos permite localizar a página íntima, onde os nossos temas podem ser encontrados, para não ficarmos presos à capa-revestimento.
Só nos pertence realmente aquilo que interpretamos. Apenas retemos aquilo que tenha vindo de nossas experiências, análises e inspirações.
Se não soubermos ler a nós mesmos, dificilmente aprenderemos a escolher bons livros. Só vence a alucinação da capa quem mergulha nas profundezas do conteúdo da vida interior.
Há um excessivo número de livros que apenas distraem a mente. Quantas vezes adquirimos obras iludidos pela aparência externa! Capas multicoloridas, títulos extravagantes, que camuflam romances simplistas, histórias infantis sem valor pedagógico, dramas sensacionalistas. Há ocasiões em que temos o disparate de comprá-las sem ao menos consultar o sumário.
A capa pode ficar amassada e envelhecida, a página pode ser despedaçada e separada do livro, todavia nenhuma criatura amassa, tritura, rasga ou aparta idéias, sentimentos e emoções que uma alma interpretou e guardou em seu âmago.
A mente entretida bloqueia a fonte sapiencial e polui a via de acesso pela qual escolhemos livros externos através do conteúdo de nosso texto interno.
Portanto, quando desenvolvemos a habilidade de fazer a mente silenciar, penetramos na essência das coisas e, como resultado passamos a escolher os livros que nos levem a maiores reflexões e, ao mesmo tempo, a tomar posse da biblioteca viva que existe dentro de nós.
Não possui validade por si só o que está escrito ao pé da letra, mas o espírito da idéia, a intenção real do que está no texto.
É necessário decifrar o novo – que não se manifesta claramente e que está além do literal -, do contrário a leitura passa a ser uma distração banal, e não um meio de despertar os valores inatos da alma.
Se não for descoberto o sentido implícito ou subentendido da escrita, o que está escrito poderá ser considerado sem valor.
O que se lê não tem significação ou valor se não houver preocupação de interpretar o que é simbólico.
Escolhem-se obras externas por meio do livro interno. Nosso sistema de pensamento cognitivo e os demais processos espirituais estão ligados à nossa enciclopédia sagrada.
Os recursos de que necessitamos para bem viver não estão na exterioridade; estão dentro de nós, visto que cada ser humano é um livro transcendental repleto de conhecimentos imortais.
Do livro: UM MODO DE ENTENDER, UMA NOVA FORMA DE VIVER
Francisco do Espírito Santo Neto – Espírito Hammed
2 comentários:
Maravilhosas palavras e verdades. Fascinante tudo o que nos passa Hammed...é preciso silenciar a mente e mergulhar no interior de si mesmo e...quantas respostas teremos...quantas descobertas, lembranças... nossa alma traz em si uma vasta e rica biblioteca...
Boa semana amiga...beijos...
Valéria
Olá Denise! fiquei muito feliz por sua visita em Maria de Nazareth e grata tbém por segui-lo.
Para mim tbém, Maria inspira bondade e um grande amor a todos nós!
Seu blog é ótimo!! tem textos e mensagens lindas, ja sou seguidora! Muita Paz a voce e uma semana abençoada!
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