A criatura humana, de alguma forma fadada à
perpetuação da espécie e à sua plenificação, encarna-se, reencarna-se,
repetindo as façanhas existenciais até atingir o clímax que a aguarda. Em cada
etapa nova remanescem as ocorrências da anterior, em uma cadeia sucessória
natural. E mediante esse mecanismo os êxitos arem espaços a conquistas mais
amplas e complexas, assim como o fracasso em algum comportamento estabelece
processos que impõem problemas no desenvolvimento dos cursos que prosseguem
adormecidos.
Esmagada pelas evocações inconscientes do agravamento
da experiência, ou sem elas, a criatura caracteriza-se, psicologicamente, por
atitudes de ser fraca ou forte, como decorrência do treinamento na luta a que
foi submetida, podendo, bem ou mal, enfrentar os dissabores ou as propostas de
crescimento, e graças a essa conduta se torna feliz ou atormentada.
Ninguém se encontra isento do patrimônio de si mesmo
como resultado dos próprios atos. São eles os responsáveis diretos por todas as
ocorrências da marcha evolutiva, o que constitui grande estímulo para o ser,
liberando-o dos processos de transferência de responsabilidade para outrem ou
para os fatores circunstanciais, sociais, que normalmente são considerados
perturbadores.
Mesmo quando os imperativos genéticos inculpem
situações orgânicas ou psíquicas constritoras no indivíduo, esses se derivam da
conduta pessoal anterior, e devem se considerados como estímulos ou métodos
corretivos, educacionais, a que as leis da vida recorrem para o aprimoramento
dos seres humanos.
O estado de humanidade já é conquista valiosa no
curso da evolução; no entanto, é o passo inicial de nova ordem de valores, aguardando
os estímulos para desdobrá-los todos, que jazem adormecidos – Deus em nós –
para a aquisição da angelitude.
Da insensibilidade inicial à percepção primária,
dessa à sensibilidade, ao instinto, à razão, em escala ascendente, o psiquismo
envolve, passando à intuição, e atingindo níveis elevados de interação com a
Mente Cósmica.
Os indivíduos, no entanto, mergulhados no processo do
crescimento, raramente se dão conta de que o sofrimento, que é fator de
aprimoramento, ainda constitui instrumento de evolução, em se considerando o
estágio de humanidade.
AUTODESCOBRIMENTO: UMA
BUSCA INTERIOR
Divaldo Pereira
Franco/Joanna de Ângelis
imagem: google
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