Durante muito tempo, devido às superstições e ignorância da Natureza Divina, os seres humanos temeram a Deus, a ira divina e os seus castigos e punições, e mesmo hoje em dia, muitos de nós trazemos a postura de tementes a Deus, num processo injustificável. O amor a Deus será realizado aos poucos, pela criatura, à medida que O compreenda. Jesus se reporta a Ele como um Pai amoroso. Ao colocar o amor a Deus como conseqüência do amor a si mesmo e por extensão ao próximo, Ele nos aproxima de Deus.
Quando estagiamos no desamor ou no pseudo-amor, é porque nos encontramos sedentos do verdadeiro amor. A nossa intenção de buscar essa fonte de água viva é positiva, só que a direção que imprimimos à nossa ação, é equivocada. Quando agimos assim, buscando atender as nossas necessidades nos prazeres puramente egóicos ou as mascaramos, o resultado é de alguém que tem muita sede e toma água do mar: quanto mais bebe, mais tem sede. É preciso buscar a água da vida. A fonte dessa água é a nossa própria Essência Divina, fonte de amor ofertada por Deus a nós para que, imagem e semelhança dEle, o amássemos em espírito e verdade. Somente com a conexão com a fonte de água viva existente em nós, através do desenvolvimento da espiritualidade em nós mesmos, poderemos não apenas saber, mas sentir Deus como nosso criador, fonte de todo o amor do universo e nos religarmos a Ele, em espírito e em verdade.
“É a força incoercível da evolução que propele o ser humano ao crescimento, a um objetivo de natureza eterna, ao invés da transitoriedade que se consome ao aniquilamento, ou melhor, na transformação dos implementos moleculares da sua constituição orgânica. Eis porque o self é imemorial, indestrutível na sua essência...
O amor a Deus deverá ser uma manifestação natural que emerge do self e vitaliza o ser total, sem a preocupação de ser amado por Deus, o que pareceria um paradoxo, caso não o fosse amado, quer nEle se acredite ou não.
Nessa constatação, nesse emergir do inconsciente profundo pessoal, a imagem de Deus todo amor, porque saudável, elimina a necessidade masoquista do martírio, do sacrifício, do sofrimento, como às vezes, demonstra-se para os outros, que somente se justificam quando as situações impõem o testemunho de fé, isto é, a perfeita coerência entre aquilo em que crê e expressa, e as defecções que lhe são impostas, tornando-se alguém decidido e sem medo ante essas conjunturas, sendo fiel ao comportamento íntimo e externo que adota.”
O amor a Deus será conseqüência de nossos atos, através do exercício do amor a nós mesmos, do amor ao próximo, do amor à natureza, do amor à vida, enfim do amor a toda a Criação Divina. Quanto mais exercitamos esse amor, mais sentiremos Deus em nós mesmos, deixando de O temer, para amá-lo infinitamente.
Do livro: PSICOTERAPIA À LUZ DO EVANGELHO DE JESUS
Alírio de Cerqueira Filho
Um comentário:
Denise, minha querida. Que lindo post, falando do maior de todos os sentimentos: o amor. Viemos a este mundo para aprender a amar. Que façamos dessa reencarnação a melhor que pudermos, para alcançarmos futuros mais felizes. Beijos.
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