As transferências e camuflagens são mecanismos de defesa do inconsciente, as projeções e camuflagens afetivas ocorrem em razão de processos educacionais da infância centradas no ego, ou por impulsos de núcleos afetivos consolidados em outras reencarnações, ou ainda pelo desconhecimento de si mesmo, sendo capazes todas essas causas de gerar extensas lutas íntimas e trágicas provas no quadro dos envolvimentos passionais.
O reflexo mais eminente da presença de semelhantes defesas psíquicas é a perda da autenticidade humana. Na medida em que vai amadurecendo física e psicologicamente, a criança, o jovem e mais tarde o adulto aprendem a esconder-se de si e do mundo, gerando um complicado mecanismo para atendimento dos apelos sociais e paternais, em desacordo com sua autêntica personalidade.
Perdendo a autenticidade o ser não se plenifica, arroja-se no desajuste ensejando o ebulir de culpas de outras vidas que não foram absorvidas, vivendo infeliz e sob intensa pressão interna em neuroses de longo curso.
Dependencia, ciúme, possessividade e medo comanda as atitudes em direção a relações imaturas, sofríveis, pobres de confiança e caráter, ensejando a potencialização dessas camuflagens psicológicas junto aos grupos de ação do ser humano.
Os esconderijos psíquicos têm como origem mais saliente o medo: medo de si mesmo, medo de seus verdadeiros sentimentos. Não havendo coragem suficiente e nem desejo para tal, a criatura foge do auto-encontro, incapacitando-se, a cada fuga, em dominar sua vida interior, deixando escapar a chance de olhar-se no espelho da consciência e cuidar de sua realidade transitória, resgatando a sua realidade natural e Divina.
Esse encontro, porque é doloroso, quanto mais for adiado mais a constrange a ombrear com um eu falso que lhe impinge sentimentos de desconforto e falsidade, caso possua um mínimo de formação ética, ou então faz-lha penetrar na conduta degenerada caso ela desista de entender o que se passa consigo mesma, ante o caleidoscópio de seus sentimentos e pensamentos confusos e inconstantes acerca do querer e do gostar.
Nas relações espíritas camuflam-se desejos sexuais e afetivos, que são transferidos para outras vivências reencarnatórias, escondendo o verdadeiro sentimento de sua presente existência, evitando admiti-lo. Sentimentos esses que masceram e doem na acústica do coração e da consciência, mas que, queiramos ou não, despontam na vida de relação.
Muitos amigos queridos do ideal, utilizando-se de expedientes humorísticos pouco sérios, zombam desses sentimentos tratando-os com brincadeiras, a fim de não ter que olhar para os mesmos com a seriedade que eles merecem em favor da própria paz. Frases que parecem ingênuas podem, em muitos casos, carregar dramas de largo curso.
(continua...)
Do livro: MEREÇA SER FELIZ – Superando as ilusões do orgulho
Wanderley S. de Oliveira – Espírito Ermance Dufaux
2 comentários:
Oi Denise!
Negar seus próprios deficiências através de mecanismos negativos não só é prejudicial a si mesmo como interfere nas relações sociais, não é nada sádio.
Post super interessante!
Beijos!
Denise querida irmã,
Este é um assunto muito importante e que deve ser tratado com toda compreensão do mundo.
Eu mesma, te confesso que só consegui ser eu mesma com toda autênticidade, depois que minha mãe faleceu.
Nunca me senti culpada por este sentimento, porque não muda em nada tudo que eu sinto até hoje por ela, mas, só depois disto que comecei a viver e me libertar de um papel que ela queria que eu interpretá-se.
Hoje busco com meus filhos, não modelá-los á minha maneira....muito pelo contrário, eu e meu marido conversamos muito com eles sobre a "liberdade de ser quem se é".
Meu menino mais velho, sentimos que já é uma coisa de encarnação passada, porque ele é muito inseguro, e por isto é muito apegado a nós....estamos fazendo um tratamento com psicólogo e espiritual, porque ele trouxe algo muito forte com ele nesta encarnação.
Um grande beijo em seu coração!!!
Lú
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