A existência humana tem como objetivo essencial a conquista dos valores que se encontram adormecidos no cerne do espírito.
A tarefa inadiável consiste em buscar o sentido da vida e aplicá-lo de maneira consciente, de forma que as lutas contribuam eficazmente para a autorrealização.
Invariavelmente, em face da educação tradicional, acredita-se que a conquista da felicidade é o máximo a que se deve aspirar durante o périplo reencarnacionista. Felicidade, como sendo o prazer de possuir e de desfrutar, de alcançar o triunfo pessoal, que se traduz em forma de alto relevo, poder de qualquer espécie em algum dos vários segmentos sociais, políticos, religiosos, artísticos, culturais, causado inveja e despertando competição.
A própria transitoriedade da organização física demonstra a vacuidade dessas aspirações, considerando-se que, na incerteza da manutenção do equilíbrio sem fim do corpo, a cada momento se experimentam as alterações defluentes do passar do tempo, portanto do seu uso, das enfermidades e dos conflitos existenciais, dos choques nos relacionamentos pessoais e afetivos, dando lugar a mudanças bruscas de comportamento.
Nem todos aqueles que possuem os recursos que projetam o indivíduo no ambiente em que se movimentam podem ser considerados como plenos ou felizes no seu sentido mais amplo.
Alegrias momentâneas, vaidades atendidas, emoções formosas experimentadas, que logo dão lugar a outros anseios e buscas por mais prazer, agradam os afortunados, mas não lhes preenchem o vazio existencial, a carência de afeto, ou diminui-lhes o medo das perdas de tudo aquilo que lhes constitui segurança, quando não das heranças emocionais perturbadoras de vidas passadas.
Vemo-los transitar em triunfo nos veículos da moda, provocando empatia e inveja naqueles que contorcem-se nas dificuldades de toda espécie, não raro escondendo tormentos variados que os afligem, conduzindo-os às fugas espetaculares por intermédio da drogadição, do alcoolismo, do sexo em excesso, do exibicionismo que os acalmam apenas momentaneamente.
Fixados às ilusões do ter e do poder, permitem-se a atrofia dos sentimentos, mantendo-se distantes dos ideais da solidariedade e da beneficência em relação ao seu próximo, negando-se as oportunidades de despertamento para a realidade de que se constituem, na condição de seres imortais que, demandando o túmulo, despertarão além das cinzas e do pó, continuando, porém, na vida.
Marcados por fortes traumas de que não se conseguem evadir, tornam-se obstinados nos seus pontos de vista, nas conquistas materiais, acreditando-se ou fingindo acreditar na invencibilidade de que gostariam desfrutar.
Nada obstante, vão sendo consumidos pelos anelos frustrados, pela ansiedade exagerada, pela solidão, porque identificam as companhias que os cercam, aparentando amizade, mais interessadas, porém, no que têm, em relação ao que são.
Fugaz é o tempo quando não utilizado de maneira lúcida em torno dos valores transcendentais.
Num retrospecto, identificar-se-ão mais as dificuldades e as dores, as lutas e os desencantos do que as bênçãos que, afinal, devem constituir-lhe a essência.
(continua)
Do livro: Entrega-te a Deus
Divaldo Pereira Franco/Joanna de Ângelis
Um comentário:
Bom dia Denise!
Em resumo: Evolução! O real desiderato de todos nós. Uns avançando mais rápido. outros mais lentamente. Mas, evoluir é a lei.
Obrigado pela visita e comentário no A arte da vida. Parabéns pelo Blog.
Um abração.
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