O desabrochar da consciência é um trabalho lento e contínuo, que constitui o desafio do processo da evolução. Inscrevendo no seu âmago a lei de Deus, desenvolve-se de dentro para fora a esforço da vontade concentrada, como meta essencial da vida.
Da mesma forma que, para atingir a finalidade, a semente deve morrer para libertar o vegetal que lhe dorme em latência, a consciência rompe a obscuridade na qual se encontra (a inconsciência), para conseguir a plenitude, a potencialidade do Si espiritual a que se destina.
Nesse desenvolvimento inevitável – que se dá durante a existência física nas várias etapas reencarnacionistas – o sofrimento apresenta-se como o meio natural da ocorrência evolutiva, constituindo o processo de maturação e de libertação do espírito, o ser imortal. Enquanto esse fenômeno não ocorrer, o indivíduo permanecerá mergulhado em um estado de consciência coletiva amorfa, perdido no emaranhado dos instintos primitivos, das paixões primárias, em nível de sono sem sonhos, sem auto-identificação, sem conhecimento da sua realidade espiritual.
Face à sensibilidade de que é constituído, o ser humano experimenta a purificação mediante a dor, que gera os sofrimentos psicológicos, físicos e morais, que o propelem ao aceleramento do esforço de sublimação na qual conseguirá a plenificação.
Diante da ignorância da necessidade de evoluir (estágio de adormecimento da consciência) o sofrimento se lhe apresenta agressivo e brutal, gerando revolta e alucinação.
À medida que aprimora a sensibilidade, ele faz-se profundo, sutil, fomentador de crescimento e transformação interior.
Mergulhado na sombra da desidentificação de si mesmo, o ser (embrutecido) não sabe eleger as aspirações éticas e estéticas para a felicidade, perturbando-se na contínua busca do atendimento às necessidades fisiológicas (sensações), em detrimento das emoções psicológicas, que o capacitam para a conquista do belo, do nobre e do bom.
O despertar da consciência, saindo da obscuridade, do amálgama do coletivo, para a individuação, é acompanhado pelo sofrimento, qual parto que proporciona o desabrochar da vida, porém, sob o guante ainda inevitável da dor.
Nesse mecanismo da evolução, cada ato gera um efeito equivalente, que interage em novos cometimentos de que ninguém se pode eximir.
Por ser parte do grupo social, no qual se movimenta e se desenvolve, influencia-o, querendo ou não, e com este produzindo um envolvimento coletivo, que responde pelo seu estacionamento ou progresso, conforme favorável ou perturbador seja o conteúdo da sua atividade.
Com efeito, temos os sofrimentos sociais, dos grupamentos humanos que transitam na mesma faixa de aspirações e interesses.
A reencarnação é lei da vida, impositiva, inevitável, recurso de superior qualidade para o desenvolvimento do espírito, esse arquiteto de si mesmo e do seu destino,
Dispondo da livre opção ou arbítrio, ele trabalha em favor da rápida ou lenta ascensão, conforme o comportamento a que se entrega.
Como luz nos refolhos da consciência adormecida o que deve ou não fazer, cabe-lhe aplicar com correção os impulsos que o propelem ao avanço de acordo com o que deve ou não realizar, de forma a conseguir a harmonia (ausência de culpa). Toda vez que se equivoca ou propositadamente erra, repete a experiência até corrigi-la (provação), e, se insiste teimosamente no desacerto, expunge-o em mecanismos de dor sem alternativa ou escolha (expiação).
(continua)
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Do livro: AUTODESCOBRIMENTO UMA BUSCA INTERIOR
Divaldo Pereira Franco/Joanna de Ângelis
Um comentário:
Olá Denise, esse texto do Divaldo e Joana é ótimo. Nós dá uma boa reflexão sobre consciente e inconsciente. Muito bom passar por aqui, bjs Cynthia
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