A punição do espírito mau continua não só na vida espiritual, mas, ainda, nas encarnações sucessivas que o levam a mundos inferiores, onde a existência é precária e a dor reina soberanamente; mundos que podemos qualificar de infernos.
A Terra, em certos pontos de vista, deve entrar nessa categoria. Ao redor desses orbes, galés rolando na imensidade, flutuam legiões sombrias de espíritos imperfeitos, esperando a hora da reencarnação.
A situação do espírito depois da morte é resultante das aspirações e gostos que ele desenvolveu em si. Aquele que concentrou todas as alegrias, toda a sua ventura nas coisas desse mundo, nos bens terrestres, sofre cruelmente desde que disso se vê privado. Cada paixão tem em si mesmo a sua punição. O espírito que não soube libertar-se dos apetites grosseiros e dos desejos brutais torna-se destes um joguete, um escravo. Seu suplício é estar atormentado por eles sem os poder saciar.
Nada iguala a vergonha, o terror da alma que, diante de si, vê elevar-se sem cessar as suas existências culpadas, as cenas de assassínios e de espoliação, pois se sente descoberta, penetrada por uma luz que faz reviver as suas mais secretas recordações. A lembrança, esse aguilhão incandescente, a queima e despedaça.
Quando se experimenta esse sofrimento, devemos compreender e louvar a Providência Divina, que, no-lo poupando durante a vida terrena, nos dá assim, com a calma de espírito, uma liberdade maior de ação, para trabalharmos em nosso aperfeiçoamento.
Os egoístas, os homens exclusivamente preocupados com seus prazeres e interesses, preparem também um penoso futuro. Só tendo amado a si próprios, não tendo ajudado, consolado, aliviado pessoa alguma, do mesmo modo não encontram nem simpatias nem auxílios nem socorro nessa nova vida. Insulados, abandonados, para eles o tempo corre uniforme, monótono e lento. Experimentam triste enfado, uma incerteza cheia de angústias. O arrependimento de haverem perdido tantas horas, desprezando uma existência, o ódio dos interesses miseráveis que os absorveram, tudo isso devora e consome essas alma. Sofrem na erraticidade até que um pensamento caridoso os toque e luza em sua noite como um raio de esperança; até que pelos conselhos de um espírito, rompam, por sua vontade, a rede fluídica que os envolve e decidam-se a entrar em melhor caminho.
Do livro: Depois da Morte- Léon Denis
4 comentários:
Denise querida irmã,
Enquanto um espírito não "despertar" para sua realidade, de que ele não é o corpo físico, mas sim um Ser Espiritual de Luz, estará trazendo para o mundo espiritual marcas de suas vivências, tendo sido elas positivas ou negativas....
E é muito triste para os espíritos inferiores sua trajetória de dor e tristeza nos vales sombrios....mas Deus é tão Onipresente, que um pequeno pensamento de socorro e ajuda por parte destes espíritos, já basta para que encontrem o auxílio necessário pelos Seres de Luz.
Um grande beijo em seu coração!!!
Lú
Olá Denise, como vai?
Vim agradecê-la pelas palavras de carinho que deixou lá na Casa de Retalhos. Muito obrigada.
Interessante que seu blog seja sobre espiritísmo. Quando + jovem li vários livros kardecistas. E agora mesmo, pela skype, uma irmã acabou de me contar q uma amiga querida morreu. E sabendo q eu fiquei triste, ela escreveu "... a gente pode se encontrar com as pessoas em outras dimensões e, infelizmente, não nos damos conta disso por aqui..."
um grande abraço
Olá:
Passando por aqui para desejar uma boa semana.
Um beijo.
Nita
Agradeço que curta meu facebook.
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