O mergulho na depressão, no entanto, não tem como finalidade essencial vivenciar-se apenas a dor, o sofrimento, mas proporcionar-se o encontro do ser com ele mesmo.
Depressão significa puxar para baixo, obrigando o espírito a refugiar-se nas reflexões internas, a refazer observações, a percorrer novos caminhos.
Convidado o ser humano para as conquistas externas, quase todas as suas aspirações cingem-se ao ter, ao adquirir, ao aparecer. É nesse momento que ocorre o fenômeno da melancolia, em razão do vazio que as conquistas externas proporcionam ao ser interior, que não se sente preenchido de objetivos reais, sendo conduzido à meditação profunda, de cujo abismo poderá sair renovado e feliz.
Todo aquele que atravessa essa fase natural da existência física,mantendo-se lúcido e resolvido a esquadrinhar o abismo das reflexões melancólicas, consegue superar as sombras densas e alcança a claridade do dia de paz e de alegria de viver.
Lamentavelmente, o enfermo entrega-se à lamúria e ao autoabandono, passando a cultivar a autocompaixão e a revolta em relação aos demais que tem em conta de saudáveis, considerando-os imerecidamente privilegiados.
Permitindo-se a autocomiseração, pensa apenas em fugir, desistindo da luta, em razão dos conflitos que o assenhoreiam e do desencanto que o domina.
A vida impõe esforços que devem ser aplicados a benefício das conquistas desafiadoras, que aguardam aqueles que as desejam alcançar.
Do livro: Entrega-te a Deus
Divaldo Pereira Franco/Joanna de Ângelis
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