O perfil moral do homem guarda uma feição comum que é a necessidade de valorização e reconhecimento pessoal, o que seria muito natural não fosse nossa paixão no egoísmo. Essa necessidade tem constituído uma tormenta social: considerando que todos querem ser prestigiados, quem ficará para prestigiar?
Pouquíssimos são os que se encontram sensibilizados para a arte da alteridade dispostos a destacar conquistas e valores nos outros. Esse é o choque do egoísmo: cada um querendo que o outro pense nele sem se preocupar com os demais, oferecendo motivações para o descaso e o egocentrismo.
O vício de prestígio consome a criatura em disputas inglórias e imaginárias por apreço e consideração. O mundo mental desses viciados desgasta-se em busca da aprovação de todos, e quando alguém não lhe rende as homenagens e tributos esperados, é considerado um opositor ou indiferente. Seu principal malefício é essa espera de aceitação e consideração incondicionais, como se todas as pessoas tivessem a obrigação de enaltecê-lo.
Como é portador de muita suscetibilidade, pequenas desatenções e discordâncias são recebidas pelo viciado com revolta e mágoa suficientes para instalar um pânico de revolta intima.
Existe a dependência psíquica de evidência e reconhecimento individual, sendo este indivíduo escravo da alto imagem exacerbada que faz de si mesmo.
As causas desse vício podemos verificar na infância, quando a criança é levada a níveis abusivos de repressão no lar, dependendo de aprovação para tudo, tornando-se insegura, sem autoconfiança, crescendo como um adulto frustrado; outro tanto, de forma mais intensa ainda, verificamos as raízes desse mal nas pregressas existências, quando a alma acostumou-se aos faustosos títulos sociais e às honras individualistas que sempre lhe alimentaram o ego insaciável, na sedimentação da cultura do melhor em tudo.
A educação na sociedade moderna destina-se ao aplauso, ao êxito, e raramente educa-se para saber perder ou lidar bem com derrotas e críticas. Treina-se para a passarela do sucesso e a necessidade de aprovação e reconhecimento social, sem se preparar para o auto-amor. O vício de prestígio é um sintoma claro de que não nos plenificamos conosco próprios, de ausência de auto-realização, de amor a si próprio. Se nos amássemos, não teríamos tanta dependência de opiniões e atitudes alheias.
O que impulsiona esse vício, mais que a necessidade de ser aceito, é o medo da rejeição: um dos sentimentos mais camuflados e comuns da humanidade, que pode ser estimulado pelas causas acima citadas.
Esse cenário moral é um convite imperioso para que trabalhemos pela formação de um perímetro de relações sinceras, onde se possa forjar o caráter objetivando a aquisição dos hábitos altruístas e o desprendimento dessa neurótica necessidade de tributos personalísticos.
Formas do vício e prestígio moral apresenta-se:
- aversão a crítica
- mendicância de reverência
- gosto pela pompa
- imposição de pontos de vista
- melindre nas discordâncias
- mágoa alimentada
- importância conferida ao nosso nome
- apego a tarefas
- vício do elogio.
A vitrine da fama não foi feita para os discípulos do Cristo, e nossa maior conquista é o poder de negar a si mesmo. O trabalhador em busca de reconhecimento pessoal efetivamente não serve à causa de Jesus.
Comecemos a falar menos de nós e estejamos mais atentos em prestigias o outro.
Do livro: MEREÇA SER FELIZ – Superando as ilusões do orgulho
Wanderley S. de Oliveira – Espírito Ermance Dufaux
2 comentários:
Olá Denise.
Um texto com um esinamento verdadeiro, mas muito comum na nossa sociedade atual infelizmente. Buscar fama e prestigio a todo custo,sem se importar que isso passa estar afetando o outro. Precidamos estar atentos para não deixarmos seduzir. Um ótimo domingo, bjs.
Olá Denise.
Passei aqui, para retribuir sua visita, e como não quero ser transformada em comida - RAÇÂO - para dinossauro, estou comentando, risos.
Alguns textos tem ensinos que traduzem a verdade verdadeira. E a nossa sociedade anda doente mesmo, construindo os chamado NARCISOS DA MODERNIDADE, e é preciso fazer reflexões como essa, para que a ficha possa cair.
Abração
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