Boa convivência não é somente polidez social. Consignemos como pilares dessa arte de relacionar o auto-amor, o autoconhecimento, o afeto e a ética.
Estudemos alguns ângulos do amor a si mesmo por se tratar de pilar mestre das relações saudáveis, duradouras e gratificantes; sem conviver bem consigo, amando-se, não haverá harmonia nas interações humanas com o outro.
A vida que nos circunda é rica de elementos indutores do mundo íntimo; nenhum deles, portem, é tão expressivo quanto o contato interpessoal. Respostas emocionais são acionadas a partir da convivência, desenvolvendo um novo mundo de sentidos para quem dela faz parte.
Renova-se a criatura a cada novo contato, cada episódio da interação humana é um convite ao crescimento, ao estabelecimento de novos valores na intimidade. Mesmo os desacordos e desencontros constituem escolas oportunas de reflexão e reavaliação da vida pessoal.
A vivência mental das relações tem sido uma tônica dos dias atuais, face ao contínuo mascarar do mundo íntimo que o homem moderno tem se imposto na garantia da satisfação de seus fins em sociedade. Nem sempre podendo externar o que sente a quem deveria, então passa a formular para si mesmo o que gostaria de expressar a outrem ante as pressões internas das discordâncias, dos agastamentos, das traições, dos gestos impensados e de tantos lances dos conflitos do relacionamento.
A questão em análise é fundamental para o entendimento dos laços que construímos com as pessoas da nossa rotina diária.
O problema não é como convivemos com o outro, mas sim como convivemos com o que sentimos e pensamos em relação ao outros.
Por isso a boa convivência consigo mesmo é o princípio seguro de equilíbrio para uma interação proveitosa. Tal princípio consagra a necessidade de revermos os males da convivência, prioritariamente, em nós mesmos, antes de quaisquer cobranças ou transferências de responsabilidade. É o imperativo de estabelecermos acordos conosco a partir de um balanço e avaliação sobre tudo que envolva os atos que nos vinculam a esse ou aquele coração. Ainda que alguém divida conosco a rotina dos dias ou as circunstâncias passageiras e seja necessitado de corretivo, precisamos habituar a sondar as nossas disposições íntimas antes de qualquer investimento no outro; estar consciencialmente ajustado para somente depois partir de forma elevada em direção às necessidades do crescimento alheio, pois do contrário perderemos a autoridade e o controle necessários para ser agente de educação e alerta para o próximo.
Consideremos ainda que muita vez após nossos auto-exames poderemos perceber claramente a necessidade de mudança, tão somente, em nossos atos de decisões. O descuido nesse setor da conduta nos leva a detectar obstáculos somente na órbita dos que partilham-nos as vivências, enceguecendo-nos para as descobertas extraordinárias que poderíamos fazer sobre nós próprios, quando dispomos ao mergulho no estudo das nossas reações uns frente aos outros.
Essa postura é a bússola das relações indicando-nos a hora de calar, o momento de agir, o instante de corrigir, a ocasião de discordar e o ensejo de tolerar. Leis que conduzem-na ao patamar da caridade.
Essa interiorização recebe o nome de inteligência intrapessoal, competência pelo qual dominamos amplo espectro de habilidades como a empatia, a assertividade e a auto-revelação.
A socialização estabelece o encontro das singularidades humanas, objetivando sobretudo essa viagem à intimidade da individualidade. Quanto mais rápido penetramos nesse caminho educativo, mais identificaremos as rações das refregas do relacionamento, conquistando paz e alegria nas relações, visão e equilíbrio para conosco.
Face ao exposto, conclui-se sobre a indeclinável necessidade de avaliações permanentes no trabalho da autodescoberta, estudando os reflexos perturbantes das relações que edificamos, a fim de aquilatarmos com exatidão a origem de nossas reações.
Destacando o mal no outro, ativamos fios magnéticos de atração que nos ligam a essa energia que passamos a consumir e digerir no campo mental, detonando a crise íntima que poderá ser sustentada por adversários espirituais astutos. Dessa forma, mantemo-nos aferrados á sombra de nós mesmos, e sempre deflagramos maus sentimento com os quais enveredamos pelos desencontros e aborrecimentos da convivência, porque sempre estaremos propensos a focar o negativo, as imperfeições.
A opressão dos conflitos é mantenedora da fuga de si mesmo, e o auto-amor somente ocorrerá quando dispormo-nos ao auto-encontro, à redefinição da auto-imagem que oculta mazelas, à retirada da máscara: voltar o espelho da mente para si, interiorização.
Estar bem consigo é pilar essencial da boa convivência. Fazendo assim, partimos em direção ao próximo com o melhor de nós, aptos a vitalizar as relações com o alimento do bem e do amor, convertendo-nos em fulcros irradiadores de paz e contentamento que serão fortes atrativos de enobrecimento e cooperação onde estivermos, transmitindo esperança e educação para os que se encontrem no raio de nossas ações.
Urge fazermos o aprendizado do auto-amor, dialogarmos com a intimidade, indagar de nossos sentimentos a razão de sua existência, procurar os acordos íntimos. Se não aprendermos a gostar de nós, a nos aceitarmos, não conseguiremos a fluência do amor ao próximo.
Uma convivência pacífica com as imperfeições, a caridade conosco, será fonte de apaziguamento e elevadas emoções.
Nesse aprendizado espera-nos a grande lição de trabalharmos pelo desenvolvimento de nossos potenciais Divinos; ao invés de ficarmos lutando contra mazelas, faremos o serviço de laborar a favor de novos valores, prestigiando o positivo. Sem querer exterminar o passado, haveremos de aprender a transformá-lo.
Esse será o iluminado labor de conquistar a nossa sombra, amando-a, sem recriminações e culpas, sintonizando a mente no ser de luz e paz que existe embrionário em cada um de nós.
Do livro: MEREÇA SER FELIZ – Superando as ilusões do orgulho
Wanderley S. de Oliveira – Espírito Ermance Dufaux
4 comentários:
OIee Denise....parece fácil né??
Mas não é, fazer uma instrospecção de td o que somos e temos a melhoramos em nós, pq se nd vai bem dentro da gente parece q td ao redor tbém não caminha bem...é preciso olhar com alegria e otimismo pq as soluções ñ se encontram fora de nós e sim dentro de nós....é preciso coragem, persistência, paciência, sem cobrança, sem culpas....pq é todo um processo de auto aceitação e o mais importante é um processo diário.
Bjss♥....é um post pra refletir e realizar!!
BOM DIA AMIGA QUERIDA ,LINDO ESTE TEXTO ,OBRIGADA
POR COMPARTILHAR PALAVRAS TÃO ESPECIAIS,COM
OS AMIGOS,ENCINAMENTOS MARAVILHOSOS ATRAVEZ DE SUAS POSTS,UM GRANDE ABRAÇO COM CARINHO MARLENE
ei tem selinho para vc no meu blog esta do lado direito a primeira postagem bjos
Olá,
Estive viajando por 20 dias e estou com as visitas em "dívida"... mas vou, aos poucos, recuperando o contato e apreciando o seu Blog que tanto gosto de fazer...
Espero que tudo esteja na perfeita paz!!!
O meu apreço fraterno
Deus seja a sua Força!!!
Fraternalmente,
Roselia (Orvalho do Céu)
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