A felicidade é o subproduto de nossa responsabilidade pelo uso do livre-arbítrio. Auto-responsabilidade é conquista de quem reconheceu que ninguém pode nos fazer feliz, uma vez que felicidade é trabalho interior – pode ser compartilhada, entretanto cada um deve conquista-la por si mesmo.
Somos nós que escolhemos os valores éticos, culturais, ideológicos, religiosos e afetivos, de acordo com nossa coerência interna e nosso grau evolutivo. No entanto, precisamos, igualmente, compreender que o controle sobre a nossa vida não é ilimitado, nem absoluto.
Livre-arbítrio não significa onipotência ou poder soberano. É uma possibilidade de decidir, uma força em nossa vida, não há dúvida, mas não a única que dirige a existência humana.
De épocas em épocas, somos atingidos por forças que independem de nossa vontade consciente – ambientais, culturais, genéticas, políticas e outras tantas -, as quais visivelmente não foram objeto de nossa escolha.
Podemos ter livre-arbítrio sobre como vamos responder a essas forças, mas não sobre o controle de sua ação e determinação.
Temos opção momentânea, mas existe uma força determinante que nos faz progredir, querendo ou não, independentemente de nossa vontade ou liberdade de escolha.
‘É necessário distinguir o que é obra da vontade de Deus do que é da vontade do homem”.
Sem exceção, as leis divinas ou naturais são desígnios de Deus – indicam ao homem o que deve fazer e o que não deve fazer.
A maior conquista do ser consciente é conceber que há uma Soberania Universal que tudo controla e dirige harmoniosamente; por isso ele não teme entregar as rédeas existenciais nas Mãos Celestes.
A maior desdita do homem é ignorar que as v idas são interligadas e que existe para cada um de nós um plano divino cuidadosamente traçado pela Vida Maior. É desconsiderar a existência de um desígnio celestial que nos promove, sem que o percebamos, conduzindo-nos ao progresso e à felicidade.
Precisamos desafiar crenças equivocadas ou falsos conceitos a respeito de quais são os nossos verdadeiros limites. A Natureza como um todo precisa ser obedecida; a Natureza em mim precisa ser conduzida.
A Divindade criou o livre-arbítrio, nós criamos a fatalidade. Entretanto, não podemos ficar reduzidos à condição de vítima; é necessário quebrarmos o estigma dessa crença inadequada e rompermos os grilhões que forjamos para nós mesmos.
Nenhuma pessoa na face da Terra existe para nos servir ou satisfazer as nossas necessidades; somos donos apenas da própria vida, mas não da Vida Maior. Isso quer dizer que cada homem tem o mapa sagrado de sua existência, a ser executado com a colaboração do seu livre-arbítrio, porém circunstanciado pelo grande plano da Soberania Divinal.
A noção de Causalidade Absoluta (vontade de Deus) e de livre-arbítrio (vontade do homem) não nos deve levar a uma vida de irresponsabilidade, justificando desajustes, discórdia ou separações, atribuindo-os à vontade de Deus. Ou mesmo, acreditar que temos um domínio e controle ilimitados e, por isso somos criaturas poderosas, ou que “tudo que cremos que seja possível acontecer, acontece”.
Os conceitos aqui desenvolvidos são fundamentados na auto-responsabilidade e na proposta de nos colocar em contato com a realidade, pois muitos de nós temos a tendência de não assumir os fatos reais da vida, desviando a mente para fantasias filosóficas, para não responder pelas próprias ações.
São considerados alienados todos aqueles que vivem sem conhecer ou avaliar os fatores sociais, religiosos, éticos e culturais que os condicionam a viver da forma que vivem e também aqueles que não percebem os impulsos íntimos que os levam a agir da maneira que agem.
Não são poucos os que menosprezam e depreciam sem perceberem as incontáveis revelações providenciais que recebem todos os dias. Por não notarem com nitidez a Suprema Luz agindo em toda a parte, semeiam ilusões no terreno da própria alma e vivem indolentes, desinteressados e descrentes diante das verdades eternas.
O que sentimos, pensamos e fazemos é nossa semeadura, e não querer assumir nossos sentimentos, pensamentos e atitudes também o é.
Somos em síntese a causa e o efeito de nossos atos e atitudes. A responsabilidade pessoal e o livre-arbítrio implicam a obrigatoriedade de respondermos por nossas decisões e comportamentos adotados.
Do livro: UM MODO DE ENTENDER, UMA NOVA FORMA DE VIVER
Francisco do Espírito Santo Neto – Espírito Hammed
Um comentário:
Agradeço sua visita ao EternosPrazeres,
e deixo meu abraço com votos de paz e muita alegria,
Renata
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